{"id":19031,"date":"2024-02-20T13:22:05","date_gmt":"2024-02-20T13:22:05","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=19031"},"modified":"2024-02-23T09:26:18","modified_gmt":"2024-02-23T09:26:18","slug":"a-incrivel-historia-de-aravil-o-abutre-preto-salvo-da-morte-e-reencontrado-13-anos-depois","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2024\/02\/20\/a-incrivel-historia-de-aravil-o-abutre-preto-salvo-da-morte-e-reencontrado-13-anos-depois\/","title":{"rendered":"A incr\u00edvel hist\u00f3ria de Aravil, o abutre-preto salvo da morte e reencontrado 13 anos depois"},"content":{"rendered":"
Um dos primeiros descendentes do maior abutre europeu, quando a esp\u00e9cie voltou a nidificar em Portugal, em 2010, Aravil recebeu ajuda quando era ainda uma jovem cria. A Wilder falou com Samuel Infante, da Quercus, e conta-lhe como foi e como agora reapareceu.<\/em><\/h5>\n
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Foi gra\u00e7as a uma velha anilha com uma mistura de letras e n\u00fameros j\u00e1 em desuso, t\u00e3o suja de terra que nem de metal parecia, que Samuel Infante conseguiu identificar Aravil poucas horas depois de o encontrar no Parque Natural do Tejo Internacional, no in\u00edcio de Dezembro, contou \u00e0 Wilder<\/a>.<\/p>\n

Tal como acontecera antes com outros abutres-pretos, Aravil tinha-se deixado seduzir por um peda\u00e7o de carne crua deixado dentro de uma caixa-armadilha, num dos campos de alimenta\u00e7\u00e3o para aves necr\u00f3fagas que s\u00e3o geridos pela\u00a0Quercus<\/a>\u00a0no Parque Natural do Tejo Internacional. A ONG portuguesa, dedicada \u00e0 conserva\u00e7\u00e3o da natureza, \u00e9 co-gestora desta \u00e1rea protegida raiana que se estende por mais de 26.000 hectares, ocupando parte dos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de R\u00f3d\u00e3o.<\/p>\n

Na verdade, a \u201carmadilha\u201d onde Aravil foi encontrado \u00e9 bastante maior do que imagin\u00e1vamos. Samuel descreve-a como \u201cum espa\u00e7o com 12 metros de comprimento e seis de largura, com 1,5 metros de altura\u201d. S\u00f3 ali cabemos se ficarmos curvados, mas para os abutres h\u00e1 bastante espa\u00e7o.<\/p>\n

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Aravil ao fundo no centro, dentro da caixa-armadilha, atr\u00e1s de um dos grifos. Foto: Samuel Infante<\/figcaption><\/figure>\n

Quando deram com ele dentro da caixa-armadilha, Aravil estava acompanhado por 12 grifos, tamb\u00e9m abutres, tanto ele como os outros atra\u00eddos pela comida. As aten\u00e7\u00f5es da equipa centraram-se no abutre-preto, por ser de uma esp\u00e9cie que em Portugal est\u00e1 amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o. Para come\u00e7ar, Samuel Infante e outros membros da Quercus avaliaram a sa\u00fade da ave e retiraram-lhe sangue para an\u00e1lises, no \u00e2mbito de um projecto de monitoriza\u00e7\u00e3o de chumbo e de outros metais pesados e antibi\u00f3ticos.<\/p>\n

\u201cEste bicho \u00e9 muito antigo\u201d<\/h3>\n

Na mesma altura foi-lhe tamb\u00e9m colocado um emissor GPS por Alfonso Godino, em parceria com o projecto\u00a0LIFE Aegypius Return<\/a>, como t\u00eam estado a fazer aos abutres-pretos adultos capturados na regi\u00e3o. \u201cEstes emissores permitem-nos saber quais s\u00e3o as \u00e1reas de nidifica\u00e7\u00e3o e de alimenta\u00e7\u00e3o dos abutres-pretos adultos e identificar as linhas el\u00e9ctricas e outras amea\u00e7as, al\u00e9m de alertarem para quando um destes animais morre\u201d, explica Samuel Infante, que \u00e9 coordenador do CERAS \u2013 Centro de Estudos e Recupera\u00e7\u00e3o de Animais Selvagens de Castelo Branco.<\/p>\n