Cerca de duas dezenas de Choupos-pretos verdes, alguns centenários, foram abatidos nos últimos dias pela empresa Estradas de Portugal

A Quercus detectou recentemente o abate de cerca de duas dezenas de choupos-pretos (Populus nigra) autóctones, a maioria sem problemas fitossanitários que justificassem o abate, apresentando a copa verde, na berma da Estrada Nacional n.º 349-3, entre as Terras Pretas, no concelho de Torres Novas e Tomar.

 

Um dos locais denominava-se choupal pela população, confrontando com a Ribeira do Choupal junto da Quinta da Anunciada Velha, antiga propriedade da Ordem dos Templários e do Convento de Cristo de Tomar. Existiam vários choupos-pretos com mais de 1 metro de diâmetro que se estima terem vários séculos de existência, os quais, por estarem verdes e não estarem inclinados sobre a estrada, não colocavam em risco a segurança rodoviária ou de pessoas e bens. Outra situação semelhante de abate de árvores verdes ocorreu junto da Ribeira de Pé de Cão, no concelho de Torres Novas.

 

A decisão de abate de árvores públicas deve ser tecnicamente fundamentada pela EP

 

A Quercus tem recebido diversas denúncias de abate de árvores junto de Estradas Nacionais e alerta as entidades competentes para um problema que as Estradas de Portugal devem resolver, criando um sistema que fundamente tecnicamente as árvores que são necessárias abater, recorrendo a relatórios fitossanitários com análises de risco sérios para a segurança rodoviária.

 

Relembramos que há poucos anos ocorreu um abate sistemático de árvores verdes na berma da EN 2, no concelho de Ponte de Sôr, Distrito de Portalegre próximo da Albufeira de Montargil, sem que existisse fundamentação para o efeito.

 

A Direcção de Estradas de Santarém da Estradas de Portugal, SA, entregou no Distrito de Santarém a manutenção de centenas de quilómetros estradas, com o respectivo arvoredo à empresa Lena Constuções, situação que, apesar de preocupante para a gestão do arvoredo público, esperemos possa ser efectuada de forma sustentável e coerente.

 

Esperemos que no futuro a gestão do património arbóreo público seja devidamente avaliado, para evitar o abate de arvoredo sem qualquer fundamentação técnica.

 

 

Lisboa, 13 de Maio de 2008

 

A Direcção Nacional da Quercus e Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura