Adaptação das cidades europeias às alterações climáticas: desafio ou oportunidade? | Maio 2012

edificios2A Agência Europeia do Ambiente (AEA) publicou, em Maio de 2012, o estudo “Urban adaptation to climate change in Europe – Challenges and opportunities for cities together with supportive national and European policies”. Este estudo mostra que as alterações climáticas estão a afectar o modo como se vive nas cidades europeias, podendo ser um desafio e simultaneamente uma oportunidade para os decisores políticos mudarem o futuro das mesmas.

Mais de 75% da população europeia vive em áreas urbanas. As mudanças climáticas estão a acontecer a um ritmo acelerado nas últimas décadas e colocam sérios desafios à governação das cidades europeias. Os fenómenos meteorológicos extremos, tais como ondas de calor, inundações e secas, são cada vez mais frequentes e intensos, com graves prejuízos para o ambiente, a saúde pública e a economia das cidades na Europa.

 

Para além das alterações climáticas, assistimos a outras mudanças a nível socioeconómico. Caso não sejam tomadas as medidas necessárias de adaptação, as tendências demográficas, tais como a crescente urbanização e o envelhecimento da população, aumentam a vulnerabilidade das populações, bens e serviços face aos efeitos de fenómenos meteorológicos extremos que se revelam cada vez mais frequentes e intensos.

As especificidades da paisagem urbana podem ainda agravar o impacte das alterações climáticas, à medida que a vegetação natural é substituída por superfícies artificiais, fomentando alterações nos padrões de temperatura, humidade, direção do vento e precipitação causada pelos edifícios e poluição. A gestão do espaço e desenho urbano podem tornar as cidades mais vulneráveis às alterações climáticas, mesmo quando situadas na mesma região geográfica.

São necessárias soluções inovadoras para a adaptação das cidades, nomeadamente pelo planeamento urbano adequado em zonas afastadas do risco de ocorrência de cheias, pela manutenção dos edifícios e criação de espaços públicos com a aplicação de telhados ou paredes com revestimentos verdes para proporcionar mais sombra, como alternativa à climatização artificial. Há ainda oportunidades para criar novos empregos e promover a inovação. A adaptação às alterações climáticas tem menores custos do que a sua mitigação, e só pode ser feita à custa de profundas alterações na gestão das cidades e regiões europeias.

O estudo destaca ainda a necessidade de alterar comportamentos e reforçar os sistemas de emergência e de informação disponível ao público, sobretudo destinada aos grupos mais vulneráveis (como idosos e crianças), relativamente à ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos, como inundações e ondas de calor.

A União Europeia estabeleceu alguns mecanismos de financiamento, através dos Fundos de Coesão, para apoiar as autoridades locais das cidades europeias na mitigação e adaptação às alterações climáticas.

O estudo pode ser encontrado aqui.

A AEA disponibiliza vários mapas interativos que podem ser consultados aqui a partir deste estudo.