{"id":13554,"date":"2021-03-05T16:26:08","date_gmt":"2021-03-05T16:26:08","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13554"},"modified":"2021-03-05T16:26:08","modified_gmt":"2021-03-05T16:26:08","slug":"ota-um-aeroporto-para-que","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/ota-um-aeroporto-para-que\/","title":{"rendered":"OTA \u2013 Um Aeroporto para qu\u00ea?"},"content":{"rendered":"

A Quercus e a Associa\u00e7\u00e3o para o Estudo e Defesa do Ambiente do Concelho de Alenquer (ALAMBI) consideram que o novo aeroporto da OTA \u00e9 um projecto mal justificado, sugadouro de dinheiros p\u00fablicos, dificilmente rentabilizavel face a outras solu\u00e7\u00f5es mais baratas, e classificam-no como um enorme elefante branco.<\/b><\/p>\n

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Desde o in\u00edcio que os movimentos ligados \u00e0 defesa do ambiente se t\u00eam mostrado bastante reticentes em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 constru\u00e7\u00e3o de um Novo Aeroporto Internacional de Lisboa na Ota. Os estudos de incid\u00eancia ambiental determinam claramente a impossibilidade de uma decis\u00e3o ponderada sem estudos complementares e sem que se houvesse realizado um Estudo de Impacte Ambiental. E que a limita\u00e7\u00e3o de conhecimento do projecto impeditiva de qualquer tomada de posi\u00e7\u00e3o definitiva, indicava que nada seria assumido sem a interven\u00e7\u00e3o s\u00e9ria e abalizada dos agentes interessados.<\/p>\n

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As Determina\u00e7\u00f5es dos estudos pr\u00e9vios e a sua subvers\u00e3o<\/b><\/p>\n

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Resulta claro dos v\u00e1rios documentos que n\u00e3o s\u00f3 a constru\u00e7\u00e3o desta infra-estrutura acarreta enormes impactes ambientais e se revela muito mais onerosa como ser\u00e1 de dif\u00edcil constru\u00e7\u00e3o, dada a tipologia do solo e o bi\u00f3topo de zona h\u00famida a\u00ed existente. Tamb\u00e9m as dificuldades de aproxima\u00e7\u00e3o \u00e0s pistas exigem a realiza\u00e7\u00e3o de um estudo de navegabilidade a\u00e9rea que nunca veio a ser realizado.<\/p>\n

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De ent\u00e3o para c\u00e1, temos vindo a assistir ao subverter destas indica\u00e7\u00f5es comportando-se as autarquias e os agentes econ\u00f3micos como se a decis\u00e3o de concretiza\u00e7\u00e3o deste Aeroporto estivesse definitivamente confirmada. Esta assun\u00e7\u00e3o antecipada aumentou enormemente a press\u00e3o sobre o uso do solo, provocando desequil\u00edbrios territoriais not\u00f3rios dificilmente sustent\u00e1veis.<\/p>\n

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A realidade imp\u00f5e-se<\/b><\/p>\n

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Estas realidades acabaram por condicionar o Projecto na qual o Grupo A\u00e9roports de Paris foi substitu\u00eddo pelo pela Parsons-FCG Consortium, respons\u00e1vel pela defini\u00e7\u00e3o do \u00e2mbito do Estudo de Impacte Ambiental propriamente dito.<\/p>\n

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Ainda assim, os resultados deste estudo s\u00e3o bastante claros quanto \u00e0s dificuldades encontradas para solucionar as quest\u00f5es ligadas \u00e0s escorr\u00eancias de \u00e1gua, e possibilidades de inunda\u00e7\u00e3o da pista Este da Aerogare, com todas as suas estruturas relacionadas, tais como os estacionamentos e a linha f\u00e9rrea, a aproxima\u00e7\u00e3o de aeronaves e a tipologia das mesmas, propondo-se mesmo que s\u00f3 raramente poderia ser escalado por avi\u00f5es da categoria F, invalidando assim, na pr\u00e1tica, a sua vertente de plataforma transatl\u00e2ntica.<\/p>\n

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As fara\u00f3nicas solu\u00e7\u00f5es de drenagem, de desvio das ribeiras da Ota e Alvarinho (com o recurso a uma barragem) e at\u00e9 o eventual terraplenar de um monte para garantir a funcionalidade da estrutura, mesmo com elevadas defici\u00eancias de funcionamento (\u00e9 afirmado que a pista com maior qualidade de utiliza\u00e7\u00e3o \u00e9 tamb\u00e9m a que mais incorre em risco de inunda\u00e7\u00e3o), demonstram cabalmente que esta obra \u00e9 completamente desajustada \u00e0 localiza\u00e7\u00e3o pretendida, escamoteando-se ainda assim que a constru\u00e7\u00e3o de um a\u00e7ude cria condi\u00e7\u00f5es ecol\u00f3gicas favor\u00e1veis \u00e0 prolifera\u00e7\u00e3o de aves junto \u00e0 pista Oeste.<\/p>\n

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As defici\u00eancias de estudo das acessibilidades n\u00e3o s\u00e3o menos relevantes. Dos pontos fortes apresentados como sustent\u00e1culo deste empreendimento, tais como a liga\u00e7\u00e3o preferencial a Madrid e ao Porto via TGV, ou a facilidade de acesso quer pela A1 ou pela A10, apenas a liga\u00e7\u00e3o pela Auto-estrada Lisboa-Porto se mant\u00eam, pois com as recentes decis\u00f5es relativas ao tra\u00e7ado da A10 e \u00e0 rede de TGV, que era de qualquer forma extremamente falaciosa devido \u00e0s velocidades comerciais da Alta Velocidade, todos os argumentos que sustentavam a constru\u00e7\u00e3o do Novo Aeroporto de Lisboa na Ota se esvaziaram.<\/p>\n

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Existem melhores solu\u00e7\u00f5es<\/b><\/p>\n

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Vazio de argumentos que lhe garantiam, se n\u00e3o operacionalidade, pelo menos acessibilidade, o Novo Aeroporto de Lisboa na Ota aparece \u00e0 luz da raz\u00e3o como um enorme elefante branco. Um projecto mal justificado, sugadouro de dinheiros p\u00fablicos, dificilmente rentabilizavel face a outras solu\u00e7\u00f5es mais baratas, com melhor operacionalidade, ainda que mais pequenas, com possibilidade de serem geridas numa \u00f3ptica concorrencial com a ANA, tal como a j\u00e1 existente pista de Alverca.<\/p>\n

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Lisboa, 12 de Mar\u00e7o de 2004<\/p>\n

Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza e<\/p>\n

Alambi – Associa\u00e7\u00e3o para o Estudo e Defesa do Ambiente do Concelho de Alenquer<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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