{"id":16805,"date":"2021-11-15T10:15:44","date_gmt":"2021-11-15T10:15:44","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=16805"},"modified":"2021-11-15T10:17:18","modified_gmt":"2021-11-15T10:17:18","slug":"cop26-uma-aproximacao-nao-chega-reducao-drastica-das-emissoes-gee-nesta-decada-continua-premente","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/11\/15\/cop26-uma-aproximacao-nao-chega-reducao-drastica-das-emissoes-gee-nesta-decada-continua-premente\/","title":{"rendered":"COP26 \u2013 Uma aproxima\u00e7\u00e3o n\u00e3o chega: redu\u00e7\u00e3o dr\u00e1stica das emiss\u00f5es GEE nesta d\u00e9cada continua premente"},"content":{"rendered":"

\"\"A 26\u00aa Confer\u00eancia das Partes da Conven\u00e7\u00e3o-Quadro das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (COP26) de Glasgow terminou com um acordo nebuloso, quando se exigia que a vontade pol\u00edtica global fosse clara e apontasse o consenso mundial no sentido da ado\u00e7\u00e3o de compromissos pela descarboniza\u00e7\u00e3o da economia, pelo abandono da utiliza\u00e7\u00e3o do carv\u00e3o, pela limita\u00e7\u00e3o \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de g\u00e1s natural e petr\u00f3leo. E, claro, consagrasse a vontade dos Estados em acabar com os apoios financeiros e isen\u00e7\u00f5es fiscais \u00e0s empresas f\u00f3sseis. Nada disso aconteceu. Por isso a redu\u00e7\u00e3o dr\u00e1stica e urgente das emiss\u00f5es de gases com efeito de estufa (GEE) continua a ser uma prem\u00eancia at\u00e9 2030.<\/strong><\/p>\n

Mais uma vez, pela m\u00e3o da \u00edndia, apoiada pela China e pela Ar\u00e1bia Saudita, pa\u00edses que contaram com o apoio t\u00e1cito dos Estados Unidos, estas quest\u00f5es tiveram a sua abordagem suavizada, deixando- se de impor metas rigorosas, mas somente preocupa\u00e7\u00e3o, diminui\u00e7\u00e3o e outras quantas piedosas inten\u00e7\u00f5es que resolvem muito pouco ou quase nada, quando falamos dos maiores poluidores e tamb\u00e9m produtores destes combust\u00edveis.<\/p>\n

O aumento do financiamento \u00e0 transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica dos pa\u00edses mais vulner\u00e1veis ficou sensivelmente na mesma meta incumprida anteriormente, uma vez que n\u00e3o foi atingido o objetivo de financiar a adapta\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica dos pa\u00edses em desenvolvimento em 100 mil milh\u00f5es de d\u00f3lares anuais. Continua ainda por definir a compensa\u00e7\u00e3o aos pa\u00edses pelas perdas originadas pelas altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.<\/p>\n

A regulamenta\u00e7\u00e3o do artigo 6, teve como maior preocupa\u00e7\u00e3o o mercado do Carbono e a pr\u00f3pria quest\u00e3o das 300 licen\u00e7as de emiss\u00e3o, abandonadas ap\u00f3s o Protocolo de Quioto, voltou a estar consagrada, quando o Acordo de Paris j\u00e1 nem sequer as previa.<\/p>\n

Saldam-se como resultados positivos desta COP os acordos sectoriais obtidos, sobre as emiss\u00f5es de metano, sobre a refloresta\u00e7\u00e3o e sobre o incentivo \u00e0s energias limpas nas viaturas. Por\u00e9m os mesmos, at\u00e9 por serem acordos que n\u00e3o abrangem a totalidade dos pa\u00edses, afiguram-se manifestamente insuficientes face ao objetivo de limitar o aquecimento global em 1,5\u00ba, face aos n\u00edveis pr\u00e9-industriais. Sendo que j\u00e1 se aponta a meta de 1,8\u00baC como novo objetivo futuro.<\/p>\n

A Quercus, embora reconhe\u00e7a a import\u00e2ncia de se ter atingido um acordo de abrang\u00eancia global e de se ter realizado uma COP com o maior n\u00famero de participantes de sempre, num sinal que a preocupa\u00e7\u00e3o relativa \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas tem hoje uma abrang\u00eancia como nunca tinha sido anteriormente obtida, lamenta profundamente que os interesses imediatos continuem a ser priorizados em face dos interesses de toda a humanidade.<\/p>\n

A Quercus enfatiza que o resultado da COP26 de Glasgow, n\u00e3o tendo sido uma porta aberta para a luta contra as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, foi uma fresta que \u00e9 importante aproveitar e fazer crescer ainda nesta d\u00e9cada crucial, abordando de forma corajosa as componentes da mitiga\u00e7\u00e3o e adapta\u00e7\u00e3o, e espera que juntamente com o movimento social e ambiental seja poss\u00edvel reverter os aspetos menos positivos desta COP na sua 27\u00aa edi\u00e7\u00e3o, a realizar dentro de um ano em Sharm-el-sheik, no Egito.<\/p>\n

Da parte do Governo de Portugal, a Quercus salienta como positiva a reafirma\u00e7\u00e3o das energias renov\u00e1veis como resposta \u00e0 crise clim\u00e1tica e a recusa firme relativamente \u00e0 falsa op\u00e7\u00e3o nuclear. No entanto, face aos desafios com que nos confrontamos, maior vontade pol\u00edtica em acelerar a descarboniza\u00e7\u00e3o dos diversos sectores da economia afigura-se como necess\u00e1ria.<\/p>\n

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15 de Novembro de 2021<\/p>\n

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