{"id":16883,"date":"2021-12-31T19:09:26","date_gmt":"2021-12-31T19:09:26","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=16883"},"modified":"2021-12-31T19:11:09","modified_gmt":"2021-12-31T19:11:09","slug":"quercus-apresenta-os-melhores-e-os-piores-factos-do-ano-2021-e-as-expectativas-ambientais-para-2022","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/12\/31\/quercus-apresenta-os-melhores-e-os-piores-factos-do-ano-2021-e-as-expectativas-ambientais-para-2022\/","title":{"rendered":"Quercus apresenta os melhores e os piores factos do ano 2021 e as expectativas ambientais para 2022"},"content":{"rendered":"

Numa altura em que a Covid-19 continua no topo das preocupa\u00e7\u00f5es, a Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza recorda que o eclodir das pandemias est\u00e1 inextricavelmente associado \u00e0 perda da biodiversidade, \u00e0 destrui\u00e7\u00e3o de habitats selvagens e \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Raz\u00f5es por que o Governo e todas as autarquias, tal como as empresas, t\u00eam mais do que nunca a responsabilidade de refor\u00e7ar estrat\u00e9gias e investimentos rumo \u00e0 promo\u00e7\u00e3o de uma verdadeira estrat\u00e9gia nacional para a biodiversidade e de conserva\u00e7\u00e3o das \u00e1reas protegidas e a proteger, incluindo os vastos recursos oce\u00e2nicos nacionais.<\/strong><\/p>\n

No dia em que foi publicada a Lei de Bases do Clima (Lei n.\u00ba 98\/2021), que reconhece vivermos na atualidade uma situa\u00e7\u00e3o de “emerg\u00eancia clim\u00e1tica”, a Quercus recorda ao Executivo que a neutralidade carb\u00f3nica deve ser atingida o mais tardar em 2040, se queremos garantir a seguran\u00e7a clim\u00e1tica \u00e0s gera\u00e7\u00f5es vindouras, isto \u00e9, assegurar que a temperatura global se mant\u00e9m abaixo dos 1,5\u00baC. A aplica\u00e7\u00e3o em curso de verbas massivas no \u00e2mbito do Plano de Recupera\u00e7\u00e3o e Resili\u00eancia (PRR) continua a subestimar fortemente o potencial das medidas ambientais e clim\u00e1ticas na promo\u00e7\u00e3o dos empregos verdes e numa recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica sustent\u00e1vel e com vis\u00e3o de futuro, de que s\u00e3o (p\u00e9ssimos) exemplos a aposta nas monoculturas intensivas e nas culturas de regadio, geradoras de polui\u00e7\u00e3o, escassez h\u00eddrica e destrui\u00e7\u00e3o da paisagem.<\/p>\n

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Os piores factos ambientais de 2021<\/u><\/strong><\/h2>\n

N\u00e3o \u00e0 prospe\u00e7\u00e3o e ao licenciamento de recursos minerais em \u00e1reas protegidas e onde h\u00e1 forte contesta\u00e7\u00e3o popular<\/strong><\/p>\n

A Quercus repudiou a assinatura dos contratos de concess\u00e3o de v\u00e1rios processos de explora\u00e7\u00e3o mineira, entre eles alguns dos mais pol\u00e9micos e mais gravosos ambiental e socialmente, de que s\u00e3o exemplos a mina da Argemela, Lagoa Salgada, Borralha, ou a enorme concess\u00e3o \u00e0 Fortescue, em Tr\u00e1s-os-Montes, sem que, na maioria estejam conclu\u00eddos os processos de Avalia\u00e7\u00e3o de Impacte Ambiental (AIA), o que revela o total desrespeito deste Governo pelo Ambiente e pelas popula\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Aumento previsto das \u00e1reas limites de eucalipto por concelho em mais 37 mil hectares<\/strong> face \u00e0 meta<\/strong> tra\u00e7ada para 2030<\/strong><\/p>\n

Embora a\u00a0Estrat\u00e9gia Nacional para as Florestas\u00a0(ENF)\u00a0estabele\u00e7a para 2030 uma meta m\u00e1xima de 812 mil hectares de planta\u00e7\u00f5es de eucalipto no territ\u00f3rio continental portugu\u00eas, o facto \u00e9 que o \u00a06.\u00ba Invent\u00e1rio Florestal Nacional\u00a0<\/strong>(IFN6), decorrente da recolha de imagens realizada em 2015, apontava j\u00e1 para uma \u00e1rea continental de cerca de 845 mil hectares ocupados por esta esp\u00e9cie ex\u00f3tica. Ou seja, superior \u00e0 meta da ENF em cerca de 33 mil hectares. Assim, estranhamos que o Governo esteja neste momento a preparar um diploma legal\u00a0para fazer aumentar os limites m\u00e1ximos de \u00e1rea de planta\u00e7\u00f5es de eucalipto por munic\u00edpio. O acr\u00e9scimo global aponta para cerca de 37 mil hectares.<\/p>\n

Novo aeroporto: Falha na AAE p\u00f5e em causa seriedade do processo<\/strong><\/h4>\n

Pese embora o falhan\u00e7o do Processo de Avalia\u00e7\u00e3o de Impacte Ambiental tenha deixado claro que todo o processo de sele\u00e7\u00e3o da Base A\u00e9rea N.\u00ba 6 (Montijo), com vista \u00e0 instala\u00e7\u00e3o do Novo Terminal de Aeroporto, esteja enviesado e seja incapaz de promover a prote\u00e7\u00e3o das zonas h\u00famidas do local e o respeito pelos valores legais do ru\u00eddo aquando da sua explora\u00e7\u00e3o, al\u00e9m da seguran\u00e7a aeron\u00e1utica, o Governo lan\u00e7ou um concurso p\u00fablico internacional para uma avalia\u00e7\u00e3o estrat\u00e9gica que carece de seriedade e de estrat\u00e9gia e est\u00e1 longe de corresponder \u00e0s necessidades de encontrar uma solu\u00e7\u00e3o que salvaguarde a preserva\u00e7\u00e3o dos ecossistemas e a qualidade de vida das popula\u00e7\u00f5es locais.<\/p>\n

Barragem do Pis\u00e3o<\/strong><\/p>\n

O Empreendimento de Aproveitamento Hidr\u00e1ulico de Fins M\u00faltiplos do Crato, mais conhecido por barragem do Pis\u00e3o, foi inscrito para investimento no Plano de Recupera\u00e7\u00e3o e Resili\u00eancia (PRR), apesar da oposi\u00e7\u00e3o da Quercus e de outras entidades na fase de consulta p\u00fablica do PRR, devido aos elevados impactes ambientais sobre o montado e \u00e0 destrui\u00e7\u00e3o da agricultura tradicional sustent\u00e1vel, pelo que se considera um primeiro tiro da \u201cbazuca\u201d fora do alvo.<\/p>\n

Esta situa\u00e7\u00e3o mostra \u00e0 saciedade que existem projetos ambientalmente ruinosos que tiveram financiamento garantido antes sequer de existir um processo de avalia\u00e7\u00e3o ambiental. Em causa est\u00e3o 120 milh\u00f5es de investimento inscritos s\u00f3 no PRR, para um projeto estimado inicialmente em 171 milh\u00f5es de euros, que entre os fortes impactes vai prejudicar os contribuintes em benef\u00edcio apenas da agricultura superintensiva e do turismo, pois o projeto em nada contribuir\u00e1 sequer para o abastecimento p\u00fablico de \u00e1gua \u00e0s popula\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Energias renov\u00e1veis carecem de crit\u00e9rios de localiza\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

A Quercus defende a produ\u00e7\u00e3o de eletricidade a partir de um diversificado conjunto de m\u00e9todos, de que o solar voltaico \u00e9 uma das solu\u00e7\u00f5es. Contudo defende preferencialmente o apoio \u00e0 produ\u00e7\u00e3o descentralizada, \u00e0s fam\u00edlias e aos consumidores, privilegiando as cadeias de distribui\u00e7\u00e3o curtas e o investimento no designado \u201chidrog\u00e9nio verde\u201d como modo de armazenamento. Embora reconhe\u00e7a a forte necessidade de recurso a fontes de energia renov\u00e1veis, com vista \u00e0 descarboniza\u00e7\u00e3o da economia, a Quercus defende que o Executivo n\u00e3o deve deixar \u00e0 discri\u00e7\u00e3o dos investidores e operadores a localiza\u00e7\u00e3o das centrais solares, como se tem verificado, ocupando solos com potencial agr\u00edcola ou mesmo \u00e1reas sens\u00edveis e potenciando disrup\u00e7\u00f5es sociais \u2013 com frequ\u00eancia, colocando popula\u00e7\u00f5es inteiras contra as renov\u00e1veis.<\/p>\n

Destrui\u00e7\u00e3o da Mata Nacional dos Medos <\/strong><\/p>\n

O Plano de Gest\u00e3o Florestal (PGF) da Mata Nacional dos Medos, que integra a Paisagem Protegida da Arriba F\u00f3ssil da Costa da Caparica (PPAFCC), <\/strong>em vigor, prev\u00ea a realiza\u00e7\u00e3o de desbastes e desrama\u00e7\u00f5es, junto ao parque de merendas da Aroeira, na parte norte da Avenida do Mar. Todavia, o que se constatou foi a realiza\u00e7\u00e3o de uma opera\u00e7\u00e3o de explora\u00e7\u00e3o florestal com uso de maquinaria florestal pesada e o abate e tritura\u00e7\u00e3o de pinheiros mansos adultos. Inaceit\u00e1vel interven\u00e7\u00e3o do Instituto de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza e das Florestas (ICNF) numa \u00e1rea classificada como de conserva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

PEPAC subverte medidas verdadeiramente agroambientais<\/strong><\/p>\n

Apesar da recente aprova\u00e7\u00e3o das estrat\u00e9gias da Comiss\u00e3o Europeia “Do prado ao prato” e “Biodiversidade 2030”, a mais recente vers\u00e3o do PEPAC (Plano Estrat\u00e9gico da Pol\u00edtica Agr\u00edcola Comum) 2023-2027 j\u00e1 vem subverter esses documentos, nomeadamente\u00a0por voltar a colocar a “Produ\u00e7\u00e3o integrada” praticamente ao mesmo n\u00edvel da “Agricultura biol\u00f3gica (agora em “Ecorregime” no 1\u00ba pilar da PAC), mas com todos os pesticidas e adubos qu\u00edmicos aprovados e homologados para a agricultura\u00a0convencional.\u00a0Ou seja, praticamente todos os agricultores em Portugal que n\u00e3o fa\u00e7am agricultura biol\u00f3gica podem beneficiar de ajudas semelhantes, podendo usar os mais poluentes dos adubos \u2013 nitratos, fosfatos e cloretos sol\u00faveis \u2013 e os pesticidas\u00a0mais t\u00f3xicos, como o glifosato. Pol\u00edticas que continuam a permitir decis\u00f5es arbitr\u00e1rias dos Estados Membros e a beneficiar os grandes promotores do agro-neg\u00f3cios. Desde 2014, altura em que foram alteradas as regras nacionais para a Prote\u00e7\u00e3o Integrada (PI) a m\u00e1 trajet\u00f3ria n\u00e3o foi invertida.<\/p>\n

Mais ambi\u00e7\u00e3o imperativa na gest\u00e3o de res\u00edduos<\/strong><\/p>\n

Apesar da meta ambiciosa de redu\u00e7\u00e3o de 10% da deposi\u00e7\u00e3o de res\u00edduos, atualmente estamos a colocar em aterro sanit\u00e1rio mais de 60% dos res\u00edduos urbanos produzidos. Al\u00e9m das metas de redu\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o de res\u00edduos \u2013 incluindo os resultantes da situa\u00e7\u00e3o pand\u00e9mica, praticamente negligenciados \u2013 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 estarem muito aqu\u00e9m do desej\u00e1vel, no campo do recolha e valoriza\u00e7\u00e3o dos bio-res\u00edduos h\u00e1 todo um caminho a percorrer, a come\u00e7ar nas escolas e nas a\u00e7\u00f5es de educa\u00e7\u00e3o ambiental que se poderiam promover junto da popula\u00e7\u00e3o escolar.<\/p>\n

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Os melhores factos ambientais de 2021<\/u><\/strong><\/h2>\n

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Lei do Clima hoje publicada em Di\u00e1rio da Rep\u00fablica<\/strong><\/p>\n

A Quercus \u2013 ANCN sa\u00fada o facto de hoje, dia 31 de dezembro de 2021, ter sido publicada a Lei de Bases do Clima (Lei n.\u00ba 98\/2021)[1]<\/sup><\/a>, que reconhece, logo no seu artigo 2.\u00ba, vivermos na atualidade uma situa\u00e7\u00e3o de “emerg\u00eancia clim\u00e1tica”. A associa\u00e7\u00e3o v\u00ea como positivo o facto de o Governo ter de proceder \u00e0 elabora\u00e7\u00e3o de um Relat\u00f3rio bianual em mat\u00e9ria de seguran\u00e7a clim\u00e1tica.<\/p>\n

Reconhecendo que “todos t\u00eam direito ao equil\u00edbrio clim\u00e1tico” e que o mesmo “consiste no direito de defesa contra os impactes das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, bem como no poder de exigir de entidades p\u00fablicas e privadas o cumprimento dos deveres e das obriga\u00e7\u00f5es a que se encontram vinculadas em mat\u00e9ria clim\u00e1tica”, o diploma assume o objetivo de “promover a seguran\u00e7a clim\u00e1tica” e prev\u00ea a cria\u00e7\u00e3o futura do Conselho para a A\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica.<\/p>\n

No respeitante \u00e0s metas de mitiga\u00e7\u00e3o (redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa – GEE) \u2013 o Governo assume o compromisso de reduzir as emiss\u00f5es GEE, em “pelo menos, 55%” at\u00e9 2030; em “pelo menos, 65 a 75%” at\u00e9 2040; e em “pelo menos, 90%” at\u00e9 2050 \u2013, a Quercus-ANCN lamenta que o ano-base considerado tenha sido o ano de 2005 (altura em que Portugal registou um pico de emiss\u00f5es), mais favor\u00e1vel do que o ano de 1990, data de refer\u00eancia adotada pela Uni\u00e3o Europeia no \u00e2mbito das negocia\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas desde a ado\u00e7\u00e3o do Protocolo de Kyoto, em 1998.<\/p>\n

Enquanto membro da Climate Action Network<\/em> (CAN), a Quercus advoga que a neutralidade carb\u00f3nica, por parte dos pa\u00edses industrializados, deve ser atingida o mais tardar em 2040 e que os restantes pa\u00edses do mundo, como defende o Painel Intergovernamental para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (IPCC), das Na\u00e7\u00f5es Unidas, devem atingir a neutralidade carb\u00f3nica em 2044, de modo a manter a temperatura global abaixo dos 1.5.<\/p>\n

Proibi\u00e7\u00e3o de embalagens e produtos descart\u00e1veis em pl\u00e1stico<\/strong><\/p>\n

Com a aprova\u00e7\u00e3o, em 2 de setembro, do decreto-lei que procedeu \u00e0 transposi\u00e7\u00e3o parcial da Diretiva (UE) 2019\/904, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de junho de 2019, relativa \u00e0 redu\u00e7\u00e3o do impacto de produtos de pl\u00e1stico de utiliza\u00e7\u00e3o \u00fanica e aos produtos feitos de pl\u00e1stico oxodegrad\u00e1vel, passou a ser proibida, a partir de 1 de novembro de 2021, a coloca\u00e7\u00e3o no mercado de determinados produtos de pl\u00e1stico de utiliza\u00e7\u00e3o \u00fanica, tais como cotonetes, talheres, pratos, palhas, varas para bal\u00f5es, bem como copos e recipientes para alimentos feitos de poliestireno expandido. Esta interdi\u00e7\u00e3o contribui n\u00e3o s\u00f3 para reduzir o consumo de produtos de origem f\u00f3ssil, como reduzir\u00e1 a produ\u00e7\u00e3o de res\u00edduos que na sua maioria n\u00e3o s\u00e3o reciclados. Por outro lado, contribui para minimizar de alguma forma a polui\u00e7\u00e3o marinha, na sua maioria com origem terrestre.<\/p>\n

\u00c1rea de agricultura biol\u00f3gica mais que duplicou em 2021<\/strong><\/p>\n

A produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola biol\u00f3gica no nosso pa\u00eds tem vindo a aumentar ano ap\u00f3s ano, e registou um aumento consider\u00e1vel em 2021, pois a \u00e1rea certificada mais que duplicou face ao ano anterior, conforme estat\u00edsticas do Observat\u00f3rio Nacional da Produ\u00e7\u00e3o Biol\u00f3gica, publicadas em\u00a0https:\/\/producaobiologica.pt\/<\/a>. Estes dados n\u00e3o revelam as \u00e1reas por cultura, que importa analisar. Afigura-se imperativo tamb\u00e9m o incentivar a uma agricultura alimentar de cadeias curtas, assumindo-se as produ\u00e7\u00f5es de hort\u00edcolas, frutas, cereais e proteaginosas como as mais relevantes, mas ainda insuficientes para o mercado nacional.\u00a0Note-se que este aumento foi favorecido pelo facto de, neste ano de transi\u00e7\u00e3o da PAC, terem aberto pela primeira vez em cinco anos, novas candidaturas agroambientais para a agricultura\u00a0biol\u00f3gica (Medida 7.1 do PDR2020), sem que tivessem aberto para a produ\u00e7\u00e3o integrada (Medida 7.2 do PDR2020).<\/p>\n

Lagoa dos Salgados \u2013 nova \u00e1rea protegida \u00e9 classificada em 21 anos<\/strong><\/p>\n

A decis\u00e3o de vir a criar uma nova \u00e1rea protegida, no Algarve \u2013 lamentavelmente, a primeira \u00e1rea protegida que dever\u00e1 ser criada no espa\u00e7o de 21 anos! \u2013 \u00e9 um sinal positivo. A Lagoa dos Salgados e o Sapal de Arma\u00e7\u00e3o de P\u00eara re\u00fanem um conjunto excepcional de valores naturais, com particular destaque para a avifauna aqu\u00e1tica, tendo-se tornado um dos locais de observa\u00e7\u00e3o de aves mais visitados do pa\u00eds, assumindo hoje um papel estrat\u00e9gico do ponto de vista paisag\u00edstico, tur\u00edstico e ecol\u00f3gico da regi\u00e3o. Este \u00e9 para a Quercus o corol\u00e1rio de uma luta e de um empenho decidido no objectivo da sua protec\u00e7\u00e3o e salvaguarda, que, esperamos, venha a servir de exemplo para outras zonas semelhantes num futuro pr\u00f3ximo.<\/p>\n

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Perspetivas para 2022<\/u><\/strong><\/h2>\n

Revis\u00e3o dos Crit\u00e9rios das Faixas de Gest\u00e3o de Combust\u00edvel <\/strong><\/p>\n

A publica\u00e7\u00e3o do Decreto-Lei n.\u00ba 82\/2021, de 13 de outubro, o qual cria o Sistema de Gest\u00e3o Integrada de Fogos Rurais (SGRIF) no territ\u00f3rio continental, definindo as suas regras de funcionamento, vem revogar o Decreto-Lei n.\u00ba 124\/2006, de 28 de junho, que estabeleceu o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Inc\u00eandios (SNDFCI), ainda que com algumas exce\u00e7\u00f5es. A Quercus espera a corre\u00e7\u00e3o dos crit\u00e9rios aplic\u00e1veis \u00e0s faixas de gest\u00e3o de combust\u00edvel do SNDFCI, sobre a rede secund\u00e1ria, sem qualquer fundamento t\u00e9cnico-cient\u00edfico, de modo a travar a atual destrui\u00e7\u00e3o das bordaduras de esp\u00e9cies aut\u00f3ctones de povoamentos florestais, nomeadamente das folhosas aut\u00f3ctones.<\/p>\n

A\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica em todos os setores!\u00a0<\/strong><\/p>\n

A COP-26, n\u00e3o conduziu \u00e0 assinatura de um acordo que regulamente os Acordos de Paris. Por\u00e9m saldam-se como resultados positivos desta Confer\u00eancia Clim\u00e1tica os acordos sectoriais obtidos relativos \u00e0s emiss\u00f5es de metano, \u00e0 refloresta\u00e7\u00e3o e ao incentivo \u00e0s energias limpas nas viaturas. Relan\u00e7ou, contudo, o debate em torno da crise clim\u00e1tica. O crescente aumento da consci\u00eancia coletiva para os complexos fen\u00f3menos em causa vai abrindo caminhos a mudan\u00e7as estruturais da sociedade. O necess\u00e1rio refor\u00e7o no trabalho em rede com diversos setores, e em particular as organiza\u00e7\u00f5es da sociedade civil, \u00e9 um desafio que a Quercus assume e pretende aprofundar em 2022.<\/p>\n

Biodiversidade e Oceanos<\/strong><\/p>\n

A Quercus relembra que Lisboa receber\u00e1 em 2022 a Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre os Oceanos, vinculada ao tema da prote\u00e7\u00e3o e regenera\u00e7\u00e3o dos Oceanos. A Quercus entende que este \u00e9 um momento crucial para estabelecer princ\u00edpios internacionais visando a prote\u00e7\u00e3o de todas as zonas oce\u00e2nicas e as que est\u00e3o a estas intimamente ligadas, como foz, estu\u00e1rios e deltas de rios, al\u00e9m da luta contra a contamina\u00e7\u00e3o por pl\u00e1sticos e micropart\u00edculas, hidrocarbonetos, entre outros poluentes, bem como a salvaguarda dos habitats marinhos e prote\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies. O exemplo da cria\u00e7\u00e3o da Lagoa dos Salgados, no Algarve, deve e tem imperiosamente de ser replicado. H\u00e1 um ano, no \u00e2mbito do Painel de Alto N\u00edvel para uma Economia Sustent\u00e1vel do Oceano, o Executivo comprometeu-se a, at\u00e9 2025, gerir de forma sustent\u00e1vel 100% do oceano sob jurisdi\u00e7\u00e3o nacional. Urge tornar este objetivo uma realidade.<\/p>\n

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Lisboa, 31 de dezembro de 2021<\/p>\n

A Dire\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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Numa altura em que a Covid-19 continua no topo das preocupa\u00e7\u00f5es, a Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza recorda que o eclodir das pandemias est\u00e1 inextricavelmente associado \u00e0 perda da biodiversidade, \u00e0 destrui\u00e7\u00e3o de habitats selvagens e \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Raz\u00f5es por que o Governo e todas as autarquias, tal como as empresas, […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":16110,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[114,402],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/16883"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=16883"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/16883\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":16887,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/16883\/revisions\/16887"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/16110"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=16883"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=16883"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=16883"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}