Para assinalar o Dia Mundial do Ambiente, 5 de Junho, a QUERCUS ofereceu ao novo Ministro do Ambiente cinco prendas: um saco de ar da cidade de Lisboa, uma garrafa de \u00e1gua do rio Tejo, um res\u00edduo recicl\u00e1vel, um postal do rio Sabor e dois bilhetes para o filme “O Dia Depois de Amanh\u00e3”.<\/b><\/p>\n
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Estas cinco prendas oferecidas pela QUERCUS t\u00eam por objectivo sensibilizar o novo titular da pasta do Ambiente, o Dr. Arlindo Cunha, para um conjunto de quest\u00f5es cruciais para o pa\u00eds e que devem merecer da sua parte a melhor aten\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
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Assim, em troca destas cinco oferendas, a QUERCUS pede tamb\u00e9m ao ministro que retribua com outras cinco prendas para todos os portugueses:<\/p>\n
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Um saco de ar da cidade de Lisboa em troca de menos polui\u00e7\u00e3o<\/b><\/p>\n
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A qualidade do ar que se respira em v\u00e1rios centros urbanos do pa\u00eds tem vindo a degradar-se. V\u00e1rias cidades do pa\u00eds, com particular destaque para Lisboa e Porto, t\u00eam vindo a apresentar valores excessivos de determinados poluentes no ar, nomeadamente part\u00edculas inal\u00e1veis e ozono troposf\u00e9rico.<\/p>\n
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Esta degrada\u00e7\u00e3o da qualidade do ar, resultante do uso excessivo do autom\u00f3vel individual e da falta de promo\u00e7\u00e3o dos transportes p\u00fablicos, constitui uma situa\u00e7\u00e3o preocupante para a sa\u00fade p\u00fablica e consequentemente para a qualidade de vida dos cidad\u00e3os. O pr\u00f3prio controlo da qualidade do ar ainda n\u00e3o cobre todas as principais cidades do pa\u00eds e, nos locais onde existe, a informa\u00e7\u00e3o ao p\u00fablico das exced\u00eancias que ocorrem aos fins-de-semana e fora do hor\u00e1rio de expediente tem tido profundas falhas.<\/p>\n
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Uma garrafa de \u00e1gua do rio Tejo por uma melhor qualidade dos recursos h\u00eddricos<\/b><\/p>\n
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Uma garrafa de \u00e1gua do rio Tejo foi a prenda que a QUERCUS escolheu oferecer ao Ministro do Ambiente para pedir em troca uma melhor qualidade da \u00e1gua nos rios e albufeiras do pa\u00eds. Um dos \u00edndices que reflecte a situa\u00e7\u00e3o preocupante que se vive nos nossos rios \u00e9 o facto de termos muito poucas zonas balneares interiores com qualidade boa.<\/p>\n
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Sendo a boa qualidade deste recurso um factor fundamental para a vida aqu\u00e1tica e para o abastecimento de \u00e1gua para consumo humano \u00e9 imprescind\u00edvel o desenvolvimento de esfor\u00e7os no sentido de prevenir a sua contamina\u00e7\u00e3o, nomeadamente refor\u00e7ando o adequado tratamento das \u00e1guas residuais.<\/p>\n
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Por outro lado, a pr\u00f3pria \u00e1gua para consumo humano continua a revelar falhas no controle da sua qualidade. O \u00faltimo Relat\u00f3rio Nacional do Controlo da Qualidade da \u00c1gua para Consumo Humano (referente a 2002) revela que 152 mil an\u00e1lises obrigat\u00f3rias n\u00e3o foram realizadas e que, das efectuadas, 15 mil revelaram incumprimento.<\/p>\n
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Um res\u00edduo recicl\u00e1vel em troca do abandono do incinerador da ERSUC<\/b><\/p>\n
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O Minist\u00e9rio do Ambiente deve parar, o mais depressa poss\u00edvel, o projecto de incinera\u00e7\u00e3o de res\u00edduos urbanos na ERSUC (Distritos de Aveiro e Coimbra). \u00c9 um projecto que, para al\u00e9m de ser muito mais caro do que as alternativas, tamb\u00e9m n\u00e3o permite cumprir as directivas sobre a reciclagem de embalagens. A Quercus defende que em alternativa dever\u00e3o avan\u00e7ar duas unidades de tratamento mec\u00e2nico e biol\u00f3gico, que em conjunto com uma melhor recolha selectiva (tipo porta-a-porta) permitir\u00e3o atingir as metas de reciclagem, aproveitar a mat\u00e9ria org\u00e2nica e simultaneamente poupar \u00e0s autarquias mais de 10 euros por tonelada de res\u00edduos tratados.<\/p>\n
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Esse \u00e9 tamb\u00e9m o entender de diversas entidades, tais como a Assembleia Municipal de Coimbra que votou por unanimidade a favor deste tipo de solu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
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O Ministro tamb\u00e9m n\u00e3o deve esquecer que o PSD defendeu para os res\u00edduos industriais perigosos uma solu\u00e7\u00e3o baseada na reciclagem, recusando a incinera\u00e7\u00e3o. Como \u00e9 que o mesmo partido poderia agora aceitar a incinera\u00e7\u00e3o para os res\u00edduos urbanos, quando se sabe que estes at\u00e9 s\u00e3o muito mais f\u00e1ceis de reciclar do que os res\u00edduos perigosos?<\/p>\n
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Um postal do rio Sabor pelo chumbo \u00e0 barragem e por mais Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/b><\/p>\n
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Numa altura em que o governo est\u00e1 prestes a decidir se autoriza ou n\u00e3o a constru\u00e7\u00e3o de uma grande barragem no rio Sabor, integrado na Rede Natura 2000 e onde se encontra uma flora de caracter\u00edsticas \u00edmpares em Portugal e uma elevada diversidade de habitats, \u00e9 necess\u00e1rio que o Ministro do Ambiente assuma uma clara posi\u00e7\u00e3o em defesa da Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza e siga o parecer negativo j\u00e1 emitido pelo Instituto de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza.<\/p>\n
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Em causa est\u00e1 a necessidade de preservar o rio Sabor e a sua biodiversidade, inviabilizando a constru\u00e7\u00e3o de uma grande barragem que destruiria de forma irrevers\u00edvel o seu patrim\u00f3nio \u00fanico. Todos os estudos t\u00e9cnicos demonstram que a op\u00e7\u00e3o do Baixo Sabor \u00e9 ilegal e altamente gravosa para o ambiente.<\/p>\n
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Os argumentos utilizados da necessidade desta barragem para o cumprimento do protocolo de Quioto e da quota de produ\u00e7\u00e3o de energia renov\u00e1vel de 39% s\u00e3o altamente falaciosos pois representaria apenas uma redu\u00e7\u00e3o de 0,17% do total de emiss\u00f5es de CO2 do pa\u00eds. Em alternativa deve ser fomentado um uso mais eficiente da energia pois Portugal apresenta-se no contexto europeu como um dos pa\u00edses com uma maior intensidade energ\u00e9tica.<\/p>\n
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O Minist\u00e9rio do Ambiente tem de assumir definitivamente que a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza deve ser uma das suas \u00e1reas priorit\u00e1rias pois estamos a falar de um patrim\u00f3nio natural muito valioso para o pa\u00eds e para o mundo.<\/p>\n
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Dois bilhetes para o filme “O Dia Depois de Amanh\u00e3” em troca de menos GEE<\/b><\/p>\n
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“O Dia Depois de Amanh\u00e3” do realizador Roland Emmerich \u00e9 um bom filme para sensibilizar o Ministro do Ambiente para o problema do aquecimento global e das consequentes altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Os \u00faltimos resultados dispon\u00edveis revelam que entre 2001 e 2002 Portugal aumentou as suas emiss\u00f5es de gases com efeito de estufa (GEE) em 5,7%, fazendo com que em 2002 esteja j\u00e1 40,5% acima dos valores base de 1990, ou seja, 13,5% acima da meta estabelecida pelo protocolo de Quioto.<\/p>\n
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Assumindo a tend\u00eancia desde 1990, Portugal poder\u00e1 ter em 2010 um aumento de 66% em rela\u00e7\u00e3o a 1990, 39% acima das obriga\u00e7\u00f5es de Quioto, o que implicar\u00e1 para o pa\u00eds um custo anual de 273 milh\u00f5es de euros (pre\u00e7o por tonelada de di\u00f3xido de carbono estimado em 12 euros).<\/p>\n
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Lisboa, 4 de Junho de 2004<\/p>\n
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A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n
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Os presentes:<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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