{"id":9705,"date":"2021-03-03T16:33:36","date_gmt":"2021-03-03T16:33:36","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=9705"},"modified":"2021-03-03T16:33:36","modified_gmt":"2021-03-03T16:33:36","slug":"combate-a-desertificacao-e-um-parente-pobre-das-politicas-ambientais-em-portugal","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/combate-a-desertificacao-e-um-parente-pobre-das-politicas-ambientais-em-portugal\/","title":{"rendered":"Combate \u00e0 desertifica\u00e7\u00e3o \u00e9 um parente pobre das pol\u00edticas ambientais em Portugal"},"content":{"rendered":"

Quercus estima que para a\u00e7\u00f5es de prote\u00e7\u00e3o, recupera\u00e7\u00e3o e expans\u00e3o da Floresta Aut\u00f3ctone seria necess\u00e1rio um investimento anual m\u00ednimo de mil milh\u00f5es de euros<\/strong><\/h2>\n

No Dia Mundial da Combate \u00e0 Desertifica\u00e7\u00e3o e \u00e0 Seca, em que este ano se assinalam tamb\u00e9m tr\u00eas anos do tr\u00e1gico inc\u00eandio florestal de Pedr\u00f3g\u00e3o Grande, a Quercus lamenta que pouco tenha mudado na recupera\u00e7\u00e3o da Floresta Aut\u00f3ctone em Portugal e exige um refor\u00e7o do investimento p\u00fablico para combater a seca e a degrada\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio. O dia 17 de junho foi declarado como o “Dia Mundial da Combate \u00e0 Desertifica\u00e7\u00e3o e \u00e0 Seca” (World Day to Combat Desertification – WDCD) pela Assembleia-Geral das Na\u00e7\u00f5es Unidas, em 1994. Infelizmente, a \u00e1rea de zonas des\u00e9rticas, \u00e1ridas e semi\u00e1ridas n\u00e3o para de aumentar desde essa data em Portugal. Pelo menos um ter\u00e7o do territ\u00f3rio j\u00e1 se encontra em situa\u00e7\u00e3o degradada. O fen\u00f3meno da aridez dos solos agrava-se no Alentejo e Algarve e est\u00e1 a expandir-se progressivamente para outras zonas do territ\u00f3rio.<\/strong><\/p>\n

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As altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e o aumento da temperatura m\u00e9dia, que provocar\u00e3o, inevitavelmente, a expans\u00e3o da desertifica\u00e7\u00e3o em Portugal, tornam necess\u00e1rias medidas urgentes de prote\u00e7\u00e3o dos solos e das florestas, para contrariar esta tend\u00eancia. As secas, as m\u00e1s pr\u00e1ticas de mobiliza\u00e7\u00e3o dos solos, o aumento da agricultura intensiva e a desfloresta\u00e7\u00e3o contribuem tamb\u00e9m para o aumento da desertifica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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No Sul do pa\u00eds, sobretudo devido \u00e0 press\u00e3o da agricultura intensiva, \u00e9 not\u00f3ria a regress\u00e3o das \u00e1reas de montado de sobreiro e azinheira e no Norte e no Centro a floresta aut\u00f3ctone \u00e9 pouco mais do que residual. A presen\u00e7a de florestas em bom estado de conserva\u00e7\u00e3o protege o solo da eros\u00e3o, aumenta o teor de mat\u00e9ria org\u00e2nica no solo, aumenta a infiltra\u00e7\u00e3o da \u00e1gua e sua capacidade de reten\u00e7\u00e3o e ainda favorece o aparecimento de microclimas que permitem a capta\u00e7\u00e3o de \u00e1gua a partir de nevoeiros e outros fen\u00f3menos meteorol\u00f3gicos (precipita\u00e7\u00f5es ocultas). Pelo contr\u00e1rio, a destrui\u00e7\u00e3o da floresta favorece a perda de solo arrastado pelas chuvas (eros\u00e3o) e diminui a capacidade de infiltra\u00e7\u00e3o e reten\u00e7\u00e3o de \u00e1gua.<\/p>\n

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Como exemplo, \u00e9 poss\u00edvel referir que em Portugal existem muitas nascentes que ainda jorram \u00e1gua em setembro, quando normalmente j\u00e1 n\u00e3o chove h\u00e1 v\u00e1rios meses. Essa \u00e1gua \u00e9 proveniente dos sistemas naturais de reten\u00e7\u00e3o de \u00e1gua nos solos.<\/p>\n

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A Quercus estima que para a\u00e7\u00f5es de prote\u00e7\u00e3o, recupera\u00e7\u00e3o e expans\u00e3o da Floresta Aut\u00f3ctone, com vista \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos solos e ao combate \u00e0 desertifica\u00e7\u00e3o e \u00e0 seca seria necess\u00e1rio, no m\u00ednimo, um investimento anual do Estado de mil milh\u00f5es de euros. Esta quantia, embora insuficiente, permitiria dar os primeiros passos no combate \u00e0 expans\u00e3o da desertifica\u00e7\u00e3o e da aridez e \u00e0 implementa\u00e7\u00e3o de uma cultura adequada a este combate junto dos cidad\u00e3os, propriet\u00e1rios, empresas e munic\u00edpios.<\/p>\n

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Grandes desafios que j\u00e1 existem atualmente no nosso pa\u00eds, como a desertifica\u00e7\u00e3o e as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas v\u00e3o tornar-se ainda maiores, uma vez que as previs\u00f5es existentes n\u00e3o s\u00e3o nada animadoras. A Quercus considera, por isso, que \u00e9 preciso salvar o que resta ainda da \u00e1rea com carvalhos, sobreiros e azinheiras e aumentar, no geral, a \u00e1rea da floresta nativa em Portugal.<\/p>\n

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Lisboa, 17 de Junho de 2020<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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