Quioto | Quercus analisa dados agora divulgados relativos ao ano de 2006

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza analisou os dados relativos às emissões de gases de efeito de estufa (GEE) de Portugal no ano de 2006, disponibilizados na passada semana no sítio internet da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (www.unfccc.int).

 

No ano de 2006 as emissões de gases de efeito de estufa atingiram cerca de 82,7 milhões de toneladas (sem se considerar o uso do solo, alteração de uso do solo e floresta). Tal significa uma emissão per capita de aproximadamente 8,27 toneladas/ano. Os dados de 2006 agora conhecidos apontam para 40% de emissões de GEE acima de 1990, 13% acima do limite fixado pelo Protocolo de Quioto. 

 

A situação de seca durante o ano de 2005 tinha agravado as emissões de Portugal em 3,9% entre 2004 e 2005, em relação ao ano-base de 1990. Em 2006, a ocorrência de precipitação levou a uma forte redução das emissões no sector da produção de electricidade, dado que entre 2005 e 2006 se verificou um aumento de produção hídrica em 5700 GWh (a grande hídrica passou de 4500 GWh em 2005 para 10200 GWh em 2006, mais que duplicando a produção). Ao mesmo tempo verificou-se uma redução em 5100 GWh da produção térmica (uma redução em cerca de 20%), com uma consequente diminuição significativa de GEE. Houve ainda um incremento da produção de origem eólica de 1200 GWh, o que se traduziu em conjunto com a componente hídrica num grande aumento de produção global de electricidade por energias renováveis. O próprio saldo importador de electricidade diminuiu 1400 GWh. Assim, no sector da produção de electricidade verificou-se uma redução de 3 milhões de toneladas de dióxido de carbono entre 2005 e 2006. 

 

Curiosamente, os dados associados às emissões resultantes de processos de combustão nos sectores residencial e de serviços, mostram uma enorme redução do consumo de gasóleo no sector dos serviços e de gás butano e propano (botijas e canalizado, excepto gás natural) em ambos os sectores, o que poderá eventualmente ser resultado do Inverno mais ameno que se fez sentir em 2006. Tal traduziu-se numa redução de 1,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono. 

 

O aumento do preço dos combustíveis curiosamente não teve impacte na totalidade das emissões do sector dos transportes que se mantêm aproximadamente iguais entre 2005 e 2006, 96% acima do valor registado em 1990. 

 

Os dados agora divulgados continuam a mostrar a dificuldade de Portugal em cumprir o Protocolo de Quioto, cuja meta de 27% de aumento de emissões em relação a 1990 está já em vigor desde Janeiro de 2008. 

 

A Quercus tem vindo a insistir na incapacidade de implementação de muitas medidas do Programa Nacional para as Alterações Climáticas para a redução das emissões no país, em particular na área do transporte rodoviário, com uma política que continua a passar pela construção de mais estradas e auto-estradas em detrimento de uma mobilidade mais sustentável para passageiros e mercadorias, apenas contrariada pelo elevado preço dos combustíveis. 

 

Quercus estará presente em acção pelo clima no Largo Camões em Lisboa, na terça-feira, 22 de Abril, Dia da Terra 

 

A Quercus, através do projecto “Movimento e Energia” com o apoio da Toyota, irá estar presente durante todo o dia no Largo de Camões numa iniciativa que procura sensibilizar os lisboetas para que a o concelho reduza as suas emissões de gases de efeito de estufa de forma significativa até 2020. 

 

Sob o lema "Vem pedalar com a Quercus e mostra a tua energia" é nosso objectivo despertar para a importância das energias renováveis através do uso de bicicletas adaptadas para a produção de electricidade, as quais accionam diversos mecanismos (lâmpadas, túnel de vento, coluna de água e produção de vapor e geração de ondulação.). A partir daí produz-se de novo mais electricidade com recurso a painéis solares, gerador eólico, hidroeléctrico e de energia das ondas. Ao mesmo tempo estarão em funcionamento diversos equipamentos de uso corrente que utilizarão a electricidade gerada no sistema. É também possível realizar uma competição nas cinco bicicletas instaladas para o efeito, visto que estarão ligadas a watímetros que permitem medir quem produz mais electricidade num período de tempo estabelecido. O stand é assim autónomo em termos da energia utilizada para a iluminação e para os equipamentos aí instalados. 

 

 

Lisboa, 20 de Abril de 2007 

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

 

 

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