PRÁTICAS INOVADORAS EM PORTUGAL AO LONGO DA CADEIA ALIMENTAR: DA PRODUÇÃO AO CONSUMO SUSTENTÁVEL
O e-book Alimentar Boas Práticas: da Produção ao Consumo Sustentável 2020 compila 46 iniciativas que oferecem uma visão não exaustiva das ações, projetos e programas em curso em Portugal. A compilação foi o resultado de contributos de promotores privados, da administração central e local, do terceiro setor e da academia, o que se reflete na riqueza e variedade de iniciativas documentadas.
Cada iniciativa é descrita através de um grelha de critérios, composta por: promotor, localização, antecedentes, objetivos, descrição, resultados, fontes de financiamento e lições aprendidas. O formato utilizado simplifica a apresentação das iniciativas na sua diversidade e facilita a sua colocação em perspetiva.
O conjunto de iniciativas reunidas no e-book ilustra as múltiplas realidades nacionais, nomeadamente: a diversidade dos atores envolvidos; as escalas territoriais; os múltiplos espaços onde se desenrolam; a multiplicidade de pontos de entrada através dos quais as práticas são iniciadas; a sua dinâmica ao longo do tempo; a diversidade de áreas de intervenção da cadeia alimentar, designadamente, recursos e inputs agrícolas, produção, processamento, logística, comercialização, restauração, consumo, valorização de resíduos/desperdício, sensibilização/educação, programas alimentares locais, marketing, e “outros”; a diversidade de recursos financeiros utilizados e conjugados e, não menos importante, a riqueza das lições aprendidas.
A organização do e-book considerou o âmbito territorial das iniciativas:
Escala nacional [7 no total], onde se incluem as práticas que estão disseminadas no território do continente e, eventualmente nas Regiões Autónomas da Madeira e Açores, por exemplo: programas de sensibilização nacionais sobre sustentabilidade alimentar; grande distribuição alimentar que desenvolve boas práticas no âmbito da redução do desperdício alimentar, ou promove sacos 100% recicláveis para frutas e legumes; e ainda o caso de uma empresa de restauração coletiva que institui práticas ambientalmente sustentáveis.
Intermunicipal [9], ou seja, envolvendo mais de um município: por exemplo, impacto socioeconómico através da inclusão de pessoas com dificuldades cognitivas; banco de sementes e círculos de sementes envolvendo cerca de 15 municípios; monitorização de desperdício alimentar em hospitais regionais; formação e implementação de sistemas de compostagem e vermicompostagem domésticos.
Municipal [20], onde se incluem práticas à escala do município, como por exemplo: primeiro acelerador de empresas do setor ago-alimentar a nível municipal; centro de documentação sobre agricultura biológica e alimentação saudável; cooperativa holística/multisetorial; feira noturna para sensibilizar os munícipes para os sistemas alimentares locais; iniciativa “venha colher o que comer” dinamizada por uma instituição de ensino superior; o programa de sustentabilidade na alimentação escolar desenvolvido por um município; várias iniciativas de consumo e reforço dos circuitos curtos de comercialização.
Micro escala local ou prática isolada [10]: ou seja, iniciativas desenvolvidas à escala da freguesia ou com impacto local, onde se incluem, por exemplo: hortas e compostagem nas escolas; alimentação biológica nas cantinas escolares; horticultura terapêutica para idosos; plano local de segurança alimentar nutricional de uma junta de freguesia.
O processo de auto documentação das iniciativas pelos atores envolvidos foi motivado e substanciou-se nos seguintes objetivos: [a] divulgar e dar visibilidade às iniciativas existentes, algumas pouco conhecidas a nível nacional; b] inspirar a sua replicação; e, [c] sensibilizar os decisores políticos para a relevância do desenvolvimento de políticas alimentares locais a partir de uma perspetiva multiatores e multi-setorial.
Ainda que esta primeira edição seja em si mesma uma contribuição significativa, as seguintes recomendações são necessárias para atingir plenamente os objetivos pretendidos:
1. Criação de um observatório para monitorar estas e outras iniciativas nacionais com base em critérios de viabilidade, eficiência, equidade e sustentabilidade, de modo a informar de forma substantiva futuras políticas públicas tanto a nível do governo central como da administração local.
2. Abertura de uma linha de financiamento para o desenvolvimento de estratégias integradas com base num levantamento prévio exaustivo das iniciativas existentes no território.
3. Dar continuidade a esta compilação, numa base bienal, de modo a assegurar a necessária visibilidade, acompanhamento e reconhecimento da excelência, criatividade e inovação das iniciativas em curso no território nacional.
A documentação de todas estas iniciativas foi realizada de modo voluntário e solidário pelos atores envolvidos e enquadra-se no plano de ação prioritário da Plataforma Nacional Alimentar Cidades Sustentáveis – Alimentar Cidades Sustentáveis – composta por 350 membros [http://bit.ly/AlimentarCidadesSustentaveis].
A comissão de organização estimulou o processo e a comissão científica efetuou uma dupla revisão anónima. O e-book foi coordenado por Cecilia Delgado, especialista em políticas públicas dos sistemas alimentares locais.
Comentários e elogios através do email alimentarcidadessustentaveis@gmail.com
arço 2020
Índice do E-Book
01 – ENQUADRAMENTO
Agradecimentos, Apoios, e Grelha de Critérios para documentação da ficha de boas práticas
02 – ONDE ESTAMOS E PARA ONDE QUEREMOS IR
Introdução ao E-book Alimentar Boas Práticas: da Produção ao Consumo Sustentável 2020
03 – GLOSSÁRIO
Áreas de intervenção e territórios
04 – LISTAGEM DAS INICIATIVAS
Promotor, Território (localização) e principais Áreas de Intervenção
05 – INICIATIVAS I NACIONAL
Fichas das Boas Práticas disseminadas no território do continente e RAs da Madeira e Açores
1 – Programa de sensibilização e informação sobre sustentabilidade alimentar; Nacional
2 – Cafetarias e Restaurantes Eco-Friendly; Nacional
3 – Menos no Prato, Mais na Consciência – Boas Práticas para a redução do desperdício alimentar; Nacional
4 – Green bags – sacos reutilizáveis e 100% recicláveis para frutas e legumes ; Nacional
5 – Realimenta – projeto de combate ao desperdício alimentar; Nacional
6 – Transformar.te: A ti, a todos nós e ao desperdício; Nacional
7 – Combate ao desperdício alimentar em todas as frentes; Nacional
06 – INICIATIVAS I INTERMUNICIPAL
Fichas das Boas Práticas que abrangem dois ou mais municípios
8 – PROVE – Promover e Vender; Núcleos PROVE
9 – “Quintais das Praças do Pinhal” uma experiência de dinamização da produção local num território de baixa densidade; Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei
10 – SEMEAR, impacto social e económico através da inclusão de pessoas com dificuldades cognitivas; Cascais, Oeiras, Lisboa, Sintra
11 – Círculos de sementes, um projeto que propaga Bancos de Sementes em Portugal desde 2012; Sintra; Santo Tirso; Cinfães; Famalicão; Odemira; Torres Vedras; Alhandra; Silves; Setúbal; Palmela; Viana do Alentejo; Mora; Évora, etc
12 – Cooperativa Fruta Feia: alternativa solidária e responsável de comercializar e consumir; Delegações (12)
13 – AMAP ― Associações para a Manutenção da Agricultura de Proximidade; Pontos de entrega da AMAP
14 – Monitorização do Desperdício Alimentar no Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE (CHBM,EPE); Barreiro, Montijo
15 – Implementação de Estratégias para redução de Desperdícios Alimentares; Vila Nova de Gaia, Espinho
16 – Revolução das minhocas – Vermicompostagem; Celorico de Bastos e Locais de Formação e Eventos
07 – INICIATIVAS I MUNICIPAL
Fichas das Boas Práticas desenvolvidas, ou com impacto, à escala do município
17 – A Bela Rama – Uma Iniciativa de ecoconsumo de proximidade; Lisboa
18 – Kitchen Dates: o primeiro restaurante sem caixote do lixo de Portugal; Lisboa
19 – Um laboratório ao ar livre para criar biodiversidade através do trabalho coletivo – o exemplo da HortaFCUL; Lisboa
20 – Terras de Cascais – Juntos pelas Raízes; Cascais
21 – Como um grupo civil informal poderá trazer os circuitos curtos de consumo sustentável às cidades; Coimbra
22 – Sensibilizar para os sistemas alimentares locais em instituições de ensino superior; Coimbra
23 – Venha colher o que quer comer!; Coimbra
24 – Programa de Sustentabilidade na Alimentação Escolar (PSAE); Torres Vedras
25 – Cem Soldos, BONS SONS: quando uma aldeia em manifesto se transforma em festival; Tomar
26 – Da habitação ao prato – Minga, uma cooperativa integral; Montemor-o-Novo
27 – Promoção do consumo de produtos agroalimentares locais através da iniciativa Km0 Alentejo; Évora
28 – À Noite no Mercado; Mértola
29 – Hortas – Floresta nas Escolas; Mértola
30 – Quinta Pedagógica de Braga – Centro de Formação e Experimentação Ambiental; Braga
31 – Concurso Escola mais Verde; Braga
32 – Processo de transição para uma economia circular na área da alimentação; Porto
33 – Horta Urbana Solidária de Faro: Rooftop num edifício público; Faro
34; Projeto Terra Jovem – estratégia inclusiva e sustentável de intervenção local; Ponta Delgada
35 – Primeiro acelerador de empresas do setor ago-alimentar, I-Danha Food Lab; Idanha-a-Nova
36 – Centro Documental Raiano, uma base documental sobre agricultura biológica e saudável disponível ao público; Idanha-a-Nova
08 – INICIATIVAS I LOCAL
Fichas das Boas Práticas desenvolvidas à escala da freguesia ou com impacto local
37 – Horticultura Terapêutica ao Serviço dos Maiores; Braga (Freguesia de São Victor)
38 – Produtos Biológicos nos Refeitórios Escolares – A iniciativa da Junta de Freguesia de Olivais, Lisboa; Lisboa (Freguesia de Olivais)
39 – Eu digo não ao plástico; Lisboa (Freguesia de Olivais)
40 – Missão zero desperdício alimentar; Lisboa (Freguesia de Olivais)
41 – Hortas e Compostagem na Escola; Lisboa (Freguesia de Olivais)
42 – Plano Local de Segurança Alimentar e Nutricional de Santa Clara; Lisboa (Freguesia de Santa Clara)
43 – Raízes — Todos os momentos são de educação viva; Palmela (Freguesia de Quinta do Anjo)
44 – Horta da Nora – um Laboratório de Experiências Tradicionais!; Évora (Bairro da Malagueira)
45 – Monte Mimo – A agricultura familiar construindo paisagens regeneradas; Santiago do Cacém (Freguesia de Alvalade do Sado)
46 – Horta da Partilha: um espaço de demonstração e experimentação; Porto (Freguesia de Paranhos)
09 – CRÉDITOS DAS INICIATIVAS
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