{"id":13602,"date":"2021-03-05T16:35:02","date_gmt":"2021-03-05T16:35:02","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13602"},"modified":"2021-03-05T16:35:02","modified_gmt":"2021-03-05T16:35:02","slug":"estreia-o-dia-depois-de-amanha","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/estreia-o-dia-depois-de-amanha\/","title":{"rendered":"Estreia: \u00abO Dia Depois de Amanh\u00e3\u00bb"},"content":{"rendered":"

A Quercus considera que o filme do realizador Roland Emmerich – \u201cO dia depois de amanh\u00e3\u201d que hoje estreia nos ecr\u00e3s de muitos cinemas em Portugal, pode ser uma importante forma de sensibiliza\u00e7\u00e3o e alerta para o problema inevit\u00e1vel do aquecimento global e das consequentes altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.<\/b><\/p>\n

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Tratando-se de uma fic\u00e7\u00e3o exagerada do problema ambiental em quest\u00e3o, n\u00e3o deixa de ser mais uma forma de press\u00e3o para que Governos como o dos Estados Unidos da Am\u00e9rica, Austr\u00e1lia e R\u00fassia ratifiquem o Protocolo de Quioto (a R\u00fassia assumiu h\u00e1 poucos dias pela primeira vez na voz do seu Presidente que o iria fazer), como primeiro pequeno passo na concerta\u00e7\u00e3o mundial na redu\u00e7\u00e3o do aquecimento global.<\/p>\n

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A Quercus espera por\u00e9m que haja ainda capacidade de concerta\u00e7\u00e3o e antecipa\u00e7\u00e3o para que se minimizem os efeitos e os consequentes custos sociais, econ\u00f3micos e ambientais \u00e0 escala global que este problema ambiental acarreta, n\u00e3o sendo necess\u00e1rio recorrer de forma inevit\u00e1vel como este filme j\u00e1 o faz, \u00e0 pedagogia da cat\u00e1strofe.<\/p>\n

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No que respeita a Portugal, talvez a popula\u00e7\u00e3o perceba melhor a responsabilidade de todos os pa\u00edses, incluindo o nosso, em reduzir as emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa, nomeadamente a necessidade do governo aprovar de vez o Plano Nacional para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas e aplicar e monitorizar as medidas previstas.<\/p>\n

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Se o filme tem um argumento que apresenta situa\u00e7\u00f5es porventura ampliadas em termos t\u00e9cnicos e cient\u00edficos, n\u00e3o \u00e9 por demais lembrar o que os cientistas mundiais do Painel Intergovernamental para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (IPCC) e os cientistas portugueses atrav\u00e9s do projecto SIAM apresentam como as consequ\u00eancias das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas nos pr\u00f3ximos cem anos:<\/p>\n

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O que se j\u00e1 est\u00e1 a passar \u00e0 escala mundial:<\/b><\/p>\n

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\u2022 aumento na temperatura m\u00e9dia global (0,6 \u00baC) desde que h\u00e1 registos (1861);<\/p>\n

\u2022 ano mais quente: 1998 (2003 na Europa);<\/p>\n

\u2022 2002 foi o segundo ano mais quente;<\/p>\n

\u2022 d\u00e9cada mais quente: 90;<\/p>\n

\u2022 os \u00faltimos 6 anos est\u00e3o nos 8 mais quentes de sempre (exclu\u00edndo 2003);<\/p>\n

\u2022 os nove anos mais quentes ocorreram desde 1990;<\/p>\n

\u2022 redu\u00e7\u00e3o das \u00e1reas glaciares e da espessura do gelo.<\/p>\n

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O que j\u00e1 se est\u00e1 a passar em Portugal:<\/b><\/p>\n

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\u2022 temperatura m\u00e9dia do ar: tend\u00eancia crescente desde 1970;<\/p>\n

\u2022 ano mais quente: 1997 (temp. m\u00e9d. anual 16,6\u00baC);<\/p>\n

\u2022 precipita\u00e7\u00e3o: tend\u00eancia decrescente embora fraca no per\u00edodo 1931-2000; redu\u00e7\u00e3o significativa durante a Primavera;<\/p>\n

\u2022 tend\u00eancia para o aumento de eventos meteorol\u00f3gicos extremos: secas e cheias;<\/p>\n

\u2022 aumento do n\u00edvel do mar: 1 a 2 cm\/d\u00e9cada.<\/p>\n

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As consequ\u00eancias \u00e0 escala mundial:<\/b><\/p>\n

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\u2022 aumento de 1,4 a 5,8 \u00baC entre 1990 e 2100;<\/p>\n

\u2022 maior concentra\u00e7\u00e3o de vapor de \u00e1gua e de precipita\u00e7\u00e3o, principalmente no hemisf\u00e9rio Norte;<\/p>\n

\u2022 maior frequ\u00eancia de ocorr\u00eancia de fen\u00f3menos clim\u00e1ticos extremos (ex.: cheias, secas, freq. de dias muito quentes);<\/p>\n

\u2022 aumento do n\u00edvel do mar de 9 a 88 cm entre 1990 e 2100;<\/p>\n

\u2022 fus\u00e3o dos glaciares; redu\u00e7\u00e3o do gelo nos cursos de \u00e1gua, lagos e mares;<\/p>\n

\u2022 aumento da frequ\u00eancia e intensidade de eventos meteorol\u00f3gicos extremos;<\/p>\n

\u2022 aumento do risco de extin\u00e7\u00e3o de plantas e animais (perda prov\u00e1vel de metade da biodiversidade mundial);<\/p>\n

\u2022 aumento da vulnerabilidade das infraestruturas e dos sistemas produtivos e de lazer associados \u00e0s actividades humanas;<\/p>\n

\u2022 aumento do risco de ocorr\u00eancia de impactes a larga escala e com efeitos irrevers\u00edveis associados a altera\u00e7\u00f5es das correntes mar\u00edtimas;<\/p>\n

\u2022 aumento do risco de ocorr\u00eancia de conflitos sociais e de migra\u00e7\u00f5es de popula\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

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As consequ\u00eancias para Portugal:<\/b><\/p>\n

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\u2022 aumento de 4 a 7 \u00baC na temperatura m\u00e9dia do ar entre 2000-2100;<\/p>\n

\u2022 redu\u00e7\u00e3o das disponibilidades de \u00e1gua; aumento de cheias e pior qualidade da \u00e1gua;<\/p>\n

\u2022 risco de perda de terreno em cerca de 67% das zonas costeiras;<\/p>\n

\u2022 aumento do n\u00edvel do mar entre 25 e 110 cm at\u00e9 2080.<\/p>\n

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A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

Lisboa, 27 de Maio de 2004<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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