Mortandade de Abutres em Castelo Branco - Quercus Pede Mais Operacionais no Terreno

A QUERCUS está a acompanhar e a tentar minimizar os efeitos da mortandade por envenenamento de abutres que está a acorrer na zona de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco. Desde Sábado morreram já 12 aves.

 

Desde o último sábado, quando começaram a aparecer os primeiros animais envenenados, foram já recolhidos pela QUERCUS, em conjunto com outras entidades, 23 aves envenenadas, das quais 22 Grifos e um Abutre Negro, esta última extremamente rara e que já esteve extinta em Portugal. Dos 23 abutres recolhidos, 12 estão mortos (incluindo o Abutre Negro) e os restantes estão neste momento em convalescência no Centro de Recuperação da Animais Selvagens (CRAS) da QUERCUS em Castelo Branco.

 

Não há memória, nas últimas duas décadas, de nenhuma situação de envenenamento com estas proporções e o facto de continuarem a chegar mais aves envenenadas ao CRAS da QUERCUS, a dimensão deste atentado ambiental poderá ser ainda muito maior.

 

A fonte de toda esta situação ainda não foi identificada pelo que poderá continuar a provocar mais envenenamentos. Por outro lado, dada a dispersão das aves, poderão existir ainda mais abutres mortos ou moribundos no terreno. Assim, e tendo em conta que os escassos elementos da GNR e do ICN no local não são minimamente suficientes para a realização de batidas na área, que possibilitem a detecção da fonte de envenenamento e a recolha dos animais afectados, a QUERCUS solicitou já ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, ao Instituto de Conservação da Natureza e à Direcção Geral de Florestas a disponibilização de mais efectivos.

 

A zona onde está a ocorrer mais este crime contra à Conservação da Natureza em Portugal foi já palco de outras situações de envenenamento, embora com consequências muito menores. Esta pode ser mais uma situação ilegal de controle de predadores, pois o local é essencialmente caracterizado por possuir zonas dedicadas à caça e às actividades agrícolas. Por vezes pode também acontecer que, pelo facto das entidades competentes não recolherem os cães vadios, os agricultores procedem ao envenenamento, o qual atinge também as aves de rapina.

 

Pelo facto desta situação estar a atingir inúmeras aves, deverá decorrer da existência de uma ou mais carcaças de gado envenenadas que estarão a servir de alimento aos abutres. A QUERCUS apresentou junto da GNR uma queixa contra desconhecidos e sabe que foram já enviadas amostras para o Laboratório Nacional de Investigação Veterinária e para a Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, por forma a proceder à identificação do veneno utilizado.

 

A QUERCUS exige que sejam encontrados os responsáveis por este acto criminoso e que sejam disponibilizados imediatamente mais elementos para fazer face às necessidades existentes no terreno.

 

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

Lisboa, 10 de Outubro de 2003

 

 

 

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