55% dos Oceanos Mundiais estão a ser alvo de pesca: 31,4% dos stocks marinhos encontram-se em sobrepesca e 58,1% completamente esgotados.
No próximo dia 20 de Maio celebra-se o Dia Europeu do Mar. Este dia é celebrado anualmente desde 2008, e foi designado pela Comissão Europeia, pelo Conselho e Parlamento Europeu. Este ano de 2018 o evento será realizado em Burgas, na Bulgária. Em 2019, por proposta do Governo de Portugal, as celebrações deste dia terão lugar em Lisboa. O Dia Europeu do Mar foi criado para enaltecer a importância dos oceanos e mares para toda a sociedade, colocando em debate as oportunidades e desafios que estes enfrentam ao nível do Continente Europeu.
À medida que a população mundial cresce, principalmente nas últimas décadas, a dependência da proteína que é obtida do Mar tem aumentado exponencialmente. De acordo com estudos recentemente publicados, 55% dos Oceanos Mundiais estão a ser alvo de pesca humana, sendo que isto equivale a quatro vezes mais do que a área ocupada para agricultura. Estes dados indicam-nos que 31,4% dos stocks marinhos se encontram em sobrepesca e 58,1% encontram-se completamente esgotados.
Os dados recolhidos evidenciam que, enquanto a maioria dos Países parece pescar predominantemente dentro de suas próprias zonas econômicas exclusivas (ZEEs), 85 % da pesca em mar alto é realizada pela China, Espanha, Taiwan, Japão e Coreia do Sul, sendo que a China apresenta de longe a maior percentagem.
Para além da sobre pesca dos stocks existe ainda o problema associado às pescas acidentais, designadas por bycatch, que colocam ainda mais pressão sobre as populações de peixes, afetando espécies chave para o equilíbrio dos ecossistemas. A pressão colocada sobre os mares e oceanos provêm de várias fontes e as suas problemáticas têm de ser abordadas sobre vários aspetos, quer em termos de políticas, de investigação e de economia. Têm de ser analisadas as diferentes fontes de ameaças, quer ao nível da pesca, da poluição, das alterações climáticas e das diversas atividades humanas que dependem do Mar e dos Oceanos.
É necessário e impreterível que se adotem medidas mais ativas para assegurar o uso sustentável dos recursos marinhos. São necessárias políticas de gestão sustentável das pescas nacionais e internacionais, para que parte dos problemas que os oceanos e mares enfrentam a nível Mundial seja efetivamente resolvidos.
Lisboa, 19 de maio de 2018
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza