{"id":14176,"date":"2021-03-08T15:52:15","date_gmt":"2021-03-08T15:52:15","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=14176"},"modified":"2021-03-08T15:52:15","modified_gmt":"2021-03-08T15:52:15","slug":"guia-para-os-mais-perplexos-sobre-as-alteracoes-indiretas-de-uso-do-solo-associadas-com-a-producao-de-biocombustiveis","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/08\/guia-para-os-mais-perplexos-sobre-as-alteracoes-indiretas-de-uso-do-solo-associadas-com-a-producao-de-biocombustiveis\/","title":{"rendered":"Guia para os mais perplexos sobre as altera\u00e7\u00f5es indiretas de uso do solo associadas com a produ\u00e7\u00e3o de biocombust\u00edveis"},"content":{"rendered":"

\"biofuel\"O estudo \u201cA Guide for the Perplexed to the Indirect Effects of Biofuels Production\u201d, publicado em setembro de 2014 pela organiza\u00e7\u00e3o independente International Council on Clean Transportation (ICCT), apresenta uma an\u00e1lise detalhada mas bastante acess\u00edvel para o leitor sobre o efeito das altera\u00e7\u00f5es indiretas de uso do solo (\u201cIndirect Land Use Change\u201d, do ingl\u00eas) associadas com a produ\u00e7\u00e3o de biocombust\u00edveis e as metodologias existentes para o c\u00e1lculo das emiss\u00f5es de gases com efeito de estufa (GEE) associadas com este efeito.<\/p>\n

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As altera\u00e7\u00f5es indiretas de uso do solo est\u00e3o relacionadas com a convers\u00e3o de novas \u00e1reas florestais e de pastagens para a produ\u00e7\u00e3o agroalimentar como resultado da procura crescente de biocombust\u00edveis. Se forem consideradas as altera\u00e7\u00f5es indiretas de uso do solo, alguns biocombust\u00edveis podem apresentar emiss\u00f5es de GEE, em alguns casos, superiores \u00e0s dos combust\u00edveis f\u00f3sseis que eles pretendem substituir.<\/p>\n

Durante a \u00faltima d\u00e9cada, as altera\u00e7\u00f5es indiretas de uso do solo tornaram-se uma das principais preocupa\u00e7\u00f5es da comunidade cient\u00edfica e da sociedade civil, e um fator determinante na pol\u00edtica de biocombust\u00edveis. Na UE, esta tomada de consci\u00eancia conduziu \u00e0 revis\u00e3o das Diretivas sobre as Energias Renov\u00e1veis \u200b\u200be da Qualidade dos Combust\u00edveis, cujo processo est\u00e1 ainda a ser debatido pelas institui\u00e7\u00f5es europeias ao fim de dois anos. Algumas partes interessadas (como a ind\u00fastria dos biocombust\u00edveis) rejeitam totalmente este conceito, enquanto outras partes consideram uma preocupa\u00e7\u00e3o-chave para garantir a sustentabilidade dos biocombust\u00edveis, enquanto substitutos dos combust\u00edveis f\u00f3sseis no sector dos transportes. Para al\u00e9m disso, muitos decisores pol\u00edticos e cidad\u00e3os \u200b\u200bainda n\u00e3o est\u00e3o familiarizados com a complexidade deste conceito e as premissas b\u00e1sicas para a sua determina\u00e7\u00e3o, baseada no melhor conhecimento cient\u00edfico.<\/p>\n

O estudo identifica, ainda, os seis fatores principais que determinam a magnitude do impacto das altera\u00e7\u00f5es indiretas de uso do solo, quando aumenta a procura de biocombust\u00edveis: o consumo de alimentos, a produtividade agr\u00edcola, a escolha das culturas usadas, a utiliza\u00e7\u00e3o de coprodutos, a \u00e1rea cultivada e as reservas de carbono do solo que \u00e9 convertido para a produ\u00e7\u00e3o de biocombust\u00edveis. O ICCT faz uma revis\u00e3o das evid\u00eancias sobre cada um destes fatores, e analisa como eles s\u00e3o tratados nos modelos de previs\u00e3o utilizados nos EUA e na Europa, e apresentam exemplos para ilustrar como as diferentes premissas podem influenciar o n\u00edvel esperado de emiss\u00f5es ILUC.<\/p>\n

Embora existam biocombust\u00edveis com melhor desempenho ambiental do que outros, os governos e a ind\u00fastria ter\u00e3o de avaliar se os biocombust\u00edveis podem contribuir, de facto, para a economia de baixo carbono que eles reivindicam. Para a atual gera\u00e7\u00e3o de biocombust\u00edveis, as evid\u00eancias sobre o efeito ILUC s\u00e3o suscet\u00edveis de n\u00e3o cumprirem com os objetivos de redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de GEE. E nesse caso, a mudan\u00e7a dever\u00e1 come\u00e7ar nos acordos e instrumentos reconhecidos ao n\u00edvel internacional, como o Protocolo de Quioto e o Com\u00e9rcio Europeu de Licen\u00e7as de Emiss\u00e3o, os quais consideram os biocombust\u00edveis como uma solu\u00e7\u00e3o neutra em emiss\u00f5es de carbono. A menos que as emiss\u00f5es associadas com as altera\u00e7\u00f5es diretas e indiretas do solo sejam reconhecidas e contabilizadas, as pol\u00edticas de biocombust\u00edveis n\u00e3o estar\u00e3o alinhadas com os seus potenciais benef\u00edcios.<\/p>\n

O estudo pode ser encontrado aqui:<\/strong><\/p>\n

http:\/\/www.theicct.org\/sites\/default\/files\/publications\/ICCT_A-Guide-for-the-Perplexed_Sept2014.pdf<\/a><\/p>\n

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