{"id":13438,"date":"2021-03-05T16:12:12","date_gmt":"2021-03-05T16:12:12","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13438"},"modified":"2021-03-05T16:12:12","modified_gmt":"2021-03-05T16:12:12","slug":"alteracoes-climaticas-quercus-estima-que-portugal-em-2004-pode-atingir-50-a-mais-de-emissoes-em-relacao-ao-ano-de-1990-23-acima-do-limite-do-protocolo-de-quioto","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/alteracoes-climaticas-quercus-estima-que-portugal-em-2004-pode-atingir-50-a-mais-de-emissoes-em-relacao-ao-ano-de-1990-23-acima-do-limite-do-protocolo-de-quioto\/","title":{"rendered":"Altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas: Quercus estima que Portugal em 2004 pode atingir 50% a mais de emiss\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o ao ano de 1990 (23% acima do limite do Protocolo de Quioto)"},"content":{"rendered":"

No in\u00edcio da segunda semana da Conven\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas que est\u00e1 a ter lugar em Buenos Aires, a Quercus aproveita para alertar para o facto de Portugal n\u00e3o estar a conseguir sequer estabilizar para depois diminuir as suas emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa.<\/b><\/p>\n

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Os dados dispon\u00edveis relativos a 2002, mostram que Portugal j\u00e1 atingiu cerca de 41% de aumento das suas emiss\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a 1990 \u2013 ano-base de contabiliza\u00e7\u00e3o para o Protocolo de Quioto \u2013 estando assim 14% acima do limite estabelecido de 27% de aumento para o per\u00edodo 2008-2012.<\/p>\n

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Apesar de uma forma indicativa mas com base em determinados dados de evolu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa e de vari\u00e1veis a elas associadas, a Quercus estima que em 2004 se possa atingir 50% a mais das emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa em rela\u00e7\u00e3o ao ano de 1990.<\/p>\n

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Os c\u00e1lculos efectuados, tendo em conta dados anuais ou o per\u00edodo entre Janeiro e Setembro (combust\u00edveis) ou Janeiro a Novembro (electricidade), ponderaram principalmente:<\/p>\n

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– a evolu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es nos \u00faltimos anos (3,5% de aumento m\u00e9dio tendo por base o ano de 1990, mas 5,7% de aumento entre 2001 e 2002) (dados do\u00a0Instituto do Ambiente<\/a>);<\/p>\n

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– a evolu\u00e7\u00e3o do consumo de electricidade (2,1% entre 2001 e 2002, 5.7% entre 2002 e 2003; 5,5% entre 2003 e 2004) (dados da\u00a0Rede El\u00e9ctrica Nacional<\/a>);<\/p>\n

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– a varia\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o de electricidade atrav\u00e9s de centrais t\u00e9rmicas cujo funcionamento implica maiores emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa (+8% entre 2001 e 2002, +23% entre 2002 e 2003 e +36% entre 2003 e 2004) (dados da\u00a0Rede El\u00e9ctrica Nacional<\/a>);<\/p>\n

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– a evolu\u00e7\u00e3o do consumo de combust\u00edveis rodovi\u00e1rios tendo tamb\u00e9m em conta a sua tipologia \u2013 aumento significativo do consumo de gas\u00f3leo (decr\u00e9scimo de 1,5% no consumo total de gasolinas e gas\u00f3leo entre 2002 e 2003 mas aumento ligeiramente superior a 1,5% entre 2003 e 2004 (dados da\u00a0Direc\u00e7\u00e3o Geral de Geologia e Energia<\/a>)<\/p>\n

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– o peso que o sector da produ\u00e7\u00e3o de electricidade (37%) e dos transportes (29%) t\u00eam no total de emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono (66% do total) (dados do\u00a0Instituto do Ambiente<\/a>).<\/p>\n

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A principal fundamenta\u00e7\u00e3o de um aumento, que em dois anos (de 2002 a 2004) teria de totalizar 9% em rela\u00e7\u00e3o a 1990, baseia-se no facto de haver um maior consumo de electricidade em rela\u00e7\u00e3o ao per\u00edodo 2001\/2002 com um peso maior das centrais t\u00e9rmicas e pelo peso que tal tem no total das emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa. Se entre 2001\/2002, o aumento de emiss\u00f5es foi de 5,7% face a um aumento de 8% de produ\u00e7\u00e3o t\u00e9rmica e de 2,1% de consumo de electricidade, dado que entre 2002\/2003 e 2003\/2004 estes valores sofreram um aumento muito mais significativo, \u00e9 de esperar que o aumento de emiss\u00f5es tenha sido superior em cada um dos anos e assim passar-se de 41% em 2002 para mais de 50% em 2004.<\/p>\n

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Anualmente, o Instituto do Ambiente tem a obriga\u00e7\u00e3o de efectuar os c\u00e1lculos detalhados das emiss\u00f5es de um conjunto de gases para a atmosfera, entre eles os gases de efeito de estufa. Tais c\u00e1lculos t\u00eam de ser finalizados, de acordo com a obriga\u00e7\u00e3o nacional mas tamb\u00e9m para envio \u00e0 Ag\u00eancia Europeia do Ambiente, at\u00e9 final de Dezembro do ano seguinte que \u00e9 reportado. Isto \u00e9, nas pr\u00f3ximas semanas dever\u00e3o ser conclu\u00eddas as contas relativas ao ano de 2003, sendo tais dados efectivamente rigorosos na avalia\u00e7\u00e3o detalhada da situa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Portugal \u00e0 beira de um per\u00edodo de seca? Albufeiras a menos de 50% da sua capacidade m\u00e1xima<\/b><\/p>\n

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Falar em meados de Dezembro sobre um eventual per\u00edodo de seca pode ser prematuro e deve ser feito com a maior precau\u00e7\u00e3o. Por\u00e9m, a precipita\u00e7\u00e3o verificada durante o Outono, em particular no m\u00eas de Novembro, na maioria das regi\u00f5es do pa\u00eds conduziu a um armazenamento de \u00e1gua nas albufeiras consideravelmente mais baixo que nos \u00faltimos dois anos e tamb\u00e9m ligeiramente abaixo de 2001. De acordo com dados da\u00a0Rede El\u00e9ctrica Nacional<\/a>, em final de Novembro de 2004 o armazenamento de \u00e1gua nas albufeiras associadas \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de electricidade era de 49%, enquanto que em 2003, em data semelhante era de 64% e em 2002 de 70%. Mesmo em 2001, reflectindo um per\u00edodo seco, esse valor era de 51%.<\/p>\n

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Numa perspectiva de preven\u00e7\u00e3o a Quercus considera que o Estado deveria tomar algumas medidas de preven\u00e7\u00e3o, directas e indirectas, como o lan\u00e7amento de uma campanha p\u00fablica para poupan\u00e7a de electricidade, cujos benef\u00edcios em termos de emiss\u00f5es s\u00e3o sempre \u00fateis, independentemente da verifica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de uma situa\u00e7\u00e3o de seca. Tal situa\u00e7\u00e3o a se verificar merecer\u00e1 ali\u00e1s outras medidas e considera\u00e7\u00f5es de \u00e2mbito mais alargado.<\/p>\n

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Buenos Aires, 13 de Dezembro de 2004<\/p>\n

A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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Para mais informa\u00e7\u00f5es contactar Francisco Ferreira, membro da Direc\u00e7\u00e3o Nacional na Argentina: 00 54 911 52611549.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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