{"id":18002,"date":"2023-03-03T17:07:44","date_gmt":"2023-03-03T17:07:44","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=18002"},"modified":"2023-11-21T15:58:38","modified_gmt":"2023-11-21T15:58:38","slug":"quercus-considera-plano-ferroviario-nacional-positivo-mas-aquem-dos-objetivos-de-coesao-demografica-economica-e-territorial","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2023\/03\/03\/quercus-considera-plano-ferroviario-nacional-positivo-mas-aquem-dos-objetivos-de-coesao-demografica-economica-e-territorial\/","title":{"rendered":"Quercus considera Plano Ferrovi\u00e1rio Nacional positivo mas aqu\u00e9m dos objetivos de coes\u00e3o demogr\u00e1fica, econ\u00f3mica e territorial"},"content":{"rendered":"

No \u00e2mbito da Consulta P\u00fablica do Plano Ferrovi\u00e1rio Nacional, que terminou recentemente, a Quercus classifica o documento de positivo, mas modesto face aos objetivos de coes\u00e3o demogr\u00e1fica, econ\u00f3mica e territorial subjacentes \u00e0 sua elabora\u00e7\u00e3o.<\/strong><\/p>\n

Aquando da elabora\u00e7\u00e3o do Plano das Redes Transeuropeias, Portugal teve um papel bastante modesto, n\u00e3o conseguindo ter sequer atingido o objetivo de apostar num desenho de uma rede de Alta Velocidade que ligasse Lisboa a Madrid, ao Porto, j\u00e1 para n\u00e3o falar do completo arredar do sul do pa\u00eds de uma tal dimens\u00e3o, ainda que seja fronteiro \u00e0 autonomia espanhola com maior popula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Inserido num quadro em que a descarboniza\u00e7\u00e3o da economia, com recurso a energias menos poluentes e renov\u00e1veis, indicaria que todas as sinergias nomeadamente as territoriais fossem tidas em conta, por\u00e9m, desse ponto de vista fica bastante aqu\u00e9m do necess\u00e1rio.<\/p>\n

Transporte de Mercadorias \u2013 poss\u00edveis liga\u00e7\u00f5es a aeroportos e portos mar\u00edtimos desvalorizadas e omissas<\/strong><\/p>\n

Ainda que a transfer\u00eancia para o modo ferrovi\u00e1rio seja positiva, a verdade \u00e9 que continua condicionada pela estrutura desenhada originalmente, com a agravante da desindustrializa\u00e7\u00e3o nos \u00faltimos anos de parte importante do pa\u00eds. O que se preconiza no presente momento \u00e9 de novo a aposta no sector extrativo, com enfase no mineiro, e a liga\u00e7\u00e3o aos portos, com vista ao escoamento.<\/p>\n

S\u00e3o desvalorizadas liga\u00e7\u00f5es no interior do pa\u00eds e no norte, designadamente a linha de liga\u00e7\u00e3o a Elvas, as liga\u00e7\u00f5es ao porto de Sines, Aeroporto de Beja e Aeroporto de Badajoz. S\u00e3o omissas a liga\u00e7\u00e3o a Sevilha, as liga\u00e7\u00f5es de Viseu a Bragan\u00e7a e da\u00ed aos portos do norte de Espanha, nomeadamente Santander.<\/p>\n

Transporte de Passageiros \u2013 servi\u00e7o p\u00fablico na cauda da estrat\u00e9gia<\/strong><\/p>\n

\u00c9 por demais evidente que um corredor Norte-Sul no interior do pa\u00eds \u00e9 um ponto muito positivo, mas depois ressente-se de n\u00e3o serem equacionadas, pelo menos nesta fase, situa\u00e7\u00f5es como a liga\u00e7\u00e3o Aveiro-Viseu, e Bragan\u00e7a-Viseu, remetendo-se para a Guarda o ponto fulcral das liga\u00e7\u00f5es interiores ao sul do pa\u00eds. Tamb\u00e9m de Bragan\u00e7a n\u00e3o existe uma op\u00e7\u00e3o a estudar de liga\u00e7\u00e3o \u00e0s Ast\u00farias.<\/p>\n

V\u00e1rias lacunas ao n\u00edvel regional<\/strong><\/p>\n

O Alentejo interior obt\u00e9m alguns ganhos, por\u00e9m n\u00e3o significativos, uma vez que mais uma vez as liga\u00e7\u00f5es de \u00c9vora-Beja (Aeroporto)-Faro, n\u00e3o parece vir a alcan\u00e7ar os n\u00edveis de oferta necess\u00e1ria para existir uma potencia\u00e7\u00e3o deste equipamento \u00e0 ferrovia.<\/p>\n

Para o Algarve prop\u00f5e-se vagamente uma solu\u00e7\u00e3o trem-tram, ou mesmo rodovi\u00e1rio, para liga\u00e7\u00e3o \u00e1 rede ferrovi\u00e1ria principal.<\/p>\n

Na \u00c1rea Metropolitana do Porto, pese embora se mostrem ganhos interessantes, continua por se descortinar quais as sinergias previstas com o Metropolitano do Porto.<\/p>\n

A \u00c1rea Metropolitana de Lisboa \u00e9 talvez a \u00e1rea onde de forma mais clara se fazem sentir vantagens das liga\u00e7\u00f5es entre os v\u00e1rios sistemas. N\u00e3o s\u00f3 a projetada nova ponte, encurtar\u00e1 os tempos de liga\u00e7\u00e3o, como permitir\u00e1 ultrapassar os constrangimentos da liga\u00e7\u00e3o via Ponte 25 de Abril. Tamb\u00e9m a Liga\u00e7\u00e3o da linha do Oeste via Loures, permitir\u00e1 n\u00e3o s\u00f3 o encurtar de tempos no acesso a Lisboa, mas evidentemente permitir\u00e1 o servi\u00e7o ferrovi\u00e1rio a um grande n\u00famero de passageiros, evitando um grande n\u00famero de viaturas dentro da cidade.<\/p>\n

A maior falha deste Plano na regi\u00e3o de Lisboa \u00e9 a inexist\u00eancia de uma transfer\u00eancia modal real em Roma\/Areeiro com o Metropolitano; a redund\u00e2ncia da chamada Linha Violeta entre Loures e Odivelas; o desaproveitamento da Esta\u00e7\u00e3o de Caminhos de Ferro de Campolide; e a falta de interliga\u00e7\u00e3o dos comboios da linha de Set\u00fabal com os comboios da CP provenientes do Barreiro e com destino ao sul do pa\u00eds.<\/p>\n

Espa\u00e7os canal n\u00e3o se podem confundir com Eco-pistas<\/strong><\/p>\n

Na verdade, os Espa\u00e7os canal das ferrovias servem prop\u00f3sitos diferentes e as altera\u00e7\u00f5es decorridas para a sua transforma\u00e7\u00e3o s\u00e3o, em muitas situa\u00e7\u00f5es, irrevers\u00edveis, inviabilizando no futuro a reinstala\u00e7\u00e3o de linhas de caminhos-de-ferro. Aquilo que deveria equacionar era a revers\u00e3o dos espa\u00e7os canal, onde ela fosse poss\u00edvel, encontrando-se outras solu\u00e7\u00f5es para as ecopistas, ou, onde tal n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel por quest\u00f5es de ordem pr\u00e1tica \u2013 impossibilidade de eletrifica\u00e7\u00e3o, insufici\u00eancia dos espa\u00e7os canais existentes, pendentes demasiado acentuadas \u2013 encontrar as alternativas adequadas \u00e0 liga\u00e7\u00e3o das localidades do interior \u00e0 rede.<\/p>\n

Aprecia\u00e7\u00e3o Geral \u2013 Positiva, mas \u2026<\/strong><\/p>\n

\u00c9 muito positivo o aparecimento deste documento, mas pelas diversas defici\u00eancias apresentadas, bem como a aus\u00eancia de vis\u00f5es prospetivas para os diferentes cen\u00e1rios de localiza\u00e7\u00e3o do NAL, acabam por condicionar o seu alcance.<\/p>\n

\u00c9 evidente que h\u00e1 ainda um trabalho de desenvolvimento de solu\u00e7\u00f5es integradas, n\u00e3o se compreendem as v\u00e1rias omiss\u00f5es, em particular nas regi\u00f5es do interior, comparativamente ao litoral.<\/p>\n

Assim poder-se-\u00e1 dizer que o Plano apresentado para consulta p\u00fablica \u00e9 sem d\u00favida necess\u00e1rio, por\u00e9m bem longe de ser suficiente.<\/p>\n

 <\/p>\n

Lisboa, 03 de mar\u00e7o de 2023<\/p>\n

 <\/p>\n

Consultar an\u00e1lise cr\u00edtica detalhada da Quercus ao Plano Ferrovi\u00e1rio Nacional<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

No \u00e2mbito da Consulta P\u00fablica do Plano Ferrovi\u00e1rio Nacional, que terminou recentemente, a Quercus classifica o documento de positivo, mas modesto face aos objetivos de coes\u00e3o demogr\u00e1fica, econ\u00f3mica e territorial subjacentes \u00e0 sua elabora\u00e7\u00e3o. Aquando da elabora\u00e7\u00e3o do Plano das Redes Transeuropeias, Portugal teve um papel bastante modesto, n\u00e3o conseguindo ter sequer atingido o objetivo […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":18003,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[419],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18002"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=18002"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18002\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":18738,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/18002\/revisions\/18738"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/18003"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=18002"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=18002"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=18002"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}