{"id":13633,"date":"2021-03-05T16:38:45","date_gmt":"2021-03-05T16:38:45","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13633"},"modified":"2021-03-05T16:38:45","modified_gmt":"2021-03-05T16:38:45","slug":"alteracoes-climaticas-portugal-em-relacao-ao-mundo-e-a-uniao-europeia-em-termos-de-emissoes","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/alteracoes-climaticas-portugal-em-relacao-ao-mundo-e-a-uniao-europeia-em-termos-de-emissoes\/","title":{"rendered":"Altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas – Portugal em rela\u00e7\u00e3o ao Mundo e \u00e0 Uni\u00e3o Europeia em termos de emiss\u00f5es"},"content":{"rendered":"

A Quercus utilizou um instrumento desenvolvido pelo World Resources Institute para averiguar a posi\u00e7\u00e3o de Portugal em rela\u00e7\u00e3o ao resto do mundo e \u00e0 Uni\u00e3o Europeia em termos das emiss\u00f5es dos gases de efeito de estufa, bem como o ranking dos maiores poluidores \u00e0 escala mundial.<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

A ferramenta utilizada, o CAIT – The Climate Analysis Indicators Tool, foi apresentada num evento paralelo \u00e0 Confer\u00eancia na passada sexta-feira. O World Resources Institute \u00e9 uma importante organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o governamental com sede em Washington que publica anualmente diversos relat\u00f3rios sobre ambiente e desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/p>\n

 <\/p>\n

Os dados utilizados s\u00e3o resultantes de m\u00faltiplas fontes cred\u00edveis, nomeadamente a OCDE, o IPPC (Painel Intergovernamental para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas), a Ag\u00eancia Internacional de Energia, o Banco Mundial. Os dados dispon\u00edveis na ferramenta utilizada englobam 186 pa\u00edses.<\/p>\n

 <\/p>\n

Interpretando os dados de Portugal<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

Em 2000, Portugal foi o 49\u00ba pa\u00eds com maiores emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa do planeta, apesar de ser o 97\u00ba em termos de popula\u00e7\u00e3o. Em termos de emiss\u00f5es anuais, Portugal ocupava no ano 2000 a 9\u00aa posi\u00e7\u00e3o na Uni\u00e3o Europeia (13\u00aa posi\u00e7\u00e3o em termos de emiss\u00f5es per capita), apesar de ser a pen\u00faltima economia desta regi\u00e3o. Verificou-se ali\u00e1s um gravamento em termos de ranking entre 1990 e 2000, com Portugal a subir quatro posi\u00e7\u00f5es em termos de emiss\u00f5es anuais e duas em termos de emiss\u00f5es per capita.<\/p>\n

 <\/p>\n

Note-se ali\u00e1s que as emiss\u00f5es per capita s\u00e3o um indicador enganador se descontextualizado, o que tem ali\u00e1s sido sobejamente utilizado por estudos realizados ou encomendados pela ind\u00fastria portuguesa. Este indicador deve ser corrigido de acordo com as condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e respectivas necessidades energ\u00e9ticas (Portugal \u00e9 o 12\u00ba pa\u00eds da Uni\u00e3o Europeia em termos de necessidades energ\u00e9ticas para aquecimento e o 7\u00ba em termos de arrefecimento).<\/p>\n

 <\/p>\n

Um dos mais importantes indicadores de efici\u00eancia econ\u00f3mica \u00e9 a intensidade carb\u00f3nica do uso da energia e da economia como um todo. Em 2000, Portugal apresentava o 4\u00ba e o 9\u00ba lugar, respectivamente, sendo que quanto mais elevada \u00e9 a posi\u00e7\u00e3o pior em termos de efici\u00eancia.<\/p>\n

 <\/p>\n

A m\u00e1 performance de Portugal \u00e9 confirmada por um outro indicador n\u00e3o presente na ferramenta utilizada – a intensidade energ\u00e9tica – que traduz a quantidade de energia necess\u00e1ria para produzir riqueza (consumo de energia por PIB – produto interno bruto), em que Portugal apresenta o maior valor da Uni\u00e3o Europeia, com tend\u00eancia para aumentar.<\/p>\n

 <\/p>\n

Portugal – o \u00fanico pa\u00eds contra ciclo da Uni\u00e3o Europeia<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

A Quercus, presente na Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas a decorrer em Mil\u00e3o at\u00e9 dia 12 de Dezembro, refor\u00e7a a ideia de que Portugal deve aproveitar a necessidade de reduzir as suas emiss\u00f5es n\u00e3o como uma mera obriga\u00e7\u00e3o, mas acima de tudo como uma oportunidade de tornar a nossa economia mais eficiente e como tal mais competitiva.<\/p>\n

 <\/p>\n

Todos os pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia \u00e0 excep\u00e7\u00e3o de Portugal conseguiram diferenciar o desenvolvimento econ\u00f3mico (avaliado pela varia\u00e7\u00e3o do PIB-produto interno bruto) e as emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa. Isto \u00e9, na maioria dos pa\u00edses o PIB tem aumentado e as emiss\u00f5es diminu\u00eddo. Em Portugal, a varia\u00e7\u00e3o do PIB no \u00faltimo ano sofreu um aumento muito reduzido, apesar de um aumento do consumo de energia de cerca de 6%, o que certamente implicar\u00e1 um aumento de emiss\u00f5es de alguns pontos percentuais.<\/p>\n

 <\/p>\n

Interpretando os dados mundiais<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

A ferramenta disponibilizada pelo World Resurces Institute possibilita diversas compara\u00e7\u00f5es, como seja o facto de na China cada pessoa emitir menos de metade de cada portugu\u00eas, na \u00cdndia cada pessoa emitir cerca de cinco vezes menos e em Cabo Verde, 16 vezes menos. J\u00e1 entre Portugal e a m\u00e9dia Europeia, no ano 2000, Portugal apresentava uma diferen\u00e7a de cerca de 20% a menos, justificada em grande parte pelo facto de n\u00e3o sermos um pa\u00eds que apresente temperaturas t\u00e3o baixas como grande parte da Europa durante o Inverno e por isso n\u00e3o precisarmos de consumir tanta energia em aquecimento e de nos Estados Unidos da Am\u00e9rica, cada pessoa emitir quase tr\u00eas vezes mais em rela\u00e7\u00e3o a cada portugu\u00eas.<\/p>\n

 <\/p>\n

No ranking mundial, \u00e9 de notar a quebra da Federa\u00e7\u00e3o Russa em termos do total de emiss\u00f5es entre 1990 e 2000, a ultrapassagem da Uni\u00e3o Europeia pela China e a forte presen\u00e7a de pa\u00edses produtores de petr\u00f3leo quando o ranking \u00e9 feito tendo em conta a popula\u00e7\u00e3o (isto \u00e9, per capita).<\/p>\n

 <\/p>\n

Informa\u00e7\u00f5es adicionais no ficheiro word anexo (122 Kb).<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

Mil\u00e3o, 9 de Dezembro de 2003<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A Quercus utilizou um instrumento desenvolvido pelo World Resources Institute para averiguar a posi\u00e7\u00e3o de Portugal em rela\u00e7\u00e3o ao resto do mundo e \u00e0 Uni\u00e3o Europeia em termos das emiss\u00f5es dos gases de efeito de estufa, bem como o ranking dos maiores poluidores \u00e0 escala mundial.   A ferramenta utilizada, o CAIT – The Climate […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[90,203],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13633"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13633"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13633\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":13643,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13633\/revisions\/13643"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13633"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13633"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13633"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}