{"id":9960,"date":"2021-03-03T17:07:53","date_gmt":"2021-03-03T17:07:53","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=9960"},"modified":"2021-03-03T17:07:53","modified_gmt":"2021-03-03T17:07:53","slug":"quercus-alerta-para-a-destruicao-de-montado-de-azinho","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/quercus-alerta-para-a-destruicao-de-montado-de-azinho\/","title":{"rendered":"Quercus alerta para a destrui\u00e7\u00e3o de montado de azinho"},"content":{"rendered":"

Em causa a instala\u00e7\u00e3o de olival intensivo em Avis e Sousel<\/h2>\n

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A Quercus foi alertada recentemente para o arranque de centenas de azinheiras de grande porte, sem autoriza\u00e7\u00e3o do ICNF – Instituto de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza e Florestas, com o objetivo de instalar um olival intensivo na Herdade do Ramalho, situada nos concelhos de Avis e de Sousel, no Alto Alentejo.<\/p>\n

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A empresa agr\u00edcola que arrendou a Herdade do Ramalho ter\u00e1, segundo as den\u00fancias que chegaram \u00e0 Associa\u00e7\u00e3o, cortado recentemente e arrancado mais de um milhar de azinheiras, no total em diversas parcelas inclu\u00eddas em povoamento de montado de azinho, fortemente protegido pela legisla\u00e7\u00e3o nacional de prote\u00e7\u00e3o aos povoamentos de sobreiro e azinheira.<\/p>\n

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S\u00f3 numa das parcelas atingidas por este corte foram arrancadas cerca de 900 azinheiras verdes, o que pode ser visualizado nas fotografias de sat\u00e9lite do Google Earth, comparando-se as fotografias recentes de 2018 com as de anos anteriores.<\/p>\n

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O Dec. Lei n.\u00ba 169\/2001, relativo \u00e0 prote\u00e7\u00e3o do sobreiro e azinheira, apesar de prever a possibilidade de cortes de exemplares destas esp\u00e9cies para empreendimentos agr\u00edcolas, refere que o projeto tem de ser obrigatoriamente reconhecido pelo Governo como relevante e de sustent\u00e1vel interesse para a economia local, o que manifestamente n\u00e3o aconteceu neste caso.<\/p>\n

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A Quercus relembra que os abates ilegais de povoamentos de azinheiras e sobreiros configuram uma penaliza\u00e7\u00e3o legal de inibi\u00e7\u00e3o de altera\u00e7\u00e3o do uso do solo durante o per\u00edodo de 25 anos, raz\u00e3o pela qual a convers\u00e3o em olival intensivo n\u00e3o \u00e9 permitida.<\/p>\n

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O promotor do olival intensivo de regadio, tamb\u00e9m drenou lagoas tempor\u00e1rias em \u00e1reas condicionadas pela REN \u2013 Reserva Ecol\u00f3gica Nacional, sobre o aqu\u00edfero de Casa Branca \u2013 Cano, comprometendo a disponibilidade de \u00e1gua para outros usos, nos concelhos de Sousel e Avis.<\/p>\n

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Mais meios de fiscaliza\u00e7\u00e3o s\u00e3o essenciais para prevenir eventuais novos arranques de azinheiras<\/strong><\/p>\n

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A Quercus considera grave que nenhuma autoridade nacional ligada ao Ambiente ou \u00e0 Agricultura tenha detetado este grande corte de azinheiras e, dada a dimens\u00e3o do mesmo alertou o ICNF, a GNR e a Administra\u00e7\u00e3o da Regi\u00e3o Hidrogr\u00e1fica do Tejo e Oeste\/APA, para atuarem em conformidade, com o levantamento dos autos de not\u00edcia e a instru\u00e7\u00e3o de processos de contraordena\u00e7\u00e3o que intimem a empresa a repor a situa\u00e7\u00e3o anterior \u00e0 infra\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Os terrenos onde foram arrancadas as azinheiras, localizam-se junto do Monte do Ramalho, unidade de Turismo Rural do Alto Alentejo, sendo que a destrui\u00e7\u00e3o de uma paisagem cultural como o montado de azinho, para ser transformado numa planta\u00e7\u00e3o intensiva de olival em monocultura, com o uso excessivo de herbicidas, pesticidas e fertilizantes de s\u00edntese \u00e9 prejudicial \u00e0s pessoas e ao pr\u00f3prio turismo alentejano, que pretende ser uma mostra daquilo que Portugal tem de aut\u00eantico, tamb\u00e9m ao n\u00edvel dos seus valores naturais e culturais.<\/p>\n

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Segundo um estudo recente, a \u00e1rea de olival intensivo e superintenso em Portugal, representa j\u00e1 cerca de 38 mil hectares do territ\u00f3rio. No entanto, estes valores dever\u00e3o ser mais elevados devido h\u00e1 tend\u00eancia de crescimento deste tipo de cultura, que na \u00faltima d\u00e9cada tem tido um apoio excessivo por parte dos v\u00e1rios Governos e pol\u00edticas agr\u00edcolas europeias.<\/p>\n

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A Quercus considera que o arranque de azinheiras agora denunciado em Avis e Sousel representa um crime ambiental de extrema gravidade, uma vez que implica a destrui\u00e7\u00e3o de montado de azinho, um ecossistema \u00fanico e um verdadeiro s\u00edmbolo nacional. A atua\u00e7\u00e3o firme do Governo \u00e9 essencial neste caso, sendo absolutamente necess\u00e1rio o cumprimento da legisla\u00e7\u00e3o em vigor, com a reposi\u00e7\u00e3o do montado de azinho anteriormente existente.<\/p>\n

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Lisboa, 30 de outubro de 2018<\/p>\n

A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

A Dire\u00e7\u00e3o do N\u00facleo Regional de Portalegre da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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