Como já é habitual nesta época festiva, a Quercus apresenta alguns conselhos simples para um Natal ambientalmente mais responsável e também económico, um fator fundamental na época de crise que atravessamos. A aplicação de alguns destes conselhos, relacionados maioritariamente com práticas de consumo sustentável, permitirá constatar que cuidar do Ambiente é, muitas vezes, sinónimo de poupar no orçamento familiar.
Da decoração à ceia
– Quem adquiriu uma árvore de Natal em vaso deve tentar mantê-la durante o resto do ano, embora a solução preferível seja uma árvore artificial que pode ser sempre reutilizada;
– A iluminação da árvore ou da varanda deve ser desligada durante a noite ou quando não está ninguém em casa. Uma escolha energeticamente eficiente são as lâmpadas de tecnologia LED, que permitem uma poupança de energia de aproximadamente 70% face às opções convencionais;
– Os adereços natalícios devem ser bem preservados e guardados até ao próximo ano, de modo a permitir a sua reutilização;
– Não comprar nem colher azevinho silvestre, pois é uma espécie em perigo, sendo tal prática é punida por lei. Uma alternativa ecológica pode ser a criação de uma coroa de azevinho através da reutilização de materiais;
– Para a ceia de Natal, preferir bacalhau ou outras espécies de média e grande dimensão, a produtos nacionais ou regionais, pouco embalados, adquiridos no comércio local e, se possível, de origem biológica e/ou do provenientes de redes de comércio justo;
– Para evitar desperdício de alimentos, deve ser feita uma lista de compras; já a quantidade de embalagens pode ser também reduzida confeccionando a maior parte dos pratos e sobremesas em casa;
– Os materiais descartáveis devem ser evitados, pelo que a louça lavável e os atoalhados de tecido devem ser utilizados para uma mesa mais ecológica.
Dar presentes sem gastar muito
– Na compra dos presentes, deve-se privilegiar produtos úteis, duráveis, educativos, com pouca embalagem e inócuos em termos de substâncias perigosas;
– Na oferta de prendas alimentares, a escolha deverá recair sobre produtos de origem nacional (vinhos, azeite, artesanato, doçaria tradicional, frutos secos), sendo que já é considerável a oferta dos mesmos em modo de produção biológica;
– Na oferta de equipamentos elétricos e eletrónicos, é importante pesquisar previamente quais marcas mais seguras e ambientalmente mais sustentáveis. Isto pode ser feito na página da Greenpeace e do projeto Topten.pt da Quercus;
– Em época de contenção de despesas, o truque do “amigo secreto” permite que todos recebam uma prenda, estipulando-se um valor máximo para a sua compra;
– Os cheques-prenda já disponíveis em inúmeras lojas (livrarias, teatros; lojas de roupas ou de outros bens) são uma boa solução para quando não se tem a certeza do que comprar;
– De modo a reduzir a quantidade de resíduos, o papel de embrulho e os sacos para as prendas devem ser reutilizados sempre que possível;
– Na oferta de produtos de perfumaria, cosmética ou higiene pessoal, escolher aqueles que não fazem testes em animais, consultando a listagem disponibilizada pela Liga Portuguesa dos Direiros do Animal.
– Uma opção de prenda poderá ser a oferta de uma inscrição como sócio de associações cívicas (como por exemplo Associações de defesa do Ambiente) ou de um donativo a uma determinada causa (apadrinhando um animal selvagem, por exemplo);
– Além das prendas à família e amigos, é possível ajudar quem mais precisa sem gastar dinheiro, seja através de campanhas de solidariedade social ou recorrendo às plataformas de doações, oferecendo objetos que já perderam utilidade;
– Sempre que possível, devem ser utilizados os transportes públicos nas deslocações às compras, reforçando-se aqui a mais-valia de comprar perto de casa.
Depois do Natal, resíduos no sítio certo
– O papel de embrulho e adereços devem ser preservados, bem como embalagens e caixas de prendas que possam ser utilizados mais tarde para arrumação ou até novas prendas;
– A separação seletiva das embalagens – papel/cartão, plástico, metal – devem ser feita também nesta altura, embora seja essencial aguardar uns dias até depositá-las no ecoponto mais próximo, de modo a evitar grandes acumulações nos contentores;
– O conselho anterior aplica-se também aos lixo indiferenciado que deve ser depositado com cautela e apenas em contentores com capacidade, devendo-se antes comprovar que o município está a fazer recolha de lixo durante estes dias;
– As pilhas não devem ser deitadas no lixo indiferenciado, mas sim nos pontos de recolha específica, como o Pilhão ou o Repilha. As pilhas recarregáveis são uma alternativa económica e ecológica;
– No que às limpezas diz respeito, é fundamental, tal como durante todo o ano, reduzir a quantidade e perigosidade dos produtos, preferindo os biodegradáveis e/ou em recargas.
Apesar da sua maior importância numa época de grande consumo como o Natal, grande parte destes conselhos aplicam-se ao nosso quotidiano e por isso devem ser seguidos durante todo o ano. Fica o desafio aos portugueses para, em 2013, refletirem que boas práticas ambientais podem ainda incluir nos seus hábitos, de modo a tornar o seu dia-a-dia mais sustentável.
A Quercus deseja a todos um excelente Natal e um ano de 2013 muito ecológico!
Lisboa, 21 de Dezembro de 2012
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza