{"id":13511,"date":"2021-03-05T16:22:28","date_gmt":"2021-03-05T16:22:28","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13511"},"modified":"2021-03-05T16:22:28","modified_gmt":"2021-03-05T16:22:28","slug":"confederacao-nacional-de-cacadores-adere-ao-programa-antidoto","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/confederacao-nacional-de-cacadores-adere-ao-programa-antidoto\/","title":{"rendered":"Confedera\u00e7\u00e3o Nacional de Ca\u00e7adores adere ao Programa Ant\u00eddoto"},"content":{"rendered":"

No passado S\u00e1bado, dia 25 de Setembro, em Sousel, durante a Feira de Ca\u00e7a, Pesca Turismo rural e produtos da Terra de Sousel foi assinado um protocolo entre o\u00a0<\/b>Programa Ant\u00eddoto – Portugal<\/b><\/a>\u00a0(PAP) e a Confedera\u00e7\u00e3o Nacional de Ca\u00e7adores. Este protocolo ir\u00e1 permitir a coopera\u00e7\u00e3o entre a confedera\u00e7\u00e3o e o PAP a um n\u00edvel institucional e t\u00e9cnico.<\/b><\/p>\n

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O Programa Ant\u00eddoto – Portugal \u00e9 uma plataforma constitu\u00edda por v\u00e1rias entidades p\u00fablicas e privadas que tem como objectivo delinear e aplicar uma estrat\u00e9gia nacional contra o uso de venenos. Os primeiros trabalhos tiveram in\u00edcio em Janeiro de 2003 em Arcos de Valdevez, a Estrat\u00e9gia Nacional foi conclu\u00edda a 21 de Janeiro de 2004 em Lisboa e o Programa foi oficialmente apresentado em Idanha-a-Nova no dia 4 de Mar\u00e7o de 2004.<\/p>\n

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H\u00e1 v\u00e1rias entidades que est\u00e3o neste momento em fase de ades\u00e3o e pretende-se gradualmente envolver todas aquelas que possam e pretendam contribuir para a resolu\u00e7\u00e3o do problema do uso de venenos ou de v\u00e1rios outros problemas que est\u00e3o na sua origem.<\/p>\n

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Os objectivos gerais do Programa Ant\u00eddoto – Portugal s\u00e3o:<\/p>\n

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– Conhecer a dimens\u00e3o real do uso de venenos em Portugal e as causas e Motiva\u00e7\u00f5es que est\u00e3o na sua origem para dessa forma interpretar o impacte sobre determinadas popula\u00e7\u00f5es de animais silvestres e assim contribuir para a sua conserva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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– Propor medidas de controlo do uso de venenos e contribuir para a redu\u00e7\u00e3o da impunidade actual, for\u00e7ando a press\u00e3o social e moral sobre o uso de venenos.<\/p>\n

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O papel decisivo dos Ca\u00e7adores na resolu\u00e7\u00e3o do problema<\/b><\/p>\n

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O uso de venenos em Portugal est\u00e1 intimamente ligado \u00e0 actividade cineg\u00e9tica. Apesar de n\u00e3o ser uma pr\u00e1tica exclusiva deste sector, o maior n\u00famero de casos de envenenamento detectados est\u00e3o relacionados com a Ca\u00e7a.<\/p>\n

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A principal raz\u00e3o e aquela que tem consequ\u00eancias mais graves para algumas esp\u00e9cies silvestres \u00e9 o controlo ilegal de predadores que \u00e9 levado a cabo por algumas zonas de ca\u00e7a. A forma irrespons\u00e1vel como \u00e9 feito, para al\u00e9m de demonstrar um profundo desrespeito pela Natureza e pela Biodiversidade, espelha bem a ignor\u00e2ncia e falta de forma\u00e7\u00e3o no que respeita \u00e0 biologia das esp\u00e9cies silvestres.<\/p>\n

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A necessidade de rentabilizar a ca\u00e7a quando se recorrem a pr\u00e1ticas cineg\u00e9ticas insustent\u00e1veis e que apenas visam o lucro f\u00e1cil e imediato, a falta de fiscaliza\u00e7\u00e3o s\u00e9ria e o f\u00e1cil acesso a produtos que podem ser usados como veneno tamb\u00e9m t\u00eam contribu\u00eddo para que o controlo ilegal de predadores seja uma pr\u00e1tica corrente e bem conhecida e admitida por todas as pessoas que est\u00e3o envolvidas com o sector da ca\u00e7a.<\/p>\n

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A total impunidade, a falta de preocupa\u00e7\u00e3o e\/ou forma\u00e7\u00e3o das autoridades para lidar com os casos que s\u00e3o detectados e notificados, e pior ainda, a actual permissividade e irresponsabilidade da legisla\u00e7\u00e3o vigente t\u00eam impedido uma mudan\u00e7a de atitude, mentalidade e de pr\u00e1ticas de gest\u00e3o cineg\u00e9tica no seio dos ca\u00e7adores. Para al\u00e9m do controlo ilegal de predadores com veneno, existem os conflitos entre zonas de ca\u00e7a, ou entre as popula\u00e7\u00f5es locais e os ca\u00e7adores.<\/p>\n

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O ordenamento cineg\u00e9tico (a forma como \u00e9 realizado ou a falta dele) t\u00eam estado na origem destes conflitos, mas tamb\u00e9m nestes casos, \u00e9 a total impunidade que permite a seu perpetua\u00e7\u00e3o. Apesar dos pr\u00f3prios ca\u00e7adores serem os principais lesados nestes casos, pois perdem muitos dos seus melhores c\u00e3es, a passividade e a impunidade t\u00eam gerado um conformismo e uma aceita\u00e7\u00e3o quase generalizada do uso de veneno.<\/p>\n

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Uma pr\u00e1tica tamb\u00e9m frequente no seio dos ca\u00e7adores \u00e9 o abandono de c\u00e3es no final das \u00e9pocas de ca\u00e7a. Pelas mais diversas raz\u00f5es, estes animais s\u00e3o deixados de forma deliberada nos montes e n\u00e3o h\u00e1 mecanismos nem iniciativas eficazes das autoridades respons\u00e1veis para proceder ao controlo destes animais, apesar da legisla\u00e7\u00e3o definir claramente as responsabilidades para o controlo sistem\u00e1tico de c\u00e3es assilvestrados.<\/p>\n

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Uma medida que certamente influenciar\u00e1 positivamente esta situa\u00e7\u00e3o \u00e9 a obrigatoriedade da marca\u00e7\u00e3o dos c\u00e3es usados na ca\u00e7a, com sistemas de identifica\u00e7\u00e3o electr\u00f3nica, mas s\u00f3 o tempo dir\u00e1 se ser\u00e1 suficiente. O que \u00e9 certo, \u00e9 que estes c\u00e3es abandonados se tornam predadores das esp\u00e9cies cineg\u00e9ticas e de animais dom\u00e9sticos (ovelhas, cabras, vacas) causando tanto ou maior impacte negativo sobre as mesmas do que os predadores silvestres.<\/p>\n

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Por isso, nas condi\u00e7\u00f5es actuais, as zonas de ca\u00e7a recorrem ao uso massivo de veneno, usando at\u00e9 o termo “desinfec\u00e7\u00e3o”, para controlar estes animais no final das \u00e9pocas de ca\u00e7a.<\/p>\n

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O que \u00e9 importante real\u00e7ar \u00e9 que a quest\u00e3o dos c\u00e3es abandonados n\u00e3o passa apenas pelo seu abate, mas sim, e principalmente por um muito maior esfor\u00e7o de consciencializa\u00e7\u00e3o dos ca\u00e7adores para um relacionamento muito mais digno com os seus animais, o que contribuir\u00e1 para uma outra vis\u00e3o do abandono e maus-tratos dos c\u00e3es que \u00e9 t\u00e3o frequente.<\/p>\n

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A penaliza\u00e7\u00e3o e o desincentivo para o uso de venenos passam predominantemente por uma outra abordagem ao problema por parte dos respons\u00e1veis m\u00e1ximos pela Ca\u00e7a em Portugal. \u00c9 necess\u00e1ria uma posi\u00e7\u00e3o p\u00fablica veementemente contr\u00e1ria a esta pr\u00e1tica, que seja vis\u00edvel e divulgada nos momentos e locais devidos, e acompanhada de maior fiscaliza\u00e7\u00e3o e controlo, medidas correctas de gest\u00e3o da ca\u00e7a e do ordenamento, e um muito maior esfor\u00e7o para a forma\u00e7\u00e3o e educa\u00e7\u00e3o ambiental dos ca\u00e7adores que contribua para o conhecimento e respeito pelos ecossistemas.<\/p>\n

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A Coordena\u00e7\u00e3o do PAP felicitou a Confedera\u00e7\u00e3o, que desde a primeira hora demonstrou todo o interesse e entusiasmo em trabalhar no sentido de resolver o problema. Esta atitude de integra\u00e7\u00e3o, parceria e colabora\u00e7\u00e3o com todos os sectores “problem\u00e1ticos” \u00e9 a atitude que o Programa Ant\u00eddoto – Portugal pretende fomentar.<\/p>\n

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Castelo Branco, 28 de Setembro de 2004<\/p>\n

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Programa Ant\u00eddoto – Portugal<\/b><\/p>\n

Travessa da Ferradura n.\u00ba 14, 1\u00ba frente<\/p>\n

6000-293 Castelo Branco<\/p>\n

Tel: 272324272<\/p>\n

Fax: 272324272<\/p>\n

Correio electr\u00f3nico:\u00a0Este endere\u00e7o de email est\u00e1 protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.”><\/a>antidotoportugal@iol.pt<\/a><\/span><\/p>\n

http:\/\/antidotoportugal.no.sapo.pt<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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