O crescimento demogr\u00e1fico exponencial, as actividades de produ\u00e7\u00e3o e as infra-estruturas tur\u00edsticas que t\u00eam levado \u00e0 drenagem e polui\u00e7\u00e3o das zonas h\u00famidas s\u00e3o respons\u00e1veis pela destrui\u00e7\u00e3o de numerosos habitats, colocando em risco a importante riqueza flor\u00edstica e faun\u00edstica que estes ecossistemas albergam.<\/b><\/p>\n
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Para al\u00e9m da import\u00e2ncia enquanto suporte de biodiversidade podemos ainda salientar outras vertentes importantes nomeadamente:<\/p>\n
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Alta produtividade resultante do fornecimento constante de nutrientes a um habitat din\u00e2mico. O interesse comercial mais imediato dessa produtividade reside na pesca de peixes e na apanha de crust\u00e1ceos, moluscos e bivalves.<\/p>\n
No caso das zonas estuarinas funcionam ainda como reguladores do regime das \u00e1guas, autodepuradores (nomeadamente por ac\u00e7\u00e3o dos sapais) e correctores do clima.<\/p>\n
As zonas h\u00famidas actuam tamb\u00e9m como uma esp\u00e9cie de “esponjas”, que ret\u00eam o excesso de \u00e1gua durante a \u00e9poca das chuvas que depois \u00e9 libertado durante a \u00e9poca mais seca. A reten\u00e7\u00e3o e acumula\u00e7\u00e3o da \u00e1gua evita o seu r\u00e1pido escoamento para o mar, regulando o ciclo hidr\u00f3logico. Servem assim como reservat\u00f3rios de \u00e1gua e t\u00eam um efeito tamp\u00e3o na conten\u00e7\u00e3o das inunda\u00e7\u00f5es, diminuindo a actividade erosiva, inclusive ao n\u00edvel dos efeitos das mar\u00e9s.<\/p>\n
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Do estu\u00e1rio do Minho, ria de Aveiro, estu\u00e1rio do Tejo e do Sado, \u00e0s lagoas litorais como a Barrinha de Esmoriz, Albufeira, Melides ou St. Andr\u00e9 at\u00e9 aos estu\u00e1rios do sudoeste e terminando na ria de Alvor, ria Formosa e no Sapal de Castro Marim, para s\u00f3 citar as mais importantes, Portugal possui um importante leque deste tipo de habitats.<\/p>\n
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Apesar da sua import\u00e2ncia pouco tem sido realizado para proteger as zonas h\u00famidas das quais dependem grande parte da humanidade tanto como fonte de alimenta\u00e7\u00e3o como de \u00e1gua pot\u00e1vel ou para rega ou pelo seu papel na defesa contra fen\u00f3menos naturais.<\/p>\n
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Portugal ratificou a Conven\u00e7\u00e3o de Ramsar, relativa \u00e0 protec\u00e7\u00e3o destas \u00e1reas, ao abrigo da qual est\u00e3o classificadas algumas das nossas zonas h\u00famidas. No entanto, a falta de implementa\u00e7\u00e3o, entre outros instrumentos de pol\u00edtica de ambiente, de planos de ordenamento nalgumas das nossas \u00e1reas protegidas e nas \u00e1reas da rede natura que albergam este tipo de habitat, a necessidade de implementar os planos de bacia hidrogr\u00e1fica e os POOC \u2013 Planos de Ordenamento da Orla Costeira e o incumprimento da legisla\u00e7\u00e3o sobre esta mat\u00e9ria, continuam a impossibilitar uma adequada protec\u00e7\u00e3o das nossas zonas h\u00famidas.<\/p>\n
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Neste Dia 2 de Fevereiro de 2003 em que passa mais um Dia Mundial das Zonas H\u00famidas e quando de comemora o Ano Internacional da \u00c1gua Doce, a Quercus n\u00e3o podia deixar passar esta data sem fazer este alerta para a necessidade de uma maior consciencializa\u00e7\u00e3o para a import\u00e2ncia destas \u00e1reas que foram durante demasiados anos consideradas como de baixo valor e extremamente maltratadas.<\/p>\n
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Lisboa, 30 de Janeiro de 2003<\/p>\n
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A Direc\u00e7\u00e3o Nacional<\/p>\n
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Para mais informa\u00e7\u00f5es contactar Jos\u00e9 Paulo Martins 93 7788473 ou Jo\u00e3o Loureiro 93 9304086<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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