Peixes em perigo de extinção voltam ao meio natural no dia 27 de Março, em Ramalhal, Torres Vedras

Cerca de quatrocentos ruivacos-do-oeste reproduzidos em cativeiro serão libertados no rio Alcabrichel nesta ação de repovoamento

 

Amanhã, dia 27 de março, a Quercus vai proceder à libertação no meio natural de cerca de quatrocentos peixes reproduzidos em cativeiro, numa ação que ocorrerá no rio Alcabrichel, em Ramalhal, Torres Vedras. Os peixes a libertar pertencem à espécie ruivaco-do-oeste (Achondrostoma occidentale), espécie em perigo de extinção, e foram reproduzidos no Posto Aquícola de Campelo - Figueiró dos Vinhos.

 

Esta libertação de peixes ameaçados de extinção surge no âmbito do projeto ”Conservação ex situ de organismos fluviais”, dinamizado pela Quercus, Aquário Vasco da Gama, MARE-ISPA e Faculdade de Medicina Veterinária, e que conta como parceiro a Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos. O projeto está em curso desde 2008, com o objetivo reproduzir e manter populações ex situ de algumas das espécies de peixes de água doce mais ameaçadas no nosso país, e foi durante o ano de 2019 seleccionado como projecto vencedor da iniciativa "Compensação Carbónica" da CTT Expresso, tendo sido igualmente um dos projetos selecionados e apoiados pelo Fundo Ambiental, no âmbito da candidatura ao Aviso “Conservação da Natureza e da Biodiversidade – Melhoria do conhecimento e do estado de conservação do património natural e da biodiversidade do país”.


No âmbito do projeto ”Conservação ex situ de organismos fluviais”, a reprodução de peixes em cativeiro é desenvolvida no Posto Aquícola de Campelo, estrutura disponibilizada pelo Município de Figueiró dos Vinhos e gerida pela Quercus, no âmbito de uma parceria estabelecida, e em instalações do Aquário Vasco da Gama, situado em Oeiras.

No final do processo de reprodução e ambientação em cativeiro, os repovoamentos de peixes são efetuados em troços dos rios de origem (dos indivíduos inicialmente capturados para reprodutores) que apresentem características favoráveis à sobrevivência e reprodução dos peixes. Sempre que possível, estes troços encontram-se associados a projetos de recuperação de linhas de água, envolvendo cidadãos e entidades que localmente efetuam uma monitorização mais ou menos formal destas bacias hidrográficas.

 

Apesar do Estado de Emergência que se vive atualmente em Portugal, a Quercus decidiu manter esta ação de repovoamento, já prevista antes do início da pandemia de COVID-19, uma vez que é da maior urgência realizar a libertação dos peixes devido a obras de requalificação que vão acontecer no Posto Aquícola de Campelo, estrutura de onde provêm os peixes a libertar amanhã. Não sendo possível realizar, como tem sido habitual, uma ação pública de sensibilização nesta ocasião, a Quercus decidiu, como forma de minimizar os riscos associados, reservar a presença na ação a técnicos e voluntários envolvidos no projeto, que tomarão as medidas necessárias ao nível da segurança e higiene.

 

Lisboa, 26 de março de 2020

 

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

 

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