{"id":9781,"date":"2021-03-03T16:44:50","date_gmt":"2021-03-03T16:44:50","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=9781"},"modified":"2021-03-03T16:44:50","modified_gmt":"2021-03-03T16:44:50","slug":"grandes-empresas-de-eletricidade-chegam-a-acordo-para-prolongar-a-vida-da-central-nuclear-de-almaraz","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/grandes-empresas-de-eletricidade-chegam-a-acordo-para-prolongar-a-vida-da-central-nuclear-de-almaraz\/","title":{"rendered":"Grandes empresas de eletricidade chegam a acordo para prolongar a vida da Central Nuclear de Almaraz"},"content":{"rendered":"

O Movimento Ib\u00e9rico Antinuclear (MIA) considera que os propriet\u00e1rios da Central n\u00e3o apresentam fiabilidade suficiente para continuar a explorar esta infraestrutura nuclear e exige que o Governo Espanhol n\u00e3o autorize a extens\u00e3o da licen\u00e7a de opera\u00e7\u00e3o, que expira em 10 de junho de 2020<\/strong><\/p>\n

 <\/p>\n

O tenso processo de negocia\u00e7\u00e3o entre os propriet\u00e1rios da Central Nuclear de Almaraz mostra um debate viciado e baseado exclusivamente nos benef\u00edcios da extens\u00e3o do seu funcionamento. O MIA considera que a extens\u00e3o das autoriza\u00e7\u00f5es de opera\u00e7\u00e3o envolver\u00e1 verifica\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a caras e complexas, que obrigar\u00e3o as empresas de eletricidade a investir bilh\u00f5es de euros, o que sem d\u00favida afetar\u00e1 o pre\u00e7o da eletricidade. Por outro lado, o conflito de tens\u00e3o mostra claramente que a incapacidade de acordo entre os propriet\u00e1rios sup\u00f5e um risco adicional ao pr\u00f3prio envelhecimento da Central.<\/p>\n

 <\/p>\n

O acordo de renova\u00e7\u00e3o da Central Nuclear de Almaraz, acordado ap\u00f3s meses de tensas negocia\u00e7\u00f5es entre Iberdrola, Naturgy e Endesa, deixa claro que a \u00fanica raz\u00e3o para sua exist\u00eancia \u00e9 a obten\u00e7\u00e3o de um lucro econ\u00f3mico adicional. Al\u00e9m disso, este tenso conflito mostra claramente que, como aconteceu em Garo\u00f1a, o principal perigo da Central \u00e9 a atitude dos seus propriet\u00e1rios, que parecem apenas considerar o lucro econ\u00f3mico.<\/p>\n

 <\/p>\n

O MIA exige que o Governo Espanhol n\u00e3o autorize a extens\u00e3o da licen\u00e7a de opera\u00e7\u00e3o para a Central Nuclear de Almaraz, que expira em 10 de junho de 2020.<\/p>\n

 <\/p>\n

As duas unidades da Central atingem 40 anos de opera\u00e7\u00e3o em 2021 e 2023, respetivamente. As organiza\u00e7\u00f5es do MIA consideram que n\u00e3o faz sentido sujeitar os dois reatores a inspe\u00e7\u00f5es profundas e dispendiosas, em termos econ\u00f3micos e de doses radioativas recebidas pelos trabalhadores na infraestrutura. A Central coloca em risco n\u00e3o s\u00f3 o territ\u00f3rio espanhol, mas tamb\u00e9m o portugu\u00eas, atrav\u00e9s da poss\u00edvel dispers\u00e3o da radioatividade pela atmosfera e pelo rio Tejo, em caso de acidente com fuga radioativa.<\/p>\n

 <\/p>\n

Para o Movimento Ib\u00e9rico Antinuclear (MIA), as empresas detentoras da Central n\u00e3o cumprem os requisitos m\u00ednimos de fiabilidade para continuar a operar uma energia t\u00e3o perigosa como a nuclear. Por conseguinte, o MIA exige a n\u00e3o renova\u00e7\u00e3o da licen\u00e7a de funcionamento da Central Nuclear de Almaraz, o seu desmantelamento e o estabelecimento de um imposto relativo \u00e0 propriedade e que garanta financeiramente a insufici\u00eancia de fundos previstos para a gest\u00e3o dos res\u00edduos nucleares para as quais os propriet\u00e1rios da Central s\u00e3o respons\u00e1veis.<\/p>\n

 <\/p>\n

Como esta organiza\u00e7\u00e3o j\u00e1 assinalou, a possibilidade de estender o calend\u00e1rio de encerramento das Centrais Nucleares espanholas at\u00e9 ao per\u00edodo entre 2025 e 2035, significaria que todos os reatores passariam os 40 anos de funcionamento e, em alguns casos, at\u00e9 os 50. Para o Movimento Ib\u00e9rico Antinuclear esta proposta \u00e9 inadmiss\u00edvel. Entre as raz\u00f5es apontadas, vale a pena destacar os problemas de seguran\u00e7a que se tornar\u00e3o mais agudos \u00e0 medida que os sistemas das Centrais envelhecem. Assim, a extens\u00e3o das autoriza\u00e7\u00f5es de opera\u00e7\u00e3o envolveria verifica\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a caras e complexas que for\u00e7ariam as empresas el\u00e9tricas a investir bilh\u00f5es de euros que, sem d\u00favida, afetariam futuramente o pre\u00e7o da eletricidade.<\/p>\n

 <\/p>\n

Por outro lado, esse prolongamento aumentaria o volume de res\u00edduos nucleares de alta atividade em cerca de 175 toneladas por ano, sem existir ainda um m\u00e9todo aceit\u00e1vel para a sua gest\u00e3o e destino final. O mesmo aconteceria com a produ\u00e7\u00e3o de res\u00edduos nucleares de m\u00e9dia e baixa atividade que n\u00e3o caberiam no cemit\u00e9rio nuclear de El Cabril (C\u00f3rdoba).<\/p>\n

 <\/p>\n

Neste sentido, o Movimento Ib\u00e9rico Antinuclear, que re\u00fane cerca de 50 organiza\u00e7\u00f5es ambientais e c\u00edvicas de Espanha e de Portugal, entre as quais a Quercus, aponta que o sexto programa de gest\u00e3o dos res\u00edduos radioativos \u00e9 uma promessa v\u00e3 e afirma que a licen\u00e7a de explora\u00e7\u00e3o da Central Nuclear de Almaraz (C\u00e1ceres), que expira em 8 de junho de 2020, n\u00e3o deve ser renovada, apesar da autoriza\u00e7\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o do Armaz\u00e9m Tempor\u00e1rio individualizado (ATI) e da decis\u00e3o tomada agora pelas empresas que a exploram.<\/p>\n

 <\/p>\n

 <\/p>\n

Lisboa, 22 de mar\u00e7o de 2019<\/p>\n

 <\/p>\n

A Comiss\u00e3o Coordenadora do MIA em Portugal<\/p>\n

A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O Movimento Ib\u00e9rico Antinuclear (MIA) considera que os propriet\u00e1rios da Central n\u00e3o apresentam fiabilidade suficiente para continuar a explorar esta infraestrutura nuclear e exige que o Governo Espanhol n\u00e3o autorize a extens\u00e3o da licen\u00e7a de opera\u00e7\u00e3o, que expira em 10 de junho de 2020   O tenso processo de negocia\u00e7\u00e3o entre os propriet\u00e1rios da Central […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[111,145],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9781"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=9781"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9781\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":9790,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9781\/revisions\/9790"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=9781"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=9781"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=9781"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}