Centenas de árvores podadas incorrectamente e fora de época

A Quercus - ANCN e a Associação Árvores de Portugal vêm, por este meio, manifestar a sua indignação pelo modo como têm estado a ser executados as podas de centenas de árvores, na Vila de Sintra. Os cortes nas copas e troncos das árvores foram incorrectos porque, entre outros motivos, privaram as árvores de todos os ramos que estavam já cobertos de folhas (ver levantamento fotográfico dentro do artigo).

 

Mesmo se houvesse uma necessidade, sempre pontual, de poda, a Primavera não é a estação do ano mais indicada para o fazer.

 

Os serviços camarários – para mais de uma Autarquia como a de Sintra -, não podem ignorar que a rolagem, ou seja, o corte de ramos com diâmetro superior a 8 cm, é desaconselhado pelos técnicos de arboricultura, como forma de efectuar uma correcta manutenção das árvores ornamentais. Entre outras consequências nefastas, esta prática reduz o valor patrimonial das árvores, diminui a sua longevidade e aumenta o risco de acidentes por originar pernadas com menor resistência.

 

Deste modo, as intervenções realizadas evidenciamumapreocupantefalta de conhecimentosna área da arboricultura. Seria de esperar, de uma edilidade como a de Sintra, vila que é Património da Humanidade, pelo conjunto dos seus valores paisagísticos, maior profissionalismo na gestão dos seusespaços verdes.

 

Esta situação é particularmente incompreensível num concelho que organizou, ainda não há um ano um ciclo de conferências, intitulado “Coisas d’Árvores”, destinado, precisamente, a divulgar boas práticas no domínio da arboricultura. A própria autarquia publicitou esta iniciativa, na sua página oficial na Internet, com as seguintes palavras: “Contribuir para que, se as árvores se pudessem ver ao espelho, gostassem da imagem reflectida e louvassem o cuidado posto na sua fisionomia, saúde e preservação é o tema para o ciclo de acções formativas que a autarquia promove, gratuitamente, no Palácio Valenças, em Sintra.”

 

Olhando para o que se passa, na actualidade, nas ruas de Sintra, duvidamos que alguma dessas árvores gostasse de ver a sua imagem reflectida. Mais incompreensível ainda é o facto da Edilidade de Sintra, ao mesmo tempo que permite a delapidação do seu vasto património arbóreo, apelar a que seja eleita esta Vila como uma das Maravilhas Naturais de Portugal.

 

As Associações signatárias reiteram, publicamente, a disponibilidade para colaborar com a Autarquia, no sentido de garantir que, de futuro, as intervençõescamarárias nas árvores ornamentais do Concelho, sejam orientadas por boas práticas.

 

Para já, é fundamental suster as operações em curso e promover a recuperação, dentro do que for tecnicamente possível, das árvores que foram severamente mutiladas.

 

Pela Direcção Nacional da QUERCUS,

Ana Cristina Figueiredo

 

Pela Direcção da Associação Árvores de Portugal,

Pedro Nuno Teixeira Santos

 

 

 

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