{"id":15440,"date":"2021-03-12T17:34:34","date_gmt":"2021-03-12T17:34:34","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=15440"},"modified":"2021-03-12T17:34:34","modified_gmt":"2021-03-12T17:34:34","slug":"caracterizacao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/12\/caracterizacao\/","title":{"rendered":"Caracteriza\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"

Orlando Ribeiro (1992) caracteriza a Beira Baixa como “uma manta de retalhos, alguns j\u00e1 estremenhos ou alentejanos, uma justaposi\u00e7\u00e3o de unidades, bem demarcadas no aspecto da paisagem e no modo de viver dos habitantes”.<\/p>\n

De facto, o Tejo Internacional manifesta inconfund\u00edveis semelhan\u00e7as com a paisagem alentejana: o relevo ondulado e relativamente suave (salvo as \u00e1reas adjacentes aos cursos de \u00e1gua), a vegeta\u00e7\u00e3o mediterr\u00e2nica com predomin\u00e2ncia para o montado de azinho associado a manchas de matagal e o rigor do clima no Ver\u00e3o, s\u00e3o disso bons exemplos.<\/p>\n

Trata-se de uma \u00e1rea com baixa densidade populacional, onde a agricultura e a pastor\u00edcia, associadas a actividades complementares como a apicultura, a olivicultura e o fabrico de queijo, constituem as principais fontes de rendimento dos seus habitantes. O mel, sobretudo de rosmaninho, o queijo produzido segundo moldes artesanais, o azeite e o p\u00e3o caseiro s\u00e3o produtos, entre outros, de \u00f3ptima qualidade e que ainda se podem adquirir directamente no produtor.<\/p>\n

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Geologia<\/strong><\/p>\n

O substrato rochoso \u00e9 constitu\u00eddo essencialmente pelo complexo xisto-grauv\u00e1quico Ante-Ordov\u00edcico e, localizadamente, por granito que surge com maior incid\u00eancia nas zonas de Salvaterra do Extremo e Segura. Na denominada zona do Castelo, situada num ponto elevado junto a Monforte da Beira, verifica-se a presen\u00e7a de uma crista quartz\u00edtica Ordov\u00edcica. Ocorrem ainda fil\u00f5es de quartzo leitoso e xistos mosqueados (com estaurolite), como resultado do metamorfismo de contacto entre o granito e o complexo xisto-grauv\u00e1quico.<\/p>\n

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Os dep\u00f3sitos detr\u00edticos Terci\u00e1rios (Arcoses da Beira Baixa) que cobrem discordantemente as restantes forma\u00e7\u00f5es ocupam uma vasta \u00e1rea da regi\u00e3o.<\/p>\n

Os afloramentos rochosos associados a estes dois tipos de rocha est\u00e3o na origem de t\u00edpicas escarpas fluviais.<\/p>\n

Solo<\/strong><\/p>\n

Os solos derivados tanto dos xistos como dos granitos apresentam-se, em grande parte dos casos, esquel\u00e9ticos, com teores de mat\u00e9ria org\u00e2nica muito baixos, com elevada percentagem de elementos grosseiros, com consider\u00e1vel n\u00famero de afloramentos rochosos e pobres em nutrientes minerais.<\/p>\n

Neste contexto, e tendo presente o rigor do clima e a exist\u00eancia em determinadas zonas de declives bastante acentuados que aumentam os riscos de eros\u00e3o, \u00e9 evidente a muito baixa capacidade de uso atribu\u00edda a estes solos e consequentemente as fortes restri\u00e7\u00f5es quanto ao tipo de aproveitamento.<\/p>\n

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Clima<\/strong><\/p>\n

No que respeita ao clima, s\u00e3o de referir as elevadas temperaturas que se fazem sentir principalmente nos meses de Julho e Agosto, onde a temperatura chega por vezes a atingir os 400 C. Este facto, aliado \u00e0s reduzidas precipita\u00e7\u00f5es m\u00e9dias anuais que aqui ocorrem \u2013 de menos de 500 mm anuais no vale do Tejo aos 700 mm nas colinas mais elevadas da regi\u00e3o, provoca um elevado d\u00e9ficit de \u00e1gua no solo e, simultaneamente, condiciona a composi\u00e7\u00e3o do coberto vegetal.<\/p>\n

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No Inverno, que \u00e9 relativamente suave mas frio, ocorre com pouca frequ\u00eancia a forma\u00e7\u00e3o de geadas, verificando-se tamb\u00e9m, devido \u00e0 proximidade do rio Tejo, a forma\u00e7\u00e3o de nevoeiro que se expande para as zonas adjacentes ao seu vale.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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