{"id":13853,"date":"2021-03-06T12:34:13","date_gmt":"2021-03-06T12:34:13","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13853"},"modified":"2021-03-10T16:12:08","modified_gmt":"2021-03-10T16:12:08","slug":"cogumelos-importancia-ecologica","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/06\/cogumelos-importancia-ecologica\/","title":{"rendered":"Cogumelos \u2013 Import\u00e2ncia ecol\u00f3gica"},"content":{"rendered":"

Cogumelos \u2013 Import\u00e2ncia ecol\u00f3gica<\/h2>\n

Por Andreia Gama<\/em><\/p>\n

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\"cogumelos\"Cerca de 80% das plantas estabelecem micorrizas em condi\u00e7\u00f5es naturais, o que representa grandes vantagens para as plantas, n\u00e3o apenas pelo aumento de absor\u00e7\u00e3o de nutrientes \u2013 estimulando o seu crescimento \u2013, mas tamb\u00e9m alguns fungos micorr\u00edzicos podem reduzir efeitos provocados por alguns organismos patog\u00e9nicos, tornando-se deste modo elementos de luta biol\u00f3gica.<\/strong><\/p>\n

Os fungos, juntamente com as bact\u00e9rias, s\u00e3o os \u00fanicos seres vivos existentes capazes de digerir duas das subst\u00e2ncias presentes numa \u00e1rvore \u2013 lenhina e celulose \u2013 realizando a decomposi\u00e7\u00e3o da mat\u00e9ria org\u00e2nica. Atrav\u00e9s desta decomposi\u00e7\u00e3o, os fungos promovem a reciclagem de nutrientes que j\u00e1 fizeram parte de outros seres vivos.<\/strong><\/p>\n

Algumas estimativas do n\u00famero de esp\u00e9cies de fungos existentes na Terra apontam para valores na ordem 1.500.000 (Hawksworth, 1995). Segundo Gillean T. Prance (1993) algumas esp\u00e9cies f\u00fangicas j\u00e1 se encontram em decl\u00ednio em alguns habitats, por raz\u00f5es de diversa ordem, desde a chuva \u00e1cida at\u00e9 \u00e0 colheita excessiva das esp\u00e9cies comest\u00edveis mais populares.<\/p>\n

Os macrofungos s\u00e3o fungos com “grandes” estruturas reprodutoras, designadas por esporocarpos, carp\u00f3foros ou ent\u00e3o o nome mais comum \u2013 cogumelos. Estes s\u00e3o os corpos frut\u00edferos dos fungos, ou seja, s\u00e3o a parte vis\u00edvel que os fungos necessitam para a sua reprodu\u00e7\u00e3o, os quais t\u00eam por fun\u00e7\u00e3o a produ\u00e7\u00e3o e dispers\u00e3o de esporos (o equivalente \u00e0s sementes nas plantas) que permitem a sua dissemina\u00e7\u00e3o. O fungo \u00e9 constitu\u00eddo pelo mic\u00e9lio \u2013 rede de filamentos, atrav\u00e9s dos quais fazem a absor\u00e7\u00e3o de nutrientes e de \u00e1gua essenciais ao seu desenvolvimento \u2013 e pelo cogumelo em si \u2013 estrutura reprodutora. Os per\u00edodos de frutifica\u00e7\u00e3o s\u00e3o muito aleat\u00f3rios e algumas esp\u00e9cies n\u00e3o ocorrem todos os anos, sendo o Outono e a Primavera a \u00e9poca por excel\u00eancia para o seu aparecimento. Se alguns carp\u00f3foros persistem alguns anos, a maior parte desaparece em menos de uma semana. As esp\u00e9cies mais pequenas s\u00e3o ainda mais ef\u00e9meras \u2013 alguns Coprinus ou Mycenas min\u00fasculas esvanecem-se em algumas horas. O aspecto morfol\u00f3gico do cogumelo varia n\u00e3o s\u00f3 com a esp\u00e9cie mas tamb\u00e9m em fun\u00e7\u00e3o da idade, o que por vezes pode complicar a sua identifica\u00e7\u00e3o se n\u00e3o se tiver exemplares em diferentes est\u00e1gios de crescimento.<\/p>\n

A sazonalidade \u00e9 das quest\u00f5es mais importantes quando se tenta estimar a diversidade macrof\u00fangica, dependendo o aparecimento dos carp\u00f3foros de factores como a temperatura, precipita\u00e7\u00e3o, ph do solo, disponibilidade de nutrientes e os padr\u00f5es de sucess\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A inventaria\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies f\u00fangicas \u00e9 um passo essencial que falta concretizar na maioria dos pa\u00edses, entre os quais se inclui Portugal. \u00c9 necess\u00e1rio efectuar invent\u00e1rios, mapeamento e criar listas vermelhas, sendo que a avalia\u00e7\u00e3o da diversidade de macrofungos exige alguns anos de invent\u00e1rio at\u00e9 que a curva esp\u00e9cies\/\u00e1rea estabilize. Segundo R\u00e9gis Courtecuisse (2001) um passo muito importante dever\u00e1 e pode ser dado de forma r\u00e1pida e efectiva como estrat\u00e9gia de conserva\u00e7\u00e3o, e que consiste na conserva\u00e7\u00e3o dos seus habitats. Os fungos n\u00e3o podem ser protegidos individualmente, pois a sua biologia, as frequentes dificuldades inerentes \u00e0 sua identifica\u00e7\u00e3o, mesmo por parte dos especialistas, entre outras peculiaridades, n\u00e3o se adequam com esta op\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Existem tr\u00eas factores que dificultam a tentativa de analisar a diversidade macrof\u00fangica de acordo com Arnolds (1995):<\/p>\n

\u2022 Tempo de vida do carp\u00f3foro – podem viver desde apenas algumas horas at\u00e9 mais de um ano;
\n\u2022 Sazonalidade das frutifica\u00e7\u00f5es \u2013 fortemente relacionada com as condi\u00e7\u00f5es climat\u00e9ricas;
\n\u2022 Flutua\u00e7\u00f5es – em que as condi\u00e7\u00f5es climat\u00e9ricas condicionam a produ\u00e7\u00e3o de esporocarpos.<\/p>\n

Contudo, pequenos passos come\u00e7am a ser dados em Portugal. Em v\u00e1rias \u00e1reas protegidas t\u00eam vindo a ser desenvolvidos trabalhos de inventaria\u00e7\u00e3o de macrofungos. \u00c9 essencial a compila\u00e7\u00e3o desta informa\u00e7\u00e3o e que estes sejam trabalhos continuados. \u00c9 igualmente indispens\u00e1vel a sensibiliza\u00e7\u00e3o de todos sobre a import\u00e2ncia dos macrofungos, com o seu papel fundamental na ecologia e o seu lugar de destaque na esfera econ\u00f3mica.<\/p>\n

Desde h\u00e1 alguns anos que a necessidade de fornecer protec\u00e7\u00e3o adicional \u00e0s esp\u00e9cies f\u00fangicas foi reconhecida dentro do grupo da Conven\u00e7\u00e3o de Conserva\u00e7\u00e3o da Vida Selvagem e Habitats Naturais da Europa (Conven\u00e7\u00e3o de Berna). At\u00e9 ao momento, n\u00e3o existem esp\u00e9cies f\u00fangicas representadas nos Ap\u00eandices da Conven\u00e7\u00e3o.” Uma das raz\u00f5es reside no facto do “estado de conserva\u00e7\u00e3o de muitas esp\u00e9cies ser desconhecido (…) ”
\n<\/em>(in Swedish proposal to include fungi species in Appendix 1 of the Bern Convention, 2002).<\/p>\n

Efectivamente, uma das formas de colmatar esta lacuna consiste na cria\u00e7\u00e3o das listas vermelhas nos diferentes pa\u00edses. Se j\u00e1 foi dif\u00edcil definir o estatuto de novidade das esp\u00e9cies para Portugal, definir o seu estatuto de conserva\u00e7\u00e3o \u00e9 sem d\u00favida ainda mais complicado. Tomando esta situa\u00e7\u00e3o em considera\u00e7\u00e3o apresentam-se seguidamente alguns itens para a conserva\u00e7\u00e3o dos macrofungos no seu todo.<\/p>\n

Considera-se ent\u00e3o necess\u00e1rio:
\n\u2022 conserva\u00e7\u00e3o dos seus habitats, pois s\u00f3 assim ser\u00e1 poss\u00edvel garantir a sua conserva\u00e7\u00e3o;
\n\u2022 sistematiza\u00e7\u00e3o da informa\u00e7\u00e3o j\u00e1 existente sobre a ocorr\u00eancia das esp\u00e9cies macrof\u00fangicas, de forma a tornar a sua consulta mais simplificada;
\n\u2022 realiza\u00e7\u00e3o de estudos de inventaria\u00e7\u00e3o dos macrofungos, contribuindo para o crescimento do conhecimento relativo ao nosso patrim\u00f3nio f\u00fangico;
\n\u2022 investir na forma\u00e7\u00e3o de t\u00e9cnicos especializados na \u00e1rea dos macrofungos;
\n\u2022 regulamenta\u00e7\u00e3o da colheita de cogumelos, realidade com relev\u00e2ncia econ\u00f3mica mas que n\u00e3o tem qualquer instrumento legal que a regule;
\n\u2022 sensibiliza\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o para a import\u00e2ncia dos macrofungos no equil\u00edbrio ecol\u00f3gico.
\n\u2022 A implementa\u00e7\u00e3o destas medidas permitir\u00e1 a cria\u00e7\u00e3o de uma Lista Vermelha de fungos para Portugal, a sua conserva\u00e7\u00e3o e uma boa gest\u00e3o do patrim\u00f3nio micol\u00f3gico.<\/p>\n

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Colheita de Cogumelos em Portugal<\/strong><\/p>\n

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Para al\u00e9m do importante papel no equil\u00edbrio dos ecossistemas, outros pap\u00e9is relevantes dos cogumelos encontram-se na alimenta\u00e7\u00e3o, na medicina (para obten\u00e7\u00e3o de diversos medicamentos), e na economia, fazendo parte de um mercado vasto e em crescendo que necessita de ser regulamentado.<\/p>\n

A colheita de cogumelos silvestres s\u00e3o uma fonte de rendimento importante de muitas fam\u00edlias em Portugal, contudo, esta actividade n\u00e3o \u00e9 regulamentada, existindo num mercado paralelo. Os principais clientes v\u00eam de Espanha, Fran\u00e7a, It\u00e1lia, pa\u00edses onde o consumo de cogumelos faz parte das suas realidades culturais e gastron\u00f3micas, mas em que a colheita j\u00e1 se encontra regulamentada.<\/p>\n

A colheita de cogumelos em Portugal n\u00e3o se tem realizado da melhor forma, e por desconhecimento da import\u00e2ncia deste grupo de seres vivos para o equil\u00edbrio do meio natural, os seus colectores cometem algumas incorrec\u00e7\u00f5es, as quais ser\u00e3o importantes corrigir para que se garanta a continuidade das mesmas.<\/p>\n

Deixamos aqui algumas t\u00e9cnicas e princ\u00edpios que os colectores de cogumelos dever\u00e3o ter em considera\u00e7\u00e3o para que todos os anos, estes extraordin\u00e1rios e misteriosos seres vivos, essenciais ao equil\u00edbrio dos ecossistemas, continuem a ocorrer.<\/p>\n

A colheita deve ent\u00e3o ser efectuada de acordo com determinadas t\u00e9cnicas e princ\u00edpios:
\n\u2022 colher apenas os cogumelos que tenham atingido a maturidade (dever\u00e3o ter j\u00e1 o chap\u00e9u aberto, de forma a terem libertado os esporos), de modo a se garantir a continuidade da esp\u00e9cie;
\n\u2022 colher os cogumelos cuidadosamente pela base, utilizando um canivete, de forma a n\u00e3o danificar o mic\u00e9lio nem a vegeta\u00e7\u00e3o circundante ou as ra\u00edzes das \u00e1rvores;
\n\u2022 os cogumelos devem-se transportar em cestos ou outro recipiente similar, para que permita o arejamento destes e a dispers\u00e3o dos esporos (nunca em sacos ou contentores pl\u00e1sticos);
\n\u2022 n\u00e3o colher indiv\u00edduos muito maduros ou deteriorados (poder\u00e3o estar atacados por larvas, insectos ou fungos, tornando-se perigoso o seu consumo);
\n\u2022 n\u00e3o colher todos os cogumelos de uma mesma esp\u00e9cie presentes num determinado local (deixando alguns exemplares garante a dispers\u00e3o dos esporos e promove o aumento do n\u00famero de indiv\u00edduos da esp\u00e9cie);
\n\u2022 n\u00e3o colher cogumelos que suscitem d\u00favidas na sua identifica\u00e7\u00e3o;
\n\u2022 n\u00e3o destruir os cogumelos n\u00e3o comest\u00edveis, pois estas esp\u00e9cies desempenham um papel fundamental na natureza.<\/p>\n

Por sua vez, determinadas pr\u00e1ticas dever\u00e3o ser erradicadas:
\n\u2022 colheita de exemplares em ovo de Amanita-dos-c\u00e9sares (Amanita caesarea);<\/p>\n

\u2022 colheita de exemplares de Boletus com di\u00e2metro de chap\u00e9u inferior a 3 cm, e de Cantharellus com di\u00e2metro inferior a 2 cm;
\n\u2022 colheita durante a noite (do p\u00f4r do sol at\u00e9 ao amanhecer);
\n\u2022 a colheita de cogumelos junto a estradas, zonas industriais e terrenos de agricultura intensiva (os cogumelos t\u00eam a capacidade de acumular nos seus tecidos metais pesados e outros produtos t\u00f3xicos como pesticidas, cogumelos comest\u00edveis poder\u00e3o tornar-se venenosos devido \u00e0 absor\u00e7\u00e3o destes produtos t\u00f3xicos);
\n\u2022 n\u00e3o colher cogumelos ap\u00f3s as chuvas, mas somente em dias secos.<\/p>\n

E assim teremos uma colheita sustent\u00e1vel!<\/p>\n

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Bibliografia:<\/strong>
\nARNOLDS, E. (1995). Problems in Measurements of Species Diversity of Macrofungi \u2013 CAB International. Netherlands.
\nCOURTECUISSE, R. (2001). Current trends and perspectives for the global conservation of fungi. In MOORE, D. ; NAUTA, M. M. ; EVANS, S. E ; ROTHEROE, M. (Editors). Fungal Conservation \u2013 Issues and Solutions, pp. 7 – 18 Cambridge University Press, Cambridge.
\nDURRIEU, G. (1993). \u00c9cologie des Champignons. Masson, Paris.
\nGAMA, A. (1995). Cogumelos. CMCB, Castelo Branco.
\nGERHARDT, E. (1997). Guide Vigot des Champignons. Vigot. Paris.
\nHAWKSWORTH, D. L.; KIRK, P. M.; SUTTON, B. C.; PEGLER, D. N. (1995). Ainsworth&Bisby’s – Dictionary of the Fungi. Eighth Edition. Cab International, Cambridge.
\nLARGENT, L. D. (1977). How to Identify Mushrooms to Genus I: Macroscopic Features. Mad River Press Inc. Eureka.
\nMAUBLANC, A. (1995). Champignons comestibles et v\u00e9n\u00e9neux. \u00c9ditions Lechevalier. Paris.
\nNEVES, S. (1999). Os cogumelos e a floresta \u2013 Mata da Margara\u00e7a. Instituto da Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza.
\nPRANCE, G. T. (1993). Preface. In D. N. Pegler, L.; Boddy, B. Ing.; P. M. Kirk (Editors). Fungi of Europe \u2013 Investigation, Recording & Mapping. The Royal Botanic Gardens. Kew
\nRANDY, M. et al. (2001) Fungal Conservation in the 21st Century : Optimism and pessimism for the future. In MOORE, D. ; NAUTA, M. M. ; EVANS, S. E. ; ROTHEROE, M. (Editors). Fungal Conservation \u2013 Issues and Solutions, pp. 247 – 255 Cambridge University Press, Cambridge.
\nSwedish proposal to include fungi species in Appendix 1 of the Bern Convention. Ministry of the Environment, Stockholm, Sweden, 23 de Outubro de 2002.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Cogumelos \u2013 Import\u00e2ncia ecol\u00f3gica Por Andreia Gama       Cerca de 80% das plantas estabelecem micorrizas em condi\u00e7\u00f5es naturais, o que representa grandes vantagens para as plantas, n\u00e3o apenas pelo aumento de absor\u00e7\u00e3o de nutrientes \u2013 estimulando o seu crescimento \u2013, mas tamb\u00e9m alguns fungos micorr\u00edzicos podem reduzir efeitos provocados por alguns organismos patog\u00e9nicos, […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":14123,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[364],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13853"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13853"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13853\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":14919,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13853\/revisions\/14919"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/14123"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13853"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13853"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13853"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}