{"id":9657,"date":"2021-03-03T16:28:18","date_gmt":"2021-03-03T16:28:18","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=9657"},"modified":"2021-03-03T16:28:18","modified_gmt":"2021-03-03T16:28:18","slug":"22-de-maio-dia-internacional-da-biodiversidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/03\/22-de-maio-dia-internacional-da-biodiversidade\/","title":{"rendered":"22 de maio – Dia Internacional da Biodiversidade"},"content":{"rendered":"

Projeto \u201c<\/strong>\u00a0Recupera\u00e7\u00e3o e Prote\u00e7\u00e3o da\u00a0Margaritifera margarit\u00edfera\u201d<\/em>, coordenado pela Quercus, interv\u00e9m sobre esp\u00e9cie criticamente amea\u00e7ada a n\u00edvel nacional e europeu<\/strong><\/p>\n

\u00a0\"P6060264.JPG\"<\/strong><\/p>\n

Neste Dia Internacional da Biodiversidade, a Quercus\u00a0vem tornar p\u00fablico um dos seus projetos mais emblem\u00e1ticos que interv\u00e9m diretamente sobre uma esp\u00e9cie criticamente amea\u00e7ada a n\u00edvel nacional e europeu.<\/strong>\u00a0Coordenado pela Quercus, e cofinanciado pelo POSEUR (Opera\u00e7\u00e3o POSEUR-03-2215-FC-000096) e pelo Fundo Ambiental, o projeto \u201cRecupera\u00e7\u00e3o e Prote\u00e7\u00e3o da\u00a0Margaritifera margaritifera<\/em>\u201d, que se iniciou em julho de 2018, encontra-se neste momento no pico do seu desenvolvimento.<\/strong><\/p>\n

Em tra\u00e7os gerais, o investimento do projeto \u00e9 repartido pela componente t\u00e9cnico-cient\u00edfica, pela requalifica\u00e7\u00e3o de infraestruturas (Posto aqu\u00edcola de Castrelos – Bragan\u00e7a \u2013 ICNF) e pela comunica\u00e7\u00e3o e dissemina\u00e7\u00e3o do mesmo. A componente t\u00e9cnico-cient\u00edfica est\u00e1 assegurada pelo Cons\u00f3rcio MCG Margaritifera, composto pelo Instituto Polit\u00e9cnico de Bragan\u00e7a, Faculdade de Ci\u00eancias – Universidade de Lisboa, ICETA\/ CIBIO-InBio \u2013 Universidade do Porto, Universidade do Minho, Freshwater Lda, BIOTA Lda e Universidade de Aveiro.<\/p>\n

Este projeto assume grande import\u00e2ncia ao n\u00edvel da conserva\u00e7\u00e3o da biodiversidade, j\u00e1 que interv\u00e9m diretamente sobre uma esp\u00e9cie, o mexilh\u00e3o-do-Rio (Margaritifera margaritifera)<\/em>\u00a0protegida internacionalmente pela Conven\u00e7\u00e3o de Berna (Anexo III) e Diretiva Habitats da Comiss\u00e3o Europeia (Anexo II e V), estando igualmente listada como “Em Perigo”, a n\u00edvel global, e como “Criticamente em Perigo” na Europa, pela Lista Vermelha da Uni\u00e3o Internacional para a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza (UICN) de Esp\u00e9cies Amea\u00e7adas (Cuttelod et al., 2011; IUCN, 2018). A avalia\u00e7\u00e3o efetuada no \u00faltimo relat\u00f3rio nacional no \u00e2mbito do art. 17\u00ba da Diretiva Habitats classificou a esp\u00e9cie como \u201cDesfavor\u00e1vel-Mau\u201d (U2), com redu\u00e7\u00e3o dos efetivos populacionais e da \u00e1rea de habitat ocupado.<\/p>\n

S\u00e3o v\u00e1rias as a\u00e7\u00f5es deste projeto, que contemplam a avalia\u00e7\u00e3o da qualidade biol\u00f3gica e morfol\u00f3gica de rios de aptid\u00e3o salmon\u00edcola; a avalia\u00e7\u00e3o da extens\u00e3o, distribui\u00e7\u00e3o detalhada e estado de conserva\u00e7\u00e3o atual das popula\u00e7\u00f5es de\u00a0M. margaritifera\u00a0<\/em>em Portugal; a an\u00e1lise da vulnerabilidade dos rios de aptid\u00e3o salmon\u00edcola \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e outros fatores de regress\u00e3o das popula\u00e7\u00f5es de\u00a0M. margaritifera\u00a0<\/em>e do hospedeiro\u00a0S. trutta;\u00a0<\/em>medidas de requalifica\u00e7\u00e3o dos habitats para a promo\u00e7\u00e3o deste bivalve;<\/em>\u00a0a reprodu\u00e7\u00e3o\u00a0ex situ\u00a0<\/em>do mexilh\u00e3o-de-rio e da truta em Portugal e o desenvolvimento de novas metodologias de cria\u00e7\u00e3o em cativeiro e monitoriza\u00e7\u00e3o de repovoamentos. Como parte integrante e essencial para a dissemina\u00e7\u00e3o deste projeto, est\u00e3o programadas variad\u00edssimas a\u00e7\u00f5es de sensibiliza\u00e7\u00e3o junto da popula\u00e7\u00e3o, com produ\u00e7\u00e3o de material diverso de divulga\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Sobre a Esp\u00e9cie:<\/strong>\u00a0Nas \u00faltimas d\u00e9cadas, os bivalves de \u00e1gua doce t\u00eam sofrido taxas de extin\u00e7\u00e3o ou decl\u00ednio acentuadas, sendo os mexilh\u00f5es de \u00e1gua doce e em particular a esp\u00e9cie\u00a0Margaritifera margaritifera\u00a0<\/em>(Linnaeus, 1758) uma das mais amea\u00e7adas em toda a Europa. Esta esp\u00e9cie habita principalmente rios de montanha, de \u00e1guas frias, e atinge uma longevidade significativa. Possui um ciclo de vida complexo, com uma fase larvar paras\u00edtica e uma rela\u00e7\u00e3o estritamente dependente da presen\u00e7a de peixes nativos hospedeiros da fam\u00edlia Salmonidae.<\/p>\n

\u00c9 atualmente descrita como sendo uma esp\u00e9cie indicadora de rios de elevada integridade ecol\u00f3gica, onde desempenha fun\u00e7\u00f5es vitais para o ecossistema, como sejam a capacidade de filtra\u00e7\u00e3o e depura\u00e7\u00e3o da \u00e1gua e a reciclagem de nutrientes. No entanto, desde o princ\u00edpio do s\u00e9culo passado, assiste-se a um decr\u00e9scimo superior a 90% dos efetivos populacionais de\u00a0M. margaritifera\u00a0<\/em>na Europa, tendo-se extinguido ou tornada rara em muitos pa\u00edses europeus, incluindo Portugal. As causas para esta redu\u00e7\u00e3o dr\u00e1stica e mesmo para algumas extin\u00e7\u00f5es locais est\u00e3o normalmente relacionadas com a\u00a0altera\u00e7\u00e3o, perda e degrada\u00e7\u00e3o do habitat, polui\u00e7\u00e3o, regulariza\u00e7\u00e3o de caudais, introdu\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies ex\u00f3ticas e diminui\u00e7\u00e3o dos peixes nativos hospedeiros<\/strong>.<\/p>\n

Atualmente, em Portugal, as popula\u00e7\u00f5es de\u00a0M. margaritifera<\/em>\u00a0est\u00e3o confinadas apenas a oito rios pertencentes \u00e0s bacias hidrogr\u00e1ficas do Douro (Sub-bacia do Tua: rios Tuela, Raba\u00e7al, Mente; Sub-bacia do Paiva: rio Paiva, Sub-bacia do T\u00e2mega: rios Be\u00e7a e Terva) e do Noroeste (C\u00e1vado e Neiva).<\/p>\n

O projeto \u201cRecupera\u00e7\u00e3o e Prote\u00e7\u00e3o da\u00a0Margaritifera margaritifera<\/em>\u201d tem como objetivo final inverter o processo de decl\u00ednio continuado e acentuado das suas popula\u00e7\u00f5es e proteger e\/ou recuperar os n\u00facleos hist\u00f3ricos desta esp\u00e9cie, constituindo-se ainda como o plano de refer\u00eancia orientador para os v\u00e1rios intervenientes no processo, nomeadamente a administra\u00e7\u00e3o central. Espera-se que este projeto contribua decisivamente para a gest\u00e3o adequada num quadro de sustentabilidade futura de ambas as esp\u00e9cies-alvo (bin\u00f3mio bivalve\/peixe) nos rios de Portugal, travando perdas irrevers\u00edveis da esp\u00e9cie\u00a0Margaritifera margaritifera<\/em>, que teriam consequ\u00eancias muito negativas ao n\u00edvel da extin\u00e7\u00e3o de n\u00facleos populacionais e da diminui\u00e7\u00e3o da diversidade gen\u00e9tica associada a estas popula\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

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Bragan\u00e7a, 22 de maio de 2020<\/p>\n

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A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Projeto \u201c\u00a0Recupera\u00e7\u00e3o e Prote\u00e7\u00e3o da\u00a0Margaritifera margarit\u00edfera\u201d, coordenado pela Quercus, interv\u00e9m sobre esp\u00e9cie criticamente amea\u00e7ada a n\u00edvel nacional e europeu \u00a0 Neste Dia Internacional da Biodiversidade, a Quercus\u00a0vem tornar p\u00fablico um dos seus projetos mais emblem\u00e1ticos que interv\u00e9m diretamente sobre uma esp\u00e9cie criticamente amea\u00e7ada a n\u00edvel nacional e europeu.\u00a0Coordenado pela Quercus, e cofinanciado pelo POSEUR (Opera\u00e7\u00e3o […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[113,135],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9657"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=9657"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9657\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":9677,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9657\/revisions\/9677"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=9657"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=9657"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=9657"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}