Cimeira do Clima começa em Doha, no Qatar a 26 de Novembro - Quercus participa a partir de dia 30
Começa segunda-feira, dia 26 de Novembro, em Doha, no Qatar, e prolonga-se até dia 7 de Dezembro (eventualmente estendendo-se até domingo, dia 9), a mais importante reunião anual mundial sobre clima, a 18ª Conferência das Partes (COP18) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.
Os acordos alcançados em Durban, em 2011, relançaram a esperança em ultrapassar a desilusão que marcou a Cimeira de Copenhaga em 2009. Há assim a possibilidade de recolocar o mundo num caminho de emissões reduzidas, pronto para tirar partido das oportunidades que surgem pelos novos mercados e inovação tecnológica das tecnologias limpas, pelo investimento, emprego e crescimento económico.
Contudo esta janela de oportunidade estará aberta por pouco tempo. Para tirar partido deste potencial são necessárias ações decisivas na COP18. O nível de ambição a curto prazo tem de ser mais elevado e é imperativo que seja acordado um calendário de negociações de modo a alcançar um regime climático global justo, ambicioso e vinculativo em 2015.
Esta semana, a Agência Europeia do Ambiente alertou para o facto das alterações climáticas estarem a afetar todas as regiões da Europa, causando múltiplos impactes na sociedade e no ambiente, danos que, no futuro, poderão ter custos elevados .
Os maiores investidores mundiais pediram aos governos para intensificarem a sua ação contra as alterações climáticas e para aumentarem o investimento em energia limpa, de modo a evitar um impacto que custará milhões à economia .
Por seu lado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou os dados mais recentes sobre concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera afirmando que esta atingiu um novo recorde em 2011: entre 1990 e 2011 houve um aumento de 30% do forçamento radiativo – a retenção de radiação pelos GEE – devido ao dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito de estufa .
De acordo com o estudo "Turn Down the Heat", encomendado pelo Banco Mundial ao Instituto Potsdam, o mundo caminha para um aquecimento global de 4º Celsius até ao final deste século, isto se a comunidade internacional não agir relativamente ao problema das alterações climáticas.
Este aumento de temperatura global provocará uma alteração profunda no clima mundial – onde algumas regiões serão mais afetadas que outras – onde se inclui ondas de calor sem precedentes em muitas regiões, a diminuição das reservas de alimentos e a subida do nível do mar, afetando centenas de milhões de pessoas .
As principais expectativas para Doha
Estes são alguns dos elementos essenciais que devem ser concluídos em Doha:
• Acordar um aditamento de um segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto (PQ), aplicado a apenas parte dos países desenvolvidos – União Europeia, Noruega, Suiça, Austrália e Nova Zelândia -, com um objetivo de redução de emissões de GEE entre os 25% e 45%, com base nas emissões de 1990.
• Os países desenvolvidos que não têm obrigações no âmbito do PQ devem demonstrar que conhecem as suas responsabilidades através da adoção de compromissos rigorosos e quantificáveis de redução de emissões de GEE, num esforço comparável e transparente em relação aos países com compromissos no âmbito do PQ.
• Acordar que o pico global de emissões será alcançado em 2015, o que significa que os países desenvolvidos precisam de reduzir as suas emissões de forma mais rápida e providenciar apoio aos países em desenvolvimento para que estes possam tomar mais medidas de mitigação.
• Os países em desenvolvimento devem registar as suas ações de mitigação, para além de assumirem reduções voluntárias, incluindo-se aqui o Qatar.
• Os países desenvolvidos devem assumir um compromisso de financiamento público entre 2013-2015 para o Fundo Verde para o Clima.
Quercus em Doha a partir de 30 de Novembro - blog, facebook e twitter darão conta dos desenvolvimentos relevantes na negociação
A Quercus fará parte da delegação oficial de Portugal como organização não governamental de ambiente e Francisco Ferreira, coordenador do Grupo de Energia e Alterações Climáticas, estará presente a partir de 30 de Novembro. A Quercus irá acompanhar os trabalhos ao longo de toda a Conferência e anunciar diversos relatórios em que participou e que serão lá divulgados. Ao mesmo tempo, Ana Rita Antunes, do mesmo grupo de trabalho, estará disponível para esclarecimentos em Portugal.
A Quercus já está a assegurar informação geral atualizada diariamente sobre a reunião e as posições das associações de ambiente através de um blogue e das redes sociais:
- doha.blogs.sapo.pt
- twitter.com/QuercusCOP18
- facebook.com/quercusancn
Lisboa, 23 de novembro de 2012
A Direção Nacional da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza