Tratar os doentes de cancro provocado pelo amianto pode ser 50 vezes mais caro que remover uma cobertura em fibrocimento. Prevenir continua a ser a chave para o problema.<\/p>\n
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Remover o amianto numa interven\u00e7\u00e3o correta e cumprindo todos os crit\u00e9rios de seguran\u00e7a \u00e9 muito mais barato que tratar um doente de cancro provocado pela exposi\u00e7\u00e3o ao amianto.<\/p>\n
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Para retirar 500m2 de amianto, uma cobertura m\u00e9dia de uma escola os custos s\u00e3o de cerca de 5.000\u20ac, incluindo an\u00e1lises e gest\u00e3o dos res\u00edduos, enquanto tratar um mesotelioma (cancro da pleura do pulm\u00e3o, provocado exclusivamente pela exposi\u00e7\u00e3o ao amianto) custa em m\u00e9dia ao Servi\u00e7o Nacional de Sa\u00fade (SNS) 262.939\u20ac, segundo dados da Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) valor que est\u00e1 de acordo com a m\u00e9dia europeia. De fora destes n\u00fameros ficam todos os gastos que esta situa\u00e7\u00e3o provoca no seio das fam\u00edlias e em particular na vida destes doentes. Este \u00e9 o valor refer\u00eancia que o Estado Portugu\u00eas tem que despender, ou seja, 50 vezes mais que remover uma cobertura.\u00a0(1)<\/p>\n
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Neste momento em Portugal ainda n\u00e3o est\u00e3o identificados todos os espa\u00e7os p\u00fablicos e privados onde se suspeita da exist\u00eancia destas fibras carcinog\u00e9nicas. Tomando em considera\u00e7\u00e3o apenas as 63 escolas referenciadas pelo Minist\u00e9rio do Ambiente e a t\u00edtulo de exemplo, o investimento que se exige ao Governo ser\u00e1 de cerca de 300 mil euros para a remo\u00e7\u00e3o destes materiais ao inv\u00e9s dos muitos milh\u00f5es de euros que ter\u00e1 de dispensar no cuidado das v\u00edtimas, podendo assim evitar que o n\u00famero de vidas perdidas continue a aumentar.<\/p>\n
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A SOS AMIANTO, Plataforma da Quercus, considera positiva toda a mobiliza\u00e7\u00e3o que tem vindo a ser feita em torno das escolas e que esta sirva para alertar o Estado Portugu\u00eas e os Portugueses em geral, para este problema. A exist\u00eancia de amianto nestes e noutros edif\u00edcios e equipamentos, bem como o risco que esta situa\u00e7\u00e3o pode acarretar para a sa\u00fade daqueles que frequentam estes espa\u00e7os deve ser avaliada e \u00e9 fundamental ponderar o tipo de interven\u00e7\u00e3o que ser\u00e1 realizada para a remo\u00e7\u00e3o do mesmo, dado que a falta de conhecimento pode ser desastrosa se o processo for mal executado. Recordamos que \u00e9 na altura do manuseamento destes materiais que existe um dos momentos de maior risco dada a exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 liberta\u00e7\u00e3o de fibras de amianto.<\/p>\n
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Nesse sentido, a SOS AMIANTO j\u00e1 contactou algumas ordens profissionais e for\u00e7as pol\u00edticas com representa\u00e7\u00e3o na Assembleia da Rep\u00fablica, para apresentar a preocupa\u00e7\u00e3o com este tema e mostrar disponibilidade em trabalhar em parceria para informar e sensibilizar para a tem\u00e1tica do amianto, \u00e0 semelhan\u00e7a do trabalho que temos vindo a fazer em Portugal e no estrangeiro.<\/p>\n
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Por mais urgente que seja a necessidade de intervir os espa\u00e7os, \u00e9 muito importante realizar a remo\u00e7\u00e3o de forma ponderada. \u00c9 nesta fase que existe maior risco, quer para os trabalhadores que removem o amianto, quer para os utilizadores dos espa\u00e7os, bem como para a popula\u00e7\u00e3o que reside na envolv\u00eancia do edif\u00edcio intervencionado.<\/p>\n
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A exist\u00eancia de amianto num espa\u00e7o ter\u00e1 que ser devidamente avaliada para promover de forma segura uma interven\u00e7\u00e3o cred\u00edvel para come\u00e7ar. Nunca devemos esquecer que este processo dever\u00e1 ter empresas especializadas para a interven\u00e7\u00e3o e dever\u00e3o serem realizadas garantindo a n\u00e3o ocupa\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o intervencionado por outros que n\u00e3o sejam os trabalhadores devidamente credenciados para o efeito.<\/p>\n
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Numa fase posterior, j\u00e1 depois de embalados, os res\u00edduos s\u00e3o geralmente encaminhados para aterros licenciados, por empresas tamb\u00e9m elas licenciadas para o efeito, n\u00e3o apresentando qualquer risco ambiental. Os aterros industriais est\u00e3o legalmente autorizados a receber este tipo de res\u00edduos.<\/p>\n
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Em Fran\u00e7a, por exemplo, \u00e9 proibido remover amianto em escolas aos fins-de-semana ou durante a noite, apenas sendo permitido a sua remo\u00e7\u00e3o em f\u00e9rias escolares. Aqui em Portugal, desde que o ACT aprove, remove-se amianto em qualquer altura, o que \u00e9 lament\u00e1vel, na medida em que uma obra desta natureza requer a prepara\u00e7\u00e3o para a preven\u00e7\u00e3o da poss\u00edvel liberta\u00e7\u00e3o de fibras e a sua monitoriza\u00e7\u00e3o com an\u00e1lises \u00e0 qualidade do ar, para garantir que, ap\u00f3s a remo\u00e7\u00e3o, os espa\u00e7os encontram-se aptos para ocupa\u00e7\u00e3o humana, procedimentos que n\u00e3o s\u00e3o poss\u00edveis ser implementados durante um fim-de-semana.<\/p>\n
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A SOS AMIANTO j\u00e1 recebeu mais de 100 den\u00fancias, referentes a escolas e outros edif\u00edcios p\u00fablicos e privados, e mantem contactos com v\u00edtimas que trabalharam em f\u00e1bricas de produ\u00e7\u00e3o de fibrocimento, ind\u00fastria naval e estaleiros, bem como da constru\u00e7\u00e3o civil. Para estes \u00e9 preciso uma aten\u00e7\u00e3o especial, na medida em que n\u00e3o existe um programa de rastreio m\u00e9dico precoce para prevenir o desenvolvimento de doen\u00e7as provocadas pela anterior exposi\u00e7\u00e3o ao amianto, facto para o qual a SOS AMIANTO j\u00e1 pediu aten\u00e7\u00e3o ao Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n
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Sendo que a vida humana n\u00e3o tem pre\u00e7o e n\u00e3o podemos quantificar e qualificar o efeito na qualidade de vida das pessoas e dos seus familiares, bem como atribuir um valor econ\u00f3mico ao sofrimento, fica bem patente que agir na preven\u00e7\u00e3o fica tamb\u00e9m mais barato ao er\u00e1rio p\u00fablico.<\/p>\n
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