{"id":13856,"date":"2021-03-06T12:36:07","date_gmt":"2021-03-06T12:36:07","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13856"},"modified":"2021-03-10T16:12:11","modified_gmt":"2021-03-10T16:12:11","slug":"a-quercus-e-a-conservacao-da-natureza","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/06\/a-quercus-e-a-conservacao-da-natureza\/","title":{"rendered":"A Quercus e a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza"},"content":{"rendered":"

A Quercus e a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/h2>\n

Por Jos\u00e9 Paulo Martins e Samuel Infante<\/em><\/p>\n


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\u00a0<\/strong><\/p>\n

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\"tejoApesar de ter apenas 92.152 km2, Portugal encontra-se entre os pa\u00edses com maior biodiversidade do espa\u00e7o europeu, merc\u00ea da sua situa\u00e7\u00e3o biogeogr\u00e1fica e da hist\u00f3ria evolutiva desta regi\u00e3o do mediterr\u00e2neo ocidental. Tal diversidade manifesta-se nos in\u00fameros habitats, paisagens e endemismos Portugueses e Ib\u00e9ricos que de norte a sul do territ\u00f3rio nacional e com grande relevo nas ilhas atl\u00e2nticas, nos oferecem esta grande riqueza natural e ao mesmo tempo nos responsabilizam pela sua preserva\u00e7\u00e3o.<\/strong><\/p>\n

Foi a necessidade de preserva\u00e7\u00e3o desta biodiversidade que esteve na g\u00e9nese da funda\u00e7\u00e3o da associa\u00e7\u00e3o cuja primeira designa\u00e7\u00e3o foi mesmo a de Quercus-Grupo Para a Recupera\u00e7\u00e3o da Floresta e Fauna Aut\u00f3ctones, mais tarde Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza. O pr\u00f3prio s\u00edmbolo, uma folha de carvalho-negral, Quercus pyrenaica, denotava tamb\u00e9m a preocupa\u00e7\u00e3o inicial com as quest\u00f5es da floresta aut\u00f3ctone sendo tamb\u00e9m essa a designa\u00e7\u00e3o do nosso primeiro jornal.<\/p>\n

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Entretanto o trabalho da associa\u00e7\u00e3o ao longo dos anos tornou-se mais abrangente, por um lado devido \u00e0s exig\u00eancias que os problemas de ambiente e a sociedade nos colocaram e por outro lado porque foi aderindo \u00e0 associa\u00e7\u00e3o um leque mais alargado de pessoas com forma\u00e7\u00f5es e motiva\u00e7\u00f5es cada vez mais diversas.<\/p>\n

A conserva\u00e7\u00e3o da natureza n\u00e3o deixou no entanto de estar nas nossas preocupa\u00e7\u00f5es e actua\u00e7\u00f5es mas pass\u00e1mos sem d\u00favida a ter uma vis\u00e3o mais integrada e transversal desta problem\u00e1tica que se interliga com o ordenamento do territ\u00f3rio, a protec\u00e7\u00e3o do solo, a pol\u00edtica florestal e agr\u00edcola, a gest\u00e3o dos recursos h\u00eddricos, a pol\u00edtica energ\u00e9tica e as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e outras tantas vertentes importantes para uma correcta gest\u00e3o dos recursos naturais.<\/p>\n

Conserva\u00e7\u00e3o da natureza marca passo<\/strong><\/p>\n

\"ourico\"Nas \u00faltimas d\u00e9cadas as quest\u00f5es ambientais t\u00eam tido uma relev\u00e2ncia cada vez maior na vida da nossa sociedade. Portugal assinou e ratificou diversas conven\u00e7\u00f5es internacionais e entraram em vigor muitas directivas comunit\u00e1rias que influenciaram positivamente as pol\u00edticas nacionais na \u00e1rea do ambiente. A rede nacional de \u00e1reas protegidas cresceu, foram designados os s\u00edtios da rede natura 2000 e aprovou-se uma estrat\u00e9gia nacional de conserva\u00e7\u00e3o da natureza e da biodiversidade.<\/p>\n

H\u00e1 sem d\u00favida casos de sucesso na recupera\u00e7\u00e3o da nossa biodiversidade como o crescimento da popula\u00e7\u00e3o de cegonha branca, o regresso de algumas aves que estavam extintas como nidificantes, caso do abutre-negro ou da \u00e1guia imperial, assistimos \u00e0 expans\u00e3o da galinha sultana e \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o da foca monge mas muitas vezes tal deveu-se mais a factores laterais e n\u00e3o tanto a uma actua\u00e7\u00e3o proactiva no dom\u00ednio da conserva\u00e7\u00e3o. Na pr\u00e1tica, tem sido dif\u00edcil integrar a conserva\u00e7\u00e3o da biodiversidade nas diversas pol\u00edticas sectoriais e este sector n\u00e3o tem tido os recursos financeiros e humanos necess\u00e1rios para a efectiva implementa\u00e7\u00e3o de estrat\u00e9gias, planos e ac\u00e7\u00f5es que concretizem os objectivos definidos. Os exemplos negativos prosperam, com in\u00fameras \u00e1reas importantes ainda sem estarem classificadas, muitas \u00e1reas protegidas sem planos de ordenamento e gest\u00e3o, o Plano Sectorial para a Rede Natura 2000 por aprovar, esp\u00e9cies emblem\u00e1ticas como o lince-ib\u00e9rico praticamente extinto, e na generalidade sem que existam os recursos que permitam uma eficaz gest\u00e3o dos s\u00edtios a proteger e os planos de conserva\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies a implementar.<\/p>\n

O contributo da Quercus<\/strong><\/p>\n

O trabalho que temos realizado nesta \u00e1rea \u00e9 muitas vezes pouco vis\u00edvel para o exterior da associa\u00e7\u00e3o, n\u00e3o suscitando grande destaque nos meios de comunica\u00e7\u00e3o. Temos no entanto uma actua\u00e7\u00e3o di\u00e1ria, enfrentando por vezes grandes desafios, face \u00e0s amea\u00e7as que se colocam ao nosso patrim\u00f3nio natural e aos fracos recursos humanos e financeiros de que dispomos para a nossa interven\u00e7\u00e3o. Temos conseguido levar \u00e0 pr\u00e1tica respostas diversificadas a muitos destes desafios. Por um lado atrav\u00e9s do acompanhamento de projectos, obras e den\u00fancia de ac\u00e7\u00f5es atentat\u00f3rias do patrim\u00f3nio natural, utilizando os media, as ac\u00e7\u00f5es judiciais ou fazendo parte de Plataformas de ONGs como acontece com a “Plataforma Pelo Alentejo Sustent\u00e1vel”, relativa ao projecto de Alqueva e com a “Plataforma Sabor Livre”. Por outro lado atrav\u00e9s da implementa\u00e7\u00e3o de projectos concretos de estudo e levantamento do patrim\u00f3nio natural ou ainda com a cria\u00e7\u00e3o de estruturas concretas para a conserva\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies, de que s\u00e3o exemplo os centros de recupera\u00e7\u00e3o de animais selvagens, os campos de alimenta\u00e7\u00e3o de aves necr\u00f3fagas e a rede de micro-reservas.<\/p>\n

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Uma actividade diversificada<\/strong><\/p>\n

\"anilhagem\"Foram muitos os projectos que desenvolvemos ao longo destes anos, uns de car\u00e1cter nacional outros com \u00e2mbito mais local, envolvendo a mobiliza\u00e7\u00e3o de centenas de activistas que deram o seu melhor em prol dos valores que constituem a riqueza natural do nosso Pa\u00eds.<\/p>\n

Nos primeiros tempos n\u00e3o podemos esquecer as campanhas de protec\u00e7\u00e3o de aves necr\u00f3fagas com a cria\u00e7\u00e3o de zonas de Alimenta\u00e7\u00e3o de Abutres
\nOutros projectos iniciais incidiram mais no estudo e recenseamento de aves, caso dos projectos com a cegonha-branca, a \u00e1guia de Bonelli, a \u00e1guia-real e a \u00e1guia ca\u00e7adeira (este em colabora\u00e7\u00e3o com os colegas franceses do FIR (Fond de Intervention pour les Rapaces), ou os registos relativos ao Censo Nacional de Animais Mortos nas Estradas, projectos que marcaram os primeiros anos de vida da associa\u00e7\u00e3o, cativando e mobilizando s\u00f3cios e colaboradores para a conserva\u00e7\u00e3o da natureza, um pouco por todo o pa\u00eds. Tamb\u00e9m o Projecto Lampreia-de-riacho da responsabilidade do n\u00facleo de Our\u00e9m nas ribeiras do Alto-Nab\u00e3o tem mobilizado centenas de pessoas em torno de actividades de conserva\u00e7\u00e3o e educa\u00e7\u00e3o ambiental.<\/p>\n

Ao longo de mais de uma d\u00e9cada foram muitos os que colaboraram no projecto Inspec\u00e7\u00f5es Costeiras onde durante o Inverno e ao longo de v\u00e1rios tro\u00e7os do litoral se fizeram levantamentos relativos a aves encontradas no areal, res\u00edduos e todo o tipo de situa\u00e7\u00f5es que permitiam melhor caracterizar ambientalmente esses locais.<\/p>\n

Os primeiros tempos da Quercus foram tamb\u00e9m marcados pelas campanhas contra a eucalipta\u00e7\u00e3o indiscriminada que teve lugar por todo o territ\u00f3rio nacional at\u00e9 aos finais dos anos 80 e por campanhas mais espec\u00edficas com a que teve lugar na regi\u00e3o de Coimbra contra a invas\u00e3o por uma planta ex\u00f3tica, a Ac\u00e1cia.<\/p>\n

Durante os primeiros anos foi dada aten\u00e7\u00e3o particular a algumas \u00e1reas naturais sujeitas \u00e0 press\u00e3o urban\u00edstica, ao turismo e a outros problemas. Estas campanhas focaram \u00e1reas como a Peneda Ger\u00eas, o estu\u00e1rio do Rio Minho e a Mata do Camarido, a Reserva Ornitol\u00f3gica do Mindelo, o Rio Tejo Internacional ou a Barrinha de Esmoriz com muito trabalho de campo e edi\u00e7\u00e3o de v\u00e1rias publica\u00e7\u00f5es incluindo o Jornal da Peneda-Ger\u00eas.<\/p>\n

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\"valpacos\"<\/p>\n

A\u00e7\u00e3o contra a eucaliptiza\u00e7\u00e3o em Valpa\u00e7os – 1989<\/strong><\/p>\n

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Projectos e ac\u00e7\u00f5es que se destacaram<\/strong><\/p>\n

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– A luta contra as eucalipta\u00e7\u00f5es nos anos 80<\/strong><\/p>\n

Numa altura e que a consci\u00eancia ambiental era ainda muito pouca marcada o Pa\u00eds assistia \u00e0 eucalipta\u00e7\u00e3o indiscriminada de vastas \u00e1reas do nosso litoral e de \u00e1reas serranas, reconvers\u00e3o esta que tinha por vezes lugar em \u00e1reas com esp\u00e9cies aut\u00f3ctones e ou consideradas importantes para a conserva\u00e7\u00e3o da biodiversidade. Esta foi a grande luta dos primeiros anos da associa\u00e7\u00e3o que decorreu muitas vezes em sintonia com o sentir das popula\u00e7\u00f5es locais que receavam as mudan\u00e7as dr\u00e1sticas que estas floresta\u00e7\u00f5es colocariam \u00e0 sua regi\u00e3o e ao seu modo de vida.<\/p>\n

As m\u00faltiplas actividades que ent\u00e3o decorreram tiveram alguns pontos altos com ac\u00e7\u00f5es no terreno em conjunto com a popula\u00e7\u00e3o e que envolviam acorrentamento \u00e0s m\u00e1quinas como as que decorreram em Manhuncelos, concelho de Marco de Canaveses em 1988, na Serra da Aboboreira em Janeiro de 1989, em Valpa\u00e7os em Mar\u00e7o de 1989 ou ainda em M\u00e9rtola, juntamente com a Associa\u00e7\u00e3o de Defesa do Patrim\u00f3nio de M\u00e9rtola j\u00e1 no final desse ano.<\/p>\n

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– Protec\u00e7\u00e3o das aves necr\u00f3fagas<\/strong><\/p>\n

Nos primeiros tempos n\u00e3o podemos esquecer as campanhas de protec\u00e7\u00e3o aos abutres, que incidiram especialmente no Alto-Alentejo com a cria\u00e7\u00e3o da zona de Alimenta\u00e7\u00e3o de Abutres da P\u00f3voa e Meadas perto do rio Sever ou mais tarde com a cria\u00e7\u00e3o do alimentador de abutres de Idanha-a-Nova e outras interven\u00e7\u00f5es em Tr\u00e1s-os-Montes. J\u00e1 nos meados dos anos 90 foram instalados outros alimentadores no Tejo Internacional bem como no Baixo-Alentejo refor\u00e7ando assim o trabalho que a associa\u00e7\u00e3o tem tido pela preserva\u00e7\u00e3o destas aves. Foi tamb\u00e9m com base neste trabalho inicial que logo em 1990 foi publicado o Dec. Lei que define e regulamenta o funcionamento deste tipo de estruturas.<\/p>\n

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– Cegonha-branca<\/strong><\/p>\n

O projecto cegonha-branca ter\u00e1 sido o o trabalho mais marcante daqueles que incidiram sobre a protec\u00e7\u00e3o de uma esp\u00e9cie pois durante v\u00e1rios anos foram muitos os n\u00facleos da Quercus a responsabilizar-se pelos recenseamentos regionais, pela coloca\u00e7\u00e3o de plataformas-ninho alternativas e pela publica\u00e7\u00e3o de material informativo diverso alusivo a esta esp\u00e9cie. S\u00e3o de recordar em 1988 as interven\u00e7\u00f5es pioneiras junto da JAE – Junta Aut\u00f3noma das Estradas, relativamente \u00e0 coloca\u00e7\u00e3o de plataforma alternativas quando foi necess\u00e1rio alargar estradas em Portalegre e no Torr\u00e3o, os primeiros contactos com a EDP relativos \u00e0 nidifica\u00e7\u00e3o das cegonhas nos postes de alta e m\u00e9dia tens\u00e3o, o caso do julgamento de Coruche em resultado de um atentado contra a maior col\u00f3nia desta ave no Ribatejo, e as diversas interven\u00e7\u00f5es p\u00fablicas, incluindo a televis\u00e3o, que nessa \u00e9poca marcaram uma mudan\u00e7a na consciencializa\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o e das entidades para a protec\u00e7\u00e3o desta esp\u00e9cie, mas tamb\u00e9m para a conserva\u00e7\u00e3o do nosso patrim\u00f3nio natural de uma forma mais geral.<\/p>\n

\"melides\"
\nA\u00e7\u00e3o contra a ca\u00e7a ilegal na Lagoa de Melides<\/p>\n

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– Ca\u00e7a e conserva\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

A actividade cineg\u00e9tica foi sempre alvo da nossa aten\u00e7\u00e3o pelas repercuss\u00f5es directas que tem sobre a protec\u00e7\u00e3o da fauna. N\u00e3o podemos esquecer o facto de que nesses primeiros tempos da nossa actividade ainda praticamente n\u00e3o havia regime ordenado, a legisla\u00e7\u00e3o era bastante obsoleta e omissa e infelizmente uma parte significativa dos praticantes desta actividade eram pouco conscientes da responsabilidade dos seus actos e do impacte no ambiente.<\/p>\n

De forma lenta mas gradual a situa\u00e7\u00e3o tem vindo a melhorar com o progressivo ordenamento do espa\u00e7o cineg\u00e9tico, a cria\u00e7\u00e3o de exames para carta de ca\u00e7ador mais exigentes, uma forma\u00e7\u00e3o c\u00edvica mais consciente nos novos ca\u00e7adores e algumas altera\u00e7\u00f5es legislativas fundamentais, nomeadamente a implementa\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 n\u00e3o ca\u00e7a. De forma regular a Quercus foi-se manifestando sobre estas situa\u00e7\u00f5es, seja atrav\u00e9s de notas de imprensa e de ac\u00e7\u00f5es de rua, seja atrav\u00e9s da participa\u00e7\u00e3o em debates e reuni\u00f5es sobre esta tem\u00e1tica.<\/p>\n

S\u00e3o de relembrar algumas ac\u00e7\u00f5es mais medi\u00e1ticas como a opera\u00e7\u00e3o Egas Moniz em Outubro de 2002 frente ao Minist\u00e9rio da Agricultura contestando as \u00e1reas de ca\u00e7a em zonas importantes do Tejo Internacional ou mais tarde em Abril de 1993 uma outra ac\u00e7\u00e3o frente \u00e0 Direc\u00e7\u00e3o Geral de Florestas onde se despejaram milhares de cartuchos alertando para a necessidade de classificar como reserva os terrenos entretanto adquiridos pela associa\u00e7\u00e3o no Tejo Internacional. J\u00e1 em 2002 realiz\u00e1mos uma ac\u00e7\u00e3o de rua junto ao Minist\u00e9rio da Agricultura, com instala\u00e7\u00e3o de uma veda\u00e7\u00e3o e sinaliza\u00e7\u00e3o de \u00e1rea de n\u00e3o ca\u00e7a, denunciando o n\u00e3o cumprimento do disposto na legisla\u00e7\u00e3o no que toca \u00e0 atribui\u00e7\u00e3o deste direito.<\/p>\n

Tamb\u00e9m tem sido poss\u00edvel melhorar o relacionamento entre as associa\u00e7\u00f5es ambientalistas e os representantes do sector cineg\u00e9tico. Nestas \u00faltimas d\u00e9cadas aprofundaram-se rela\u00e7\u00f5es e concretizaram-se projectos no terreno, em parcerias muito din\u00e2micas. O PAP (Programa Ant\u00eddoto) \u00e9 um exemplo desse sucesso, embora continue por percorrer um longo caminho at\u00e9 que acabemos com algumas pr\u00e1ticas ilegais como o abate de esp\u00e9cies protegidas atrav\u00e9s do controlo de predadores, se proceda \u00e0 substitui\u00e7\u00e3o do chumbo das muni\u00e7\u00f5es por outro material n\u00e3o t\u00f3xico para evitar o Saturnismo nas aves selvagens, se retirem alguns esp\u00e9cies da lista de aves cineg\u00e9ticas ou se altere o n\u00famero de efectivos para abate e as datas do calend\u00e1rio venat\u00f3rio entre outras quest\u00f5es.<\/p>\n

– Programa Ant\u00eddoto<\/strong><\/p>\n

O programa Ant\u00eddoto surge em Portugal como resposta aos frequentes casos de envenenamento de animais selvagens. O PAP – Programa Ant\u00eddoto Portugal consiste numa plataforma de coopera\u00e7\u00e3o entre v\u00e1rias organiza\u00e7\u00f5es e institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas e privadas criada em Janeiro de 2003, em Arcos de Valdevez. Esta plataforma surgiu na sequ\u00eancia do I Encontro Ib\u00e9rico de Recupera\u00e7\u00e3o e Conserva\u00e7\u00e3o de Fauna Selvagem, tendo sido a Quercus uma das suas impulsionadoras e mantendo na actualidade a coordena\u00e7\u00e3o deste programa. O principal objectivo \u00e9 o de conhecermos a dimens\u00e3o real do uso de venenos usados para exterminar algumas esp\u00e9cies emblem\u00e1ticas (caso do Lobo-ib\u00e9rico e do Abutre-negro) e a partir da\u00ed implementar uma estrat\u00e9gia de actua\u00e7\u00e3o eficaz para reduzir o seu uso contra a fauna selvagem, n\u00e3o esquecendo que este problema afecta tamb\u00e9m alguns animais dom\u00e9sticos.<\/p>\n

Foi elaborada uma Estrat\u00e9gia Nacional contra o uso de venenos, conclu\u00edda e assinada em Lisboa a 21 de Janeiro de 2004, por todas as entidades que actualmente comp\u00f5em o grupo de trabalho, com a qual se pretende actuar em v\u00e1rias vertentes, nomeadamente na recolha de informa\u00e7\u00e3o, na sensibiliza\u00e7\u00e3o e por \u00faltimo na criminaliza\u00e7\u00e3o judicial. Desde a sua funda\u00e7\u00e3o o PAP tem concretizado a edi\u00e7\u00e3o de material de sensibiliza\u00e7\u00e3o e foi criado um s\u00edtio na Internet www.antidoto-portugal.org. Tamb\u00e9m em 2004, com a inten\u00e7\u00e3o de impulsionar a estrat\u00e9gia aprovada, o PAP adquiriu 150 kits de recolha de amostras para entregar aos diferentes agentes de fiscaliza\u00e7\u00e3o. Foram tamb\u00e9m realizadas diversas candidaturas a programas de apoio, com o objectivo de concretizar ac\u00e7\u00f5es piloto de combate \u00e0s causas que est\u00e3o na origem da utiliza\u00e7\u00e3o do veneno contra a fauna selvagem, ac\u00e7\u00f5es estas especialmente direccionadas para o sector cineg\u00e9tico e agro-pecu\u00e1rio.<\/p>\n

– Tejo internacional<\/strong><\/p>\n

O Projecto Tejo Internacional constituiu um marco para a associa\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m para o movimento ambientalista Portugu\u00eas. Foi sem d\u00favida um projecto em que conseguimos mobilizar toda a associa\u00e7\u00e3o para uma \u00e1rea do pa\u00eds com um patrim\u00f3nio singular.<\/p>\n

A presen\u00e7a de elementos da Quercus na regi\u00e3o remonta ao ano de 1983, ou seja, \u00e9 anterior \u00e0 pr\u00f3pria cria\u00e7\u00e3o da Associa\u00e7\u00e3o; nesse ano um dos seus s\u00f3cios fundadores iniciou a recolha de dados sobre a avifauna, monitoriza\u00e7\u00e3o esta que se mant\u00e9m at\u00e9 \u00e0 actualidade. Em 1988, a Quercus, juntamente com a sua cong\u00e9nere espanhola ADENEX apresentou, ao abrigo do programa europeu ACMA , o projecto “Protec\u00e7\u00e3o do Rio Tejo Internacional e Barragem de Alc\u00e1ntara”, envolvendo ainda o SNPRCN (actualmente Instituto da Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza) em Portugal e a Junta da Extremadura em Espanha. O projecto, que decorreu entre 1990 e 1993, com v\u00e1rias vertentes (conserva\u00e7\u00e3o da natureza, inventaria\u00e7\u00e3o e estudos de flora e fauna, educa\u00e7\u00e3o ambiental, turismo de natureza, aquisi\u00e7\u00e3o de terrenos, etc.), visava essencialmente a conserva\u00e7\u00e3o de ecossistemas de inquestion\u00e1vel valor ecol\u00f3gico, nomeadamente extensas manchas de matagal mediterr\u00e2neo e respectiva fauna que lhe est\u00e1 intrinsecamente associada. A 3 de Novembro de 1993 o projecto foi distinguido com o Galard\u00e3o de Prata Ford European Conservation Awards, como corol\u00e1rio do reconhecimento internacional da sua import\u00e2ncia.<\/p>\n

Com os mesmos objectivos, mas numa vertente de Turismo de Natureza mais vincada, desenvolveu-se entre 1995 e 1998 o projecto Life Ambiente “Do Litoral Para o Interior”.<\/p>\n

A 7 de Abril de 1994, durante a Presid\u00eancia Aberta de Ambiente que ent\u00e3o teve lugar o Presidente da Rep\u00fablica faz a estadia mais longa desta digress\u00e3o sobre o Ambiente no Tejo Internacional, numa visita acessorada pela Quercus.
\nAinda em 1994, e para um per\u00edodo de 6 anos, foi apresentada uma candidatura \u00e0s Medidas Agro-Ambientais, com vista \u00e0 interven\u00e7\u00e3o em cerca de 50 ha de montado de azinho e olival tradicional. Entre 1998 e 1999, ao abrigo do Programa Ambiente, \u00e9 executado o Projecto “Tejo Vivo” que permitiu a recupera\u00e7\u00e3o de infra-estruturas de apoio a actividades de Turismo de Natureza. Foi constru\u00edda uma estrutura de estilo r\u00fastico na aldeia do Rosmaninhal e foram recuperadas instala\u00e7\u00f5es na herdade do Monte Barata, propriedade da Quercus com cerca de 400 ha adquirida em 1992. Tamb\u00e9m neste espa\u00e7o tivemos a decorrer entre 1993 e 1999 um projecto demonstrativo de agricultura biol\u00f3gica, sendo na actualidade esta herdade aproveitada para ac\u00e7\u00f5es de conserva\u00e7\u00e3o de habitats e esp\u00e9cies e actividades de sensibiliza\u00e7\u00e3o, forma\u00e7\u00e3o e de turismo de natureza.<\/p>\n

Em 2004 o Presidente da Rep\u00fablica faz mais uma visita ao Tejo Internacional no \u00e2mbito de uma Presid\u00eancia Aberta sobre o Ambiente. Nos 11 anos de presen\u00e7a permanente da Quercus na regi\u00e3o destaca-se a aquisi\u00e7\u00e3o de cerca de 600 ha de terrenos onde se incluem 2,5 Km de frente de rio, com locais importantes para a nidifica\u00e7\u00e3o de diversas esp\u00e9cies amea\u00e7adas como a cegonha-preta ou a \u00e1guia de Bonelli, a edi\u00e7\u00e3o de diversas publica\u00e7\u00f5es, a constru\u00e7\u00e3o de alimentadores e plataformas ninho para aves necr\u00f3fagas, a cria\u00e7\u00e3o de zonas sem actividade cineg\u00e9tica, a marca\u00e7\u00e3o de percursos pedestres, etc.<\/p>\n

Mas sem d\u00favida o maior legado ter\u00e1 sido o da consciencializa\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o e autarcas locais para um modelo de desenvolvimento mais sustentado, assente na import\u00e2ncia da conserva\u00e7\u00e3o das riquezas naturais. Tamb\u00e9m n\u00e3o podemos esquecer a classifica\u00e7\u00e3o da \u00e1rea como Parque Natural e Zona de Protec\u00e7\u00e3o Especial para a avifauna que teve lugar no ano 2000 ao fim de 13 anos de campanha por parte da nossa associa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\"tresgrifos\"
\nGrifos no Centro de Recupera\u00e7\u00e3o de Castelo Branco<\/p>\n

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– Centros de recupera\u00e7\u00e3o de fauna selvagem<\/strong><\/p>\n

Desde a sua funda\u00e7\u00e3o que a Quercus recebe um pouco por todo o Pa\u00eds animais feridos e debilitados a necessitarem de apoio veterin\u00e1rio e outros cuidados com vista \u00e0 sua recupera\u00e7\u00e3o. Tal actividade acabou por justificar a cria\u00e7\u00e3o de centros de recupera\u00e7\u00e3o de modo a garantir mais efic\u00e1cia a esta ac\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O papel dos centros de recupera\u00e7\u00e3o de fauna selvagem n\u00e3o se esgota na recupera\u00e7\u00e3o de exemplares da fauna selvagem, contribuindo tamb\u00e9m para a recolha de informa\u00e7\u00e3o permanente sobre os factores de amea\u00e7a \u00e0s popula\u00e7\u00f5es das esp\u00e9cies afectadas e permitindo a realiza\u00e7\u00e3o de estudos e actividades de educa\u00e7\u00e3o ambiental.<\/p>\n

Actualmente a associa\u00e7\u00e3o gere 3 centros, um dos quais se encontra em fase de abertura na Serra de Montejunto. O Centro de Santo Andr\u00e9 inicialmente criado pelo Grupo Lontra passou a ser gerido pela Quercus em 1996 quando esta associa\u00e7\u00e3o se integrou como nosso N\u00facleo Regional do Litoral Alentejano. Em 1999 entrou em funcionamento o CERAS (Centro de Estudo de Recupera\u00e7\u00e3o de Animais Selvagens de Castelo Branco).<\/p>\n

Em 1996 realizou-se o I Encontro sobre Acolhimento e Recupera\u00e7\u00e3o de Fauna Silvestre em Santo Andr\u00e9 e em 2003 num contexto mais alargado \u00e1 escala ib\u00e9rica decorre o I Encontro Ib\u00e9rico de Recupera\u00e7\u00e3o e Conserva\u00e7\u00e3o de Fauna Selvagem realizado em Castelo Branco entre 31 de Outubro e 3 de Novembro. Um dos objectivos desse evento era dar continuidade a todos os esfor\u00e7os realizados anteriormente, principalmente desde o encontro de Santo Andr\u00e9, reunindo os melhores especialistas Ib\u00e9ricos em temas relacionados com a recupera\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o da fauna.<\/p>\n

Tamb\u00e9m se pretendia reunir todas as pessoas e entidades envolvidas na recupera\u00e7\u00e3o de fauna selvagem em Portugal de modo a dinamizar a Rede Nacional de Recupera\u00e7\u00e3o de Animais Selvagens (RNRAS) gerida pelo ICN que ainda n\u00e3o se podia considerar em pleno funcionamento. Do Encontro Ib\u00e9rico sa\u00edram alguns documentos com conclus\u00f5es importantes em \u00e1reas t\u00e3o diversas como a eco toxicologia, recupera\u00e7\u00e3o de fauna, parques e\u00f3licos, linhas el\u00e9ctricas, rede de centros de recupera\u00e7\u00e3o, etc. Esses objectivos n\u00e3o foram conseguidos visto que desde ent\u00e3o pouco mudou e nenhuma das propostas inclu\u00eddas nas conclus\u00f5es do congresso foi aplicada. Foi no entanto no seguimento deste encontro que surgiram alguns projectos importantes no dom\u00ednio da conserva\u00e7\u00e3o da fauna, o PAP (Programa Ant\u00eddoto Portugal) e o Projecto Linhas El\u00e9ctricas e Aves.<\/p>\n


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\"imagemaguia\"– Linhas el\u00e9ctricas e aves<\/strong><\/p>\n

A mortalidade de aves por electrocuss\u00e3o e colis\u00e3o em linhas el\u00e9ctricas de m\u00e9dia e alta tens\u00e3o \u00e9 um fen\u00f3meno estudado \u00e0 escala internacional, o qual tem sido alvo de numerosos esfor\u00e7os com vista \u00e0 sua resolu\u00e7\u00e3o, principalmente no que toca ao seu impacte sobre as esp\u00e9cies mais amea\u00e7adas (\u00e1guia-imperial, \u00e1guia de Bonelli, abetarda).<\/p>\n

Nestas iniciativas est\u00e3o envolvidas quer as companhias el\u00e9ctricas quer as associa\u00e7\u00f5es conservacionistas. Tendo em considera\u00e7\u00e3o que em Portugal esta problem\u00e1tica estava pouco estudada decorreu em 1999 em Castelo Branco o primeiro encontro sobre linhas el\u00e9ctricas e avifauna, numa organiza\u00e7\u00e3o conjunta QUERCUS\/SPEA. Deste encontro nasceu uma parceria que se propunha realizar um estudo a n\u00edvel nacional para avaliar a situa\u00e7\u00e3o e propor solu\u00e7\u00f5es. O desafio foi lan\u00e7ado \u00e0 EDP e ao ICN, e em 2003 s\u00e3o assinados dois protocolos entre a EDP- Distribui\u00e7\u00e3o, o ICN, a REN S.A., a QUERCUS e a SPEA.<\/p>\n

Ap\u00f3s dois anos de projecto conjunto, foram percorridos mais de 5000 quil\u00f3metros a p\u00e9 correspondentes a 500 tro\u00e7os de amostragem e estreitou-se a coopera\u00e7\u00e3o e entendimento entre os parceiros de protocolo. Os avan\u00e7os na avalia\u00e7\u00e3o e discuss\u00e3o dos impactes da Rede de Distribui\u00e7\u00e3o com as popula\u00e7\u00f5es de aves selvagens foram significativos e permitiram j\u00e1 em 2004, o in\u00edcio de correc\u00e7\u00f5es urgentes em tro\u00e7os importantes de linhas de m\u00e9dia tens\u00e3o, ac\u00e7\u00f5es estas que correspondem a um marco na hist\u00f3ria da conserva\u00e7\u00e3o da avifauna amea\u00e7ada.<\/p>\n

\"cai\"<\/p>\n

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C\u00e1i-\u00e1gua – S\u00edtio Natura 2000 Cabrela<\/p>\n

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– FCN \u2013 Fundo de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/strong><\/p>\n

No ano 2000 \u00e9 criado o FCN – Fundo Quercus para a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza, instrumento de angaria\u00e7\u00e3o de fundos para projectos espec\u00edficos de conserva\u00e7\u00e3o de habitats e esp\u00e9cies priorit\u00e1rias. Por diversos motivos s\u00f3 em 2004 o projecto teve o seu lan\u00e7amento efectivo sendo neste momento o suporte da cria\u00e7\u00e3o da nossa rede de micro-reservas biol\u00f3gicas espalhadas por todo o Pa\u00eds. Este projecto surgiu face \u00e0 necessidade de proteger locais onde subsistem amostras reliquiais de antigos ecossistemas, ou habitats que apesar da sua origem antr\u00f3pica, resultam em locais de grande biodiversidade. De n\u00e3o menos import\u00e2ncia, h\u00e1 tamb\u00e9m locais que, independentemente da sua biodiversidade, s\u00e3o reposit\u00f3rios de esp\u00e9cies raras e\/ou end\u00e9micas e que tamb\u00e9m necessitam de protec\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Em geral estes locais correspondem a terrenos privados com todas as dificuldades que tal situa\u00e7\u00e3o ocasiona no sentido de uma gest\u00e3o consent\u00e2nea com a preserva\u00e7\u00e3o dos valores em presen\u00e7a. Por estes motivos parece-nos de todo importante que, embora n\u00e3o perdendo a perspectiva global e intersectorial duma pol\u00edtica de conserva\u00e7\u00e3o da natureza, se considere que uma das estrat\u00e9gias de conserva\u00e7\u00e3o passe pela aquisi\u00e7\u00e3o e gest\u00e3o de espa\u00e7os onde se concentram valores naturais relevantes ou mesmo esp\u00e9cies \u00fanicas \u00e0 escala nacional e ou internacional.<\/p>\n

O FCN possui regulamento pr\u00f3prio, com um Conselho de Gest\u00e3o, consultores cient\u00edficos e desenvolve actividades de promo\u00e7\u00e3o e campanhas de angaria\u00e7\u00e3o de fundos (exposi\u00e7\u00f5es, produ\u00e7\u00e3o de materiais promocionais, divulga\u00e7\u00e3o nos media, etc), al\u00e9m de se responsabilizar pela gest\u00e3o dos espa\u00e7os a proteger no \u00e2mbito deste projecto.<\/p>\n

O FCN tem como principais fontes de financiamento os donativos de cidad\u00e3os particulares bem como de empresas e ainda a venda de materiais de promo\u00e7\u00e3o das campanhas em curso.<\/p>\n

De modo a garantir a valida\u00e7\u00e3o cient\u00edfica em \u00e1reas diversas da nossa interven\u00e7\u00e3o foram entretanto assinados protocolos de colabora\u00e7\u00e3o com diversas institui\u00e7\u00f5es cientificas e centros de investiga\u00e7\u00e3o, casos da ALFA , Associa\u00e7\u00e3o Lusitana de Fitosociologia e com o TAGIS – Centro de Conserva\u00e7\u00e3o de Borboletas de Portugal. A partir de 2004 com o lan\u00e7amento efectivo do projecto das micro-reservas biol\u00f3gicas come\u00e7\u00e1mos a intervir em diversos locais. No norte do pa\u00eds na Serra da Freita foi recentemente assinado um protocolo entre a Quercus, a Junta de Freguesia de Ar\u00f5es e a Comiss\u00e3o de Compartes de C\u00f4vo com vista \u00e0 protec\u00e7\u00e3o de uma turfeira, a qual j\u00e1 foi vedada e sinalizada prosseguindo agora a monitoriza\u00e7\u00e3o da evolu\u00e7\u00e3o deste espa\u00e7o. Estas turfeiras s\u00e3o habitats naturais h\u00famidos de elevado valor biol\u00f3gico entre outras raz\u00f5es por serem caracter\u00edsticas de \u00e1reas de clima temperado e estarem incrustadas em plena Regi\u00e3o Mediterr\u00e2nica.<\/p>\n

Na zona centro, no s\u00edtio da rede natura do Sic\u00f3-Alvai\u00e1zere, concelho de Tomar, procedemos \u00e0 aquisi\u00e7\u00e3o de um terreno com um dos mais importantes abrigos de morcegos em Portugal, numa \u00e1rea do vale do rio Nab\u00e3o cuja cobertura vegetal corresponde a matagal mediterr\u00e2nico. Este abrigo alberga popula\u00e7\u00f5es de diversas esp\u00e9cies, muitas delas raras ou em perigo de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

No Tejo Internacional, no concelho de Idanha-a-Nova foram adquiridos mais algumas parcelas de terreno que correspondem a zonas declivosas nas margens deste rio e de barrancos afluentes do Tejo. Para al\u00e9m de alguns zambujeiros e azinheiras, estas parcelas possuem manchas de matagal mediterr\u00e2nico e afloramentos rochosos importantes para a nidifica\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies raras da nossa avifauna (bufo-real, cegonha-preta, abutre do Egipto e \u00e1guia de Bonelli, entre outras). Estes espa\u00e7os juntam-se \u00e0 rede de espa\u00e7os que j\u00e1 possu\u00edmos nessa regi\u00e3o desde o final dos anos 80.<\/p>\n

No Sul do Pa\u00eds adquirimos tamb\u00e9m uma parcela para a protec\u00e7\u00e3o de uma pequena planta end\u00e9mica, a Linaria ricardoi, um endemismo lusitano muito raro e localizado na regi\u00e3o de Beja.<\/p>\n

Em diversos pontos do Pa\u00eds estamos a estudar a aquisi\u00e7\u00e3o e ou a contratualiza\u00e7\u00e3o da gest\u00e3o de diversos locais que v\u00e3o desde zonas costeiras dunares e arribas mar\u00edtimas, a zonas de montanha do interior norte e centro e a alguns locais do Algarve.<\/p>\n

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Autoria fotos: Paulo Lucas; Samuel Infante; Paulo Magalh\u00e3es; N\u00facleo Regional do Litoral Alentejano; Carlos Carrapato<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A Quercus e a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza Por Jos\u00e9 Paulo Martins e Samuel Infante \u00a0   Apesar de ter apenas 92.152 km2, Portugal encontra-se entre os pa\u00edses com maior biodiversidade do espa\u00e7o europeu, merc\u00ea da sua situa\u00e7\u00e3o biogeogr\u00e1fica e da hist\u00f3ria evolutiva desta regi\u00e3o do mediterr\u00e2neo ocidental. Tal diversidade manifesta-se nos in\u00fameros habitats, paisagens e […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":14123,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[364],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13856"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13856"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13856\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":14920,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13856\/revisions\/14920"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/14123"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13856"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13856"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13856"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}