Quercus assinala a data com chamada de atenção para a necessidade de regulamentar a apanha de cogumelos silvestres.
A recolha e consumo de cogumelos silvestres é uma tradição ancestral que nos dias e hoje tem grande relevância ao nível da economia e da gastronomia, mas tem também importantes implicações na conservação da biodiversidade e na ecologia dos povoamentos florestais.
Grande parte dos cogumelos recolhidos para consumo humano são espécies que vivem em simbiose com espécies florestais (fungos micorrízicos) e têm grande importância na saúde e equilíbrio dos povoamentos florestais em Portugal.
Portugal espera há mais de uma década pela regulamentação da apanha de cogumelos.
Reina a anarquia no sector da apanha de cogumelos e na prática há uma delapidação severa deste importante recurso natural.
Sem a regulamentação necessária os cogumelos são apanhados indiscriminadamente não tendo em conta fatores como a proteção das espécies ameaçadas, a garantia da reprodução dos fungos coletados e a saúde dos povoamentos florestais.
Os cogumelos silvestres são um importante recurso económico que pode ter um papel determinante nas economias rurais.
No presente, e devido à falta de atenção dada ao sector, não é possível saber qual a importância económica desta atividade, qual a quantidade de cogumelos comercializados, nem qual o estado ecológico e de conservação das diferentes espécies.
Grande parte dos cogumelos apanhados acabam por sair do país através de esquemas ilegais.
Por tudo isto a Quercus pede ao governo que dê a atenção necessária a este sector e que crie a regulamentação de apanha e comercialização, indispensável para promover a economia rural e para proteger as espécies de cogumelos.
Lisboa, 21 de maio de 2018
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza