{"id":9912,"date":"2021-03-03T17:04:50","date_gmt":"2021-03-03T17:04:50","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=9912"},"modified":"2021-03-03T17:04:50","modified_gmt":"2021-03-03T17:04:50","slug":"derrocada-em-borba","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/derrocada-em-borba\/","title":{"rendered":"Derrocada em Borba"},"content":{"rendered":"

Um exemplo claro da forma como se est\u00e1 a explorar o Planeta acima dos limites, sem preven\u00e7\u00e3o ou prote\u00e7\u00e3o<\/h2>\n

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A derrocada do talude de uma pedreira, potenciada pela explora\u00e7\u00e3o exaustiva dos recursos naturais, onde os valores econ\u00f3micos se sobrepuseram aos crit\u00e9rios ambientais e de seguran\u00e7a, n\u00e3o \u00e9 apenas um exemplo da falta de uma pol\u00edtica de preven\u00e7\u00e3o, que infelizmente tem vindo a ser cada vez mais comum em Portugal, com consequ\u00eancias a lamentar pela perda de vidas humanas, mas uma imagem do que se passa a n\u00edvel mundial com a explora\u00e7\u00e3o desenfreada dos recursos naturais.<\/p>\n

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Esgotamento de Recursos<\/strong><\/p>\n

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A explora\u00e7\u00e3o exaustiva dos recursos naturais, como as rochas ornamentais ou a areia, t\u00eam registado um significativo crescimento nos \u00faltimos anos, facto que levou a que a 1 de agosto deste ano, fosse declarado o prazo em que a humanidade teria consumido todos os recursos naturais do Planeta.<\/p>\n

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No caso da extra\u00e7\u00e3o de inertes \u00e9 not\u00f3ria a sobreposi\u00e7\u00e3o dos aspetos econ\u00f3micos face aos aspetos ambientais, e at\u00e9 mesmo de seguran\u00e7a. A Quercus considera que os objetivos est\u00e3o invertidos, e assim n\u00e3o h\u00e1 forma do pa\u00eds contribuir para o compromisso assumido com o novo paradigma da Economia Circular. O verdadeiro impacte ambiental desta atividade n\u00e3o vem refletido no pre\u00e7o a que os produtos s\u00e3o comercializados, inviabilizando o escoamento por exemplo dos agregados provenientes de processos de reciclagem, o que contribuiria para uma utiliza\u00e7\u00e3o mais sustent\u00e1vel dos recursos naturais.<\/p>\n

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Falta de Pol\u00edtica de Preven\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

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A press\u00e3o econ\u00f3mica que se sente em algumas zonas do pa\u00eds, como no caso da Regi\u00e3o do Alentejo, conhecida como o maior centro produtor de rochas\u00a0ornamentais, faz com que, por vezes, as extra\u00e7\u00f5es sejam levadas ao extremo, n\u00e3o se respeitando limites de seguran\u00e7a nem a import\u00e2ncia de precaver a estabilidade dos taludes, como este exemplo t\u00e3o claramente mostra. A estrada nacional 255 foi transformada num corredor, com risco elevado de derrocada ao atravessar diversas pedreiras onde o subsolo j\u00e1 mostrava sinais de fragilidade. Ali\u00e1s, diversos estudos apontam para o risco de derrocada da referida estrada, h\u00e1 mais de 4 anos, n\u00e3o tendo sido suficientes para implementar uma pol\u00edtica de preven\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o dos utilizadores desta estrada nacional ao risco de derrocada, que infelizmente terminou na morte de diversas pessoas \u2013 impacte imposs\u00edvel de calcular.<\/p>\n

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A Quercus considera esta situa\u00e7\u00e3o grave e apela para uma avalia\u00e7\u00e3o \u00e0s atuais pedreiras em outras localiza\u00e7\u00f5es do pa\u00eds, por forma a n\u00e3o se verificarem situa\u00e7\u00f5es identificas e erros repetidos, com a descurada considera\u00e7\u00e3o das recomenda\u00e7\u00f5es t\u00e9cnicas.<\/p>\n

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Abandono das Pedreiras e transforma\u00e7\u00e3o das mesmas em vazadouros<\/strong><\/p>\n

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A restaura\u00e7\u00e3o, reabilita\u00e7\u00e3o ou reconvers\u00e3o destes locais de extra\u00e7\u00e3o dever\u00e3o promover a recupera\u00e7\u00e3o do estado original do terreno, atrav\u00e9s de uma recupera\u00e7\u00e3o paisag\u00edstica na \u00e1rea afetada pela escava\u00e7\u00e3o que dever\u00e1 avan\u00e7ar, caso seja poss\u00edvel, simultaneamente com a explora\u00e7\u00e3o, minimizando o tempo de opera\u00e7\u00e3o do per\u00edodo de uso de solo e garantindo a reabilita\u00e7\u00e3o da \u00e1rea no final da explora\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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No entanto, segundo a Quercus conseguiu apurar, numa grande maioria dos casos, a recupera\u00e7\u00e3o \u00e9 realizada recorrendo \u00e0 deposi\u00e7\u00e3o ilegal de res\u00edduos de origens e naturezas t\u00e3o diversas, sem qualquer triagem, onde podemos encontrar inclusive res\u00edduos perigosos como amianto ou, por outro lado, s\u00e3o completamente abandonadas sem qualquer recupera\u00e7\u00e3o, descuidadas e n\u00e3o vigiadas, podendo apresentar-se como uma fonte de risco para outro tipo de acidentes.<\/p>\n

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Nota:<\/strong>\u00a0A Quercus lamenta profundamente o acidente ocorrido em Borba e a perda de vidas humanas. Apresenta o seu sentido pesar a todos os familiares das v\u00edtimas resultantes desta acidental derrocada.<\/p>\n

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Lisboa, 21 de novembro de 2018<\/p>\n

O Grupo de Trabalho de Res\u00edduos da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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