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A Quercus teve conhecimento pela imprensa de que \u201cA Iberdrola viu-se confrontada com um problema geot\u00e9cnico numa das tr\u00eas barragens que est\u00e1 a construir no rio T\u00e2mega, que a obrigou a suspender temporariamente alguns dos trabalhos.\u201d Outras fontes de informa\u00e7\u00e3o provenientes da popula\u00e7\u00e3o local, garantiram que as obras est\u00e3o completamente paradas na barragem do Alto-T\u00e2mega.<\/p>\n
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O alinhamento quase retil\u00edneo do curso fluvial do rio T\u00e2mega, correndo de NE para SO, segue o sulco de uma falha sismo-tect\u00f3nica terci\u00e1ria que os respons\u00e1veis pelo Plano Nacional de Barragens e pelo Estudo de Impacte Ambiental quiseram ignorar, apesar de avisados em diversos momentos do processo.<\/p>\n
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As falhas geol\u00f3gicas s\u00e3o um perigo real de seguran\u00e7a e a reten\u00e7\u00e3o de centenas de milh\u00f5es de toneladas de \u00e1gua podem alavancar os riscos devido \u00e0 deforma\u00e7\u00e3o da crosta terrestre e press\u00e3o acrescida sobra a falha geol\u00f3gica.<\/p>\n
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Existem outros impactes geol\u00f3gicos que tamb\u00e9m n\u00e3o foram devidamente avaliados. J\u00e1 no in\u00edcio desta d\u00e9cada, o professor Adriano Bordalo e S\u00e1, do Instituto de Ci\u00eancias Biom\u00e9dicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, referiu em declara\u00e7\u00f5es \u00e0 Lusa que “o rio Douro tem na sua bacia hidrogr\u00e1fica em Portugal e em Espanha mais de 50 barragens. H\u00e1 60 anos estima-se que a quantidade de areia transportada era na ordem dos dois milh\u00f5es de toneladas por ano e agora, 60 anos depois, com mais de 50 grandes barragens, o caudal s\u00f3lido est\u00e1 reduzido a 250 mil toneladas. Falta-nos areia vinda de terra para o mar”, acrescentou, explicando que as barragens “interrompem o caudal natural da \u00e1gua, mas tamb\u00e9m dos sedimentos” e que, “ao contr\u00e1rio do que tentam vender, a hidroeletricidade n\u00e3o \u00e9 verde”.<\/p>\n
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Este problema da reten\u00e7\u00e3o de sedimentos nas barragens, tem provocado o desaparecimento de praias e o gasto de verbas muito avultadas em obras de prote\u00e7\u00e3o do litoral. Situa\u00e7\u00e3o que s\u00f3 pode piorar com a constru\u00e7\u00e3o das barragens do T\u00e2mega.<\/p>\n
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N\u00e3o podemos esquecer igualmente os impactes no desenvolvimento socioecon\u00f3mico da regi\u00e3o, afetando nomeadamente o turismo da natureza, a pr\u00e1tica da pesca desportiva, da canoagem e da atividade balnear nas praias fluviais.<\/p>\n
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Tamb\u00e9m s\u00e3o conhecidos, mas ignorados, os efeitos sobre a biodiversidade, com particular efeito graves nas popula\u00e7\u00f5es de peixes nativos e na popula\u00e7\u00e3o de lobo- ib\u00e9rico na regi\u00e3o do Alv\u00e3o-Mar\u00e3o.<\/p>\n
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Assim, existindo fortes ind\u00edcios de problemas geotect\u00f3nicos que podem colocar em perigo a estabilidade das barragens e a seguran\u00e7a das pessoas e bens na bacia do T\u00e2mega e Douro, a Quercus pede ao governo que, seguindo o princ\u00edpio da precau\u00e7\u00e3o, mande suspender as obras de todas as barragens do T\u00e2mega at\u00e9 que estas quest\u00f5es sejam cabalmente esclarecidas.<\/p>\n
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Lisboa, 11 de junho de 2019<\/p>\n
A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n
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J\u00e1 tinha sido pedido um novo Estudo de Impacte Ambiental para as barragens da Iberdrola no Alto T\u00e2mega pela Quercus, em Mar\u00e7o de 2016 A Quercus teve conhecimento pela imprensa de que \u201cA Iberdrola viu-se confrontada com um problema geot\u00e9cnico numa das tr\u00eas barragens que est\u00e1 a construir no rio T\u00e2mega, que a obrigou […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[111,148],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9849"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=9849"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9849\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":9885,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9849\/revisions\/9885"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=9849"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=9849"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=9849"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}