A VALORMED enganou os jornalistas e os portugueses: Embalagens de medicamentos não vão para reciclagem

No dia 15 de Fevereiro a VALORMED, Sistema Integrado de Recolha de Embalagens e Medicamentos fora de uso, enviou um comunicado de imprensa com o seguinte título: “Portugueses mais adeptos da reciclagem de medicamentos”.

 

Esta afirmação é completamente falsa! Infelizmente o sistema integrado da VALORMED consiste na recolha das embalagens e medicamentos fora de uso para depois serem tratadas, na sua totalidade, através da incineração, quando as embalagens poderiam ser facilmente recicladas.

 

A Quercus questiona-se se o teor do comunicado foi intencional ou simplesmente se trata de um erro. Se foi intencional, não podemos deixar de condenar este tipo de mentiras a entidades com responsabilidades ao nível de sistemas integrados. 

 

Contudo, consideramos ainda mais grave se a afirmação foi produzida por simples incompetência na interpretação da legislação comunitária e nacional. A reciclagem material é completamente diferente da incineração de resíduos, a hierarquia de gestão de resíduos, prevista na legislação, é clara: Redução, Reutilização e Reciclagem. Só a seguir vem formas de eliminação (incineração e aterro).

 

Aproveitamos a oportunidade para informar a comunicação social que a Quercus desde o início da constituição da VALORMED, através da participação nas reuniões do Conselho Consultivo, tem vido a alertar para a possibilidade da reciclagem destes resíduos objectos de recolha selectiva nas farmácias que resulta do esforço do cidadão.

 

Recentemente, a Quercus fez uma proposta de experiência piloto de triagem destes resíduos que foi rejeitada pela VALORMED. A Quercus alertou também o INR – Instituto dos Resíduos para na revisão da licença da VALORMED se prever ao início da triagem e envio de reciclagem destes resíduos.

 

Estes resíduos são recicláveis[1], e a própria VALORMED sabe disso, pois pagou um estudo para a sua caracterização, tendo concluído que são constituídos principalmente por vidro (44,2%) papel/cartão (27,7%), e plástico (10,4%). Esta situação é, no mínimo, caricata quando temos uma empresa, licenciada pelo INR, para tratar resíduos semelhantes vindos das farmácias hospitalares e da própria indústria farmacêutica.

 

A VALORMED, mesmo sabendo que os seus resíduos são recicláveis e que existem em Portugal soluções ao nível da triagem e reciclagem insiste em queimar o esforço dos portugueses, que entregam estes resíduos nas farmácias, vindo depois chamar a isso reciclagem!

 

Lisboa, 22 de Fevereiro de 2006

Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

 

 

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