{"id":17748,"date":"2022-11-14T12:53:51","date_gmt":"2022-11-14T12:53:51","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=17748"},"modified":"2022-11-14T12:55:37","modified_gmt":"2022-11-14T12:55:37","slug":"ccpi-2023-portugal-sobe-para-a-14a-posicao-no-ranking-climatico-num-momento-decisivo-para-o-combate-as-alteracoes-climaticas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2022\/11\/14\/ccpi-2023-portugal-sobe-para-a-14a-posicao-no-ranking-climatico-num-momento-decisivo-para-o-combate-as-alteracoes-climaticas\/","title":{"rendered":"CCPI 2023: Portugal sobe para a 14\u00aa posi\u00e7\u00e3o no ranking clim\u00e1tico, num momento decisivo para o combate \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas"},"content":{"rendered":"
<\/a>Portugal continua entre os pa\u00edses com melhor classifica\u00e7\u00e3o global no \u00cdndice de Desempenho das Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (CCPI)<\/a> deste ano, subindo dois lugares para a 14\u00aa posi\u00e7\u00e3o. A pol\u00edtica clim\u00e1tica continua a ser o nosso ponto forte, mas as categorias relativas \u00e0s emiss\u00f5es de gases com efeito de estufa (GEE) e o uso da energia registaram uma importante melhoria.<\/strong><\/p>\n \u00c9 hoje publicado, no \u00e2mbito da COP27, a decorrer em Sharm El-Sheikh, no Egito, o \u00cdndice de Desempenho das Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas de 59 pa\u00edses, respons\u00e1veis por mais de 92% das emiss\u00f5es globais de GEE, aos quais se junta a Uni\u00e3o Europeia (considerada como um todo). A Dinamarca, a Su\u00e9cia, o Chile, Marrocos e a \u00cdndia lideram a classifica\u00e7\u00e3o, enquanto o Ir\u00e3o, Ar\u00e1bia Saudita e Cazaquist\u00e3o ocupam os \u00faltimos lugares. Este ano, Portugal mant\u00e9m o n\u00edvel “elevado” de desempenho global, situando-se na 14\u00aa posi\u00e7\u00e3o, dois lugares acima face ao ano passado. J\u00e1 a Uni\u00e3o Europeia (UE) sobe tr\u00eas posi\u00e7\u00f5es mas permanece no n\u00edvel “m\u00e9dio”. Os EUA e a China, pa\u00edses com maiores emiss\u00f5es de GEE, ocupam a 52\u00aa e 53\u00aa posi\u00e7\u00e3o, respetivamente, apresentando um desempenho “muito baixo”. Nenhum dos pa\u00edses analisados est\u00e1 no caminho certo para cumprir o objetivo de 1,5o<\/sup>C, o que significa que os tr\u00eas primeiros lugares do p\u00f3dio permanecem novamente vazios.<\/p>\n Entre as conclus\u00f5es do estudo, os autores salientam a necessidade dos pa\u00edses atingirem rapidamente a neutralidade de carbono, investindo na efici\u00eancia energ\u00e9tica, tornando-se independentes dos combust\u00edveis f\u00f3sseis e apostando nas energias renov\u00e1veis, como forma de poupan\u00e7a, cumprimento das metas clim\u00e1ticas e garantia da sua seguran\u00e7a energ\u00e9tica.<\/p>\n Portugal continua com desempenho “elevado”<\/strong><\/p>\n Portugal melhora significativamente algumas das notas atribu\u00eddas \u00e0s diferentes categorias do CCPI, na avalia\u00e7\u00e3o feita por peritos \u00e0s pol\u00edticas clim\u00e1ticas nacionais e internacionais, e na qual a Quercus fez novamente parte. Para tal resultado contribu\u00edram positivamente algumas medidas como o abandono do carv\u00e3o para a produ\u00e7\u00e3o de eletricidade desde o final do ano passado, o aumento da capacidade instalada de energias renov\u00e1veis, o refor\u00e7o das metas nacionais de redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es, e a poss\u00edvel antecipa\u00e7\u00e3o da neutralidade carb\u00f3nica inclu\u00eddos na Lei de Bases do Clima. Por\u00e9m, \u00e9 essencial para o Pa\u00eds acabar o quanto antes com os subs\u00eddios aos combust\u00edveis f\u00f3sseis, apostar na descentraliza\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o de energia solar e na promo\u00e7\u00e3o da efici\u00eancia energ\u00e9tica, aumentar o investimento nos transportes p\u00fablicos, refor\u00e7ar a implementa\u00e7\u00e3o das pol\u00edticas clim\u00e1ticas e energ\u00e9ticas e assegurar medidas de prote\u00e7\u00e3o das florestas, da biodiversidade e da agricultura.<\/p>\n <\/p>\n Uni\u00e3o Europeia integra pa\u00edses com desempenho de “elevado” a “muito baixo”<\/strong><\/p>\n A melhoria da sua pol\u00edtica clim\u00e1tica permite \u00e0 UE, no seu conjunto, subir tr\u00eas posi\u00e7\u00f5es e ocupar o 19\u00ba lugar, apesar de se manter na categoria de desempenho “m\u00e9dio”. A n\u00edvel individual, a UE integra pa\u00edses com classifica\u00e7\u00f5es d\u00edspares: nove atingiram a categoria “elevada”, como a Dinamarca, a Su\u00e9cia e os Pa\u00edses Baixos; sete a “baixa”, como a Rep\u00fablica Checa, a Bulg\u00e1ria e a Irlanda; dois a “muito baixa”, nomeadamente a Hungria e a Pol\u00f3nia e os restantes a “m\u00e9dia”, como a Espanha, a Fran\u00e7a e a It\u00e1lia.<\/p>\n De destacar a altera\u00e7\u00e3o em 11 posi\u00e7\u00f5es na classifica\u00e7\u00e3o da Espanha (23\u00aa), que subiu gra\u00e7as \u00e0 sua ambi\u00e7\u00e3o na redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de GEE e ao aumento das energias renov\u00e1veis e da Fran\u00e7a (28\u00aa), que desceu por causa da ainda reduzida quota de energias renov\u00e1veis e do bloqueio ao financiamento clim\u00e1tico internacional.<\/p>\n As fracas pol\u00edticas clim\u00e1ticas da Hungria e da Pol\u00f3nia contribuem para o seu o pobre desempenho na classifica\u00e7\u00e3o CCPI, que corresponde \u00e0s 53\u00aa e 54\u00aa posi\u00e7\u00f5es, respetivamente.<\/p>\n <\/p>\n An\u00e1lise mundial – investimento em energias renov\u00e1veis vs combust\u00edveis f\u00f3sseis<\/strong><\/p>\n O Chile e a \u00cdndia pertencem ao grupo de pa\u00edses com desempenho “elevado” e ocupam as posi\u00e7\u00f5es 6\u00aa e 8\u00aa, respetivamente, pela expans\u00e3o das energias renov\u00e1veis e compromisso de neutralidade carb\u00f3nica.<\/p>\n A China registou a maior queda na classifica\u00e7\u00e3o e ocupa a 51\u00aa posi\u00e7\u00e3o, com um desempenho “muito baixo”. Embora tenha mostrado um forte desenvolvimento nas energias renov\u00e1veis, investiu em novas centrais a carv\u00e3o e tenciona aumentar a produ\u00e7\u00e3o de g\u00e1s e carv\u00e3o at\u00e9 2030.<\/p>\n Na 52\u00aa posi\u00e7\u00e3o encontram-se os EUA, que subiram 3 lugares devido \u00e0 mudan\u00e7a de pol\u00edtica por parte da administra\u00e7\u00e3o Biden, que anunciou novas metas e pol\u00edticas de combate \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.<\/p>\n A R\u00fassia (59\u00aa), a Turquia (47\u00aa) e o Brasil (38\u00aa) foram os pa\u00edses pior classificados em termos de desempenho pol\u00edtico.<\/p>\n Os pa\u00edses que ocupam as posi\u00e7\u00e3o finais da tabela com o pior desempenho na classifica\u00e7\u00e3o geral – Ir\u00e3o, Ar\u00e1bia Saudita e Cazaquist\u00e3o, dependem essencialmente do petr\u00f3leo e n\u00e3o investem em energias renov\u00e1veis. A Ar\u00e1bia Saudita \u00e9 o pa\u00eds com as emiss\u00f5es de GEE mais elevadas per capita entre as na\u00e7\u00f5es do G20, cujos membros representam mais de 75% das emiss\u00f5es globais de GEE e que, desde a pandemia, em vez de se focarem nas energias renov\u00e1veis t\u00eam investido nos combust\u00edveis f\u00f3sseis.<\/p>\n <\/p>\n