{"id":13437,"date":"2021-03-05T16:12:08","date_gmt":"2021-03-05T16:12:08","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13437"},"modified":"2021-03-05T16:12:08","modified_gmt":"2021-03-05T16:12:08","slug":"alteracoes-climaticas-os-compromissos-futuros-pos-2012","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/alteracoes-climaticas-os-compromissos-futuros-pos-2012\/","title":{"rendered":"Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas: Os compromissos futuros P\u00f3s-2012"},"content":{"rendered":"

Em Buenos Aires e j\u00e1 no pr\u00f3ximo Conselho Europeu de Ministros do Ambiente a realizar na pr\u00f3xima semana a 20 de Dezembro, discutem-se os compromissos futuros ap\u00f3s o primeiro per\u00edodo de compromisso de Quioto que termina em 2012. As linhas fundamentais de reflex\u00e3o da Quercus no quadro da Rede de Ac\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica Europeia procuram marcar o fundamental do que deve ser toda uma estrat\u00e9gia nacional, europeia e mundial nesta mat\u00e9ria.<\/b><\/p>\n

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A lideran\u00e7a da Uni\u00e3o Europeia \u00e9 vital para a pol\u00edtica mundial sobre altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas<\/b><\/p>\n

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\u00c9 extremamente importante que a Uni\u00e3o Europeia continue e fortale\u00e7a a o seu papel de lideran\u00e7a na \u00e1rea das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. A EU, com 21% do output econ\u00f3mico mundial e um PIB total pr\u00f3ximo de 9 bili\u00f5es de Euros \u00e9 um actor chave que pode conduzir com credibilidade este tema para a frente.<\/p>\n

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Por\u00e9m, esta lideran\u00e7a tem de ser suportada por uma ac\u00e7\u00e3o interna de forma a ser credibilizada. A UE dever\u00e1 implementar politicas, efectivar redu\u00e7\u00f5es de emiss\u00f5es e comprometer-se ela pr\u00f3pria em ac\u00e7\u00f5es futuras. Todos os pa\u00edses no longo prazo ter\u00e3o de aceitar que precisam de limitar o seu uso de recursos atmosf\u00e9ricos globais, sendo claro que os pa\u00edses industrializados, dado o seu papel hist\u00f3rico nas emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa (GEE), dever\u00e3o liderar o caminho.<\/p>\n

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N\u00e3o aumentar mais que 2 \u00baC para evitar uma altera\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica catastr\u00f3fica<\/b><\/p>\n

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A Quercus \/ RAC Europa concorda com o assumir pela Comiss\u00e3o Europeia do objectivo de 2 \u00baC como base para a consulta p\u00fablica. As \u00faltimas evid\u00eancias cient\u00edficas (3\u00ba Relat\u00f3rio de avalia\u00e7\u00e3o do Painel Intergovernamental para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas – IPCC – acrescidos de estudos mais recentes desde a sua publica\u00e7\u00e3o) mostram que para evitar uma altera\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica catastr\u00f3fica (definida atrav\u00e9s dos impactes previstos por uma mudan\u00e7a de grande magnitude), o aquecimento m\u00e9dio global tem de ser limitado a um pico inferior a 2 \u00baC (acima do n\u00edvel pr\u00e9-industrial) e que a temperatura ent\u00e3o existente devera ser reduzida t\u00e3o depressa quanto poss\u00edvel para baixo desse pico.<\/p>\n

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As redu\u00e7\u00f5es de emiss\u00f5es dever\u00e3o ser consistentes com a limita\u00e7\u00e3o das temperaturas globais abaixo de um aumento de 2 \u00baC, com uma elevada confian\u00e7a. Evitar um aquecimento que exceda os 2 \u00baC com elevada confian\u00e7a significa que as concentra\u00e7\u00f5es de gases de efeito de estufa tenham de ser reduzidas de quaisquer n\u00edveis que sejam atingidos no s\u00e9culo XXI, sendo que provavelmente ser\u00e3o ainda necess\u00e1rias redu\u00e7\u00f5es a serem continuadas nos s\u00e9culos seguintes. As emiss\u00f5es globais ter\u00e3o de atingir um pico bastante antes de 2020 de forma a evitar taxas de redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00e3o economicamente dram\u00e1ticas no futuro.<\/p>\n

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No longo prazo, n\u00edveis de concentra\u00e7\u00e3o de gases de efeito de estufa de 400 ppmv de CO2 equivalente apresentam cerca de 10% de risco que o aumento de 2 \u00baC seja excedido, considerando um intervalo de incerteza \u00e0 sensibilidade clim\u00e1tica similar ao previsto pelo IPCC. Estimativas mais recentes colocam o risco de ultrapassagem num intervalo entre 2 e 38%, se for este o n\u00edvel de estabiliza\u00e7\u00e3o no longo prazo (s\u00e9culo XXII e para a frente).<\/p>\n

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Resultados cient\u00edficos recentes afirmam, de forma clara, que a estabiliza\u00e7\u00e3o a 450 ppmv de CO2 equivalente envolve um elevado risco que o objectivo de aumento de 2 \u00baC seja excedido. Tem sido claro, desde pelo menos 1990, que a estabiliza\u00e7\u00e3o a 550 ppmv CO2 equivalente resultar\u00e1 muito provavelmente num aumento de pelo menos 2,5 \u00baC. Trabalhos recentes refor\u00e7am esta conclus\u00e3o, indicando que \u00e9 quase certo que para este n\u00edvel de concentra\u00e7\u00e3o de gases de efeito de estufa o aumento de 2 \u00baC seja ultrapassado.<\/p>\n

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Europa deve reduzir em 30% as suas emiss\u00f5es at\u00e9 2020 e em 80% at\u00e9 2050 (em rela\u00e7\u00e3o a 1990)<\/b><\/p>\n

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Dada a dimens\u00e3o do risco, a UE dever\u00e1 actuar r\u00e1pida e fortemente para descarbonizar a sua economia e implementar uma redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es de longo prazo de 80% dos n\u00edveis de 1990 at\u00e9 2050 e contribuir para um pico de emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa antes de 2020. Esta redu\u00e7\u00e3o dever\u00e1 ser dividida em diversas metas de m\u00e9dio prazo a cumprir legalmente com redu\u00e7\u00f5es absolutas para 2020 de pelo menos 30% das emiss\u00f5es dom\u00e9sticas da UE. Como a liga\u00e7\u00e3o entre sectores \u00e9 substancial e as circunst\u00e2ncias do Estados-Membros diferem, \u00e9 importante que a Uni\u00e3o Europeia d\u00ea aos investidores e aos agentes de mercado sinais claros e antecipados do caminho que ir\u00e1 seguir.<\/p>\n

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Inac\u00e7\u00e3o de outros pa\u00edses n\u00e3o pode justificar inac\u00e7\u00e3o da Europa; pa\u00edses em desenvolvimento tamb\u00e9m t\u00eam que limitar as suas emiss\u00f5es<\/b><\/p>\n

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A UE dever\u00e1 continuar a prosseguir uma participa\u00e7\u00e3o activa no futuro enquadramento pol\u00edtico sobre altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas envolvendo todos os pa\u00edses e entrecruzar-se construtivamente de acordo com o princ\u00edpio estabelecido pela Conven\u00e7\u00e3o para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas (artigo 3.1.) que menciona a necessidade de responsabilidades comuns mas diferenciadas e respectivas capacidades. Por\u00e9m, n\u00e3o deve deixar de actuar face a inac\u00e7\u00e3o de alguns pa\u00edses, usando esse argumento como justifica\u00e7\u00e3o pol\u00edtica. No longo prazo, a maioria dos pa\u00edses em desenvolvimento dever\u00e3o tamb\u00e9m limitar as suas emiss\u00f5es, para que as emiss\u00f5es globais n\u00e3o causem um aumento superior ao objectivo estabelecido de 2 \u00baC. A UE dever\u00e1 providenciar apoio aos pa\u00edses em desenvolvimento para mitigarem e se adaptarem \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas como uma pe\u00e7a central da sua pol\u00edtica externa e de desenvolvimento.<\/p>\n

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A Quercus \/ RAC Europa est\u00e3o convencidas que um sistema internacional vi\u00e1vel para atingir este objectivo dever\u00e1 reflectir a responsabilidade moral daqueles que mais t\u00eam beneficiado do uso dos bens comuns para reduzir as suas emiss\u00f5es primeira e compensar as v\u00edtimas das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Os principais elementos de um enquadramento vi\u00e1vel deve ser reconstru\u00eddo nos princ\u00edpios fundamentais da equidade e justi\u00e7a e incluir um balan\u00e7o apropriado de direitos e obriga\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

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Tr\u00eas caminhos de ac\u00e7\u00e3o: o caminho de Quioto, o caminho da descarboniza\u00e7\u00e3o e o caminho da adapta\u00e7\u00e3o; tend\u00eancia dever\u00e1 ser a da igualdade das emiss\u00f5es per capita<\/b><\/p>\n

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A Quercus \/ RAC Europa argumentam a favor de um abordagem m\u00faltipla, operando numa mesma ou similar escala temporal, dividida em tr\u00eas caminhos: o caminho de Quioto, o caminho \u201cverde\u201d ou da descarboniza\u00e7\u00e3o, e o caminho da adapta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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O caminho de Quioto assenta na Conven\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas e no Protocolo de Quioto, com o seu sistema legal de redu\u00e7\u00f5es absolutas das emiss\u00f5es e regime de cumprimento. Este caminho, que cont\u00e9m obriga\u00e7\u00f5es legais relativas \u00e0 troca de direitos de emiss\u00f5es cont\u00e9m os fundamentos de um sistema que conduz a um r\u00e1pido desenvolvimento tecnol\u00f3gico e sua dissemina\u00e7\u00e3o, fornecendo a base tecnol\u00f3gica para solu\u00e7\u00f5es vencedor-vencedor para os objectivos do clima e do desenvolvimento sustent\u00e1vel.<\/p>\n

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O caminho \u201cverde\u201d (descarboniza\u00e7\u00e3o) pode conduzir a uma r\u00e1pida introdu\u00e7\u00e3o de tecnologias limpas que podem reduzir as emiss\u00f5es e atingir os objectivos de desenvolvimento sustent\u00e1vel dos pa\u00edses em desenvolvimento. Os pa\u00edses industrializados dever\u00e3o proporcionar recursos e tecnologia para este caminho, mas devem faz\u00ea-lo em parceria com os pa\u00edses em desenvolvimento, n\u00e3o condicionando outras pol\u00edticas numa l\u00f3gica de \u201cpau e cenoura\u201d como se tem verificado em muitas outras \u00e1reas.<\/p>\n

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O caminho da adapta\u00e7\u00e3o fornece recursos \u00e0s regi\u00f5es mais vulner\u00e1veis (Estados pequenas-ilhas, pa\u00edses em desenvolvimento) para lidarem com as inevit\u00e1veis altera\u00e7\u00f5es do clima. Os pa\u00edses em desenvolvimento ter\u00e3o de concentrar a sua aten\u00e7\u00e3o nos pr\u00f3ximos anos na adapta\u00e7\u00e3o, dado que s\u00e3o os mais vulner\u00e1veis aos impactes das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e a sua contribui\u00e7\u00e3o em termos de emiss\u00f5es \u00e9 pequena tendo em conta a sua popula\u00e7\u00e3o e as suas necessidades de desenvolvimento. Os pa\u00edses que recebam apoio no quadro deste caminho da adapta\u00e7\u00e3o devem prosseguir na linha do caminho \u201cverde\u201d (da descarboniza\u00e7\u00e3o).<\/p>\n

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O n\u00edvel e o car\u00e1cter das ac\u00e7\u00f5es de mitiga\u00e7\u00e3o neste quadro ser\u00e1 determinado pela refer\u00eancia a um n\u00edvel de emiss\u00f5es per capita acordado, a capacidade para actuar (incluindo medidas tais como o sal\u00e1rio per capita), e a responsabilidade hist\u00f3rica. Neste contexto, os pa\u00edses industrializados t\u00eam a obriga\u00e7\u00e3o de agir primeiro para reduzir as suas emiss\u00f5es em termos absolutos. Os objectivos de redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es no quadro do caminho de Quioto devem ser determinados tendo em conta, de modo muito preponderante, uma converg\u00eancia mundial dos valores das emiss\u00f5es per capita ao longo do s\u00e9culo XXI. Outro crit\u00e9rio de justi\u00e7a, como a responsabilidade hist\u00f3rica, dever\u00e1 tamb\u00e9m ser ponderado no determinar do tempo, n\u00edvel e car\u00e1cter das ac\u00e7\u00f5es de redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es exigidas aos diferentes pa\u00edses. Uma combina\u00e7\u00e3o de factores tais como as emiss\u00f5es per capita, a capacidade ou flexibilidade para agir e a responsabilidade hist\u00f3rica dever\u00e3o ser usadas para determinar quando e como os pa\u00edses devem passar do caminho \u201cverde\u201d ou da descarboniza\u00e7\u00e3o para o caminho de Quioto.<\/p>\n

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Investimentos nas energias renov\u00e1veis, na conserva\u00e7\u00e3o da energia e n\u00e3o ao nuclear<\/b><\/p>\n

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O m\u00e9todo mais eficiente e justo, quer para a economia, quer para o ambiente, \u00e9 faz\u00ea-lo de forma harmonizada. Seja qual for o misto de tecnologias usadas pelos Estados-Membros para implementar os seus objectivos, a Uni\u00e3o Europeia tem de assegurar que a aloca\u00e7\u00e3o de fundos nas tecnologias tem de aumentar consideravelmente durante este novo mandato da Comiss\u00e3o. A aloca\u00e7\u00e3o deve corrigir o desvio actual em rela\u00e7\u00e3o ao nuclear e \u00e0s tecnologias f\u00f3sseis e concentrar-se antes nas energias renov\u00e1veis, na reforma dos transportes, e nas ind\u00fastrias com processos tecnol\u00f3gicos sustent\u00e1veis.<\/p>\n

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Duas das solu\u00e7\u00f5es chave onde a UE deve actuar de forma determinada e forte, muito para al\u00e9m dos seus objectivos pol\u00edticos actuais, \u00e9 em reduzir a procura de energia \u2013 a conserva\u00e7\u00e3o de energia \u2013 e desenvolver melhores fontes de oferta de energia principalmente promovendo as energias renov\u00e1veis em larga escala.<\/p>\n

A energia nuclear n\u00e3o \u00e9 uma op\u00e7\u00e3o para um sistema energ\u00e9tico sustent\u00e1vel, dados os problemas n\u00e3o resolvidos no que respeita \u00e0 seguran\u00e7a do armazenamento de longo prazo dos res\u00edduos radioactivos t\u00f3xicos letais gerados no processo global de produ\u00e7\u00e3o, bem como o grave perigo de uma cat\u00e1strofe como a de Chernobil, para al\u00e9m do custo associado \u00e0 sua produ\u00e7\u00e3o. A Quercus \/ RAC Europa n\u00e3o v\u00eaem como \u00e9 que a energia nuclear pode ter um papel no misto energ\u00e9tico da Europa. Os cidad\u00e3os da Europa tamb\u00e9m identificam o risco de uma cat\u00e1strofe nuclear como a maior amea\u00e7a para o ambiente e a sa\u00fade.<\/p>\n

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Prefer\u00eancia por medidas de redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es e desencorajamento do recurso a sumidouros; captura e armazenamento do carbono n\u00e3o d\u00e3o garantias e t\u00eam custos mais elevados que a redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es<\/b><\/p>\n

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A Quercus \/ RAC Europa desencorajam firmemente o uso do sequestro terrestre de carbono \u2013 sumidouros \u2013 como um m\u00e9todo que deva ser parte de qualquer do futuro regime de negocia\u00e7\u00f5es do clima que receba cr\u00e9ditos de mitiga\u00e7\u00e3o. \u00c9 claro que existem diversos benef\u00edcios importantes associados \u00e0 floresta e \u00e0 refloresta\u00e7\u00e3o tais como uma maior biodiversidade, uma melhor gest\u00e3o dos recursos h\u00eddricos e a manuten\u00e7\u00e3o do stock de carbono. Por\u00e9m, dados os numerosos problemas com a verifica\u00e7\u00e3o e a contabilidade da quantidade de carbono capturado bem como a sua perman\u00eancia limitada de qualquer carbono armazenado na biomassa, a Quercus \/ CAN Europa n\u00e3o acreditam que este m\u00e9todo deva fazer parte de um futuro regime clim\u00e1tico na Uni\u00e3o Europeia.<\/p>\n

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Considerando que a \u00e1rea de captura a armazenamento de carbono (CAC) est\u00e1 ainda nos estados iniciais de desenvolvimento como m\u00e9todo para evitar as emiss\u00f5es de carbono para a atmosfera; sendo uma solu\u00e7\u00e3o de fim-de-linha, ser\u00e1 sempre uma compara\u00e7\u00e3o inferior com as alternativas de energia renov\u00e1vel que n\u00e3o est\u00e3o associadas a quaisquer emiss\u00f5es de carbono. S\u00f3 se a quest\u00e3o da perman\u00eancia poder ser garantida e quest\u00f5es de fiabilidade relacionadas com o armazenamento de carbono forem devidamente contempladas se pode admitir as tecnologias de CAC com sendo parte da solu\u00e7\u00e3o. O sequestro de carbono e armazenamento apresentam igualmente o risco de redireccionar os investimentos financeiros em investiga\u00e7\u00e3o e desenvolvimento, t\u00e3o necess\u00e1rios para os sistemas de energias renov\u00e1veis.<\/p>\n

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Modelo de limita\u00e7\u00e3o quantitativa prosseguido no Protocolo de Quioto deve ser continuado; avia\u00e7\u00e3o deve ser enquandrada<\/b><\/p>\n

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Os elementos chave do Protocolo de Quioto s\u00e3o a limita\u00e7\u00e3o quantitativa e a compromissos de redu\u00e7\u00e3o para os pa\u00edses do Anexo I com objectivos claros a respeitar no tempo e tal dever\u00e1 continuar a formar o corpo principal do futuro regime internacional sobre clima. O estabelecimento de limites deve ser guiado pelo objectivo cientificamente baseado de n\u00e3o ultrapassar um aquecimento superior a 2 \u00baC explicado anteriormente e n\u00e3o deve ser inflacionado para n\u00edveis insustent\u00e1veis atrav\u00e9s do processo de negocia\u00e7\u00e3o. O estado em que estamos n\u00e3o admite margem de manobra; o mundo n\u00e3o pode esperar mais e n\u00e3o h\u00e1 uma alternativa menos radical.<\/p>\n

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Os mecanismos flex\u00edveis do Protocolo de Quioto apresentam muitos aspectos de custo-efic\u00e1cia que devem ser preservados no pr\u00f3ximo per\u00edodo de compromisso. O com\u00e9rcio de emiss\u00f5es tem vindo a ser estabelecido como um instrumento de pol\u00edtica clim\u00e1tica para uso entre os pa\u00edses bem como entre entidades privadas, principalmente atrav\u00e9s introdu\u00e7\u00e3o do sistema de com\u00e9rcio \u00e0 escala da Uni\u00e3o Europeia. O uso de mecanismos baseados em projectos atinge, na melhor das hip\u00f3teses, um balan\u00e7o zero, pelo menos no que respeita \u00e0 efic\u00e1cia ambiental. A pr\u00e1tica corrente tem mostrado muitos problemas com a sua implementa\u00e7\u00e3o que amea\u00e7am a integridade ambiental e tamb\u00e9m os benef\u00edcios em termos de desenvolvimento sustent\u00e1vel que devem resultar de projectos que at\u00e9 agora t\u00eam sido marginais e quase inexistentes. Um futuro mecanismo deve ser dirigido mais directa e particularmente para tecnologias como as energias renov\u00e1veis.<\/p>\n

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H\u00e1 uma grande necessidade de criar fluxos financeiros independentes adicionais aos que actualmente enquadram as doa\u00e7\u00f5es dos pa\u00edses do Anexo I da Conven\u00e7\u00e3o sobre Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas, como por exemplo: taxas sobre os bilhetes internacionais de avia\u00e7\u00e3o, taxas sobre transac\u00e7\u00f5es financeiras para aumentar o financiamento da adapta\u00e7\u00e3o, transfer\u00eancia de tecnologia e medidas de mitiga\u00e7\u00e3o nos pa\u00edses em desenvolvimento e noutros pa\u00edses que n\u00e3o do Anexo I.<\/p>\n

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Custos da inac\u00e7\u00e3o s\u00e3o muito mais elevados que os custos da ac\u00e7\u00e3o e da preven\u00e7\u00e3o<\/b><\/p>\n

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A quest\u00e3o dos custos de se tomarem ac\u00e7\u00f5es para combates as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas \u00e9 secund\u00e1rio face \u00e0 gravidade da amea\u00e7a que temos para a generalidade dos cidad\u00e3os europeus e das popula\u00e7\u00f5es de todo o mundo. \u00c9 infelizmente claro pelas evid\u00eancias cient\u00edficas que temos de agir de forma decidida e rapidamente se quisermos evitar os enormes impactes para o nosso ambiente, sociedade e sistema econ\u00f3mico. \u00c9 tamb\u00e9m claro que \u00e9 imposs\u00edvel fazer uma estimativa econ\u00f3mica cientificamente robusta dos custos e benef\u00edcios para os diferentes n\u00edveis de mitiga\u00e7\u00e3o das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas; existem demasiadas vari\u00e1veis envolvidas num tal exerc\u00edcio de previs\u00e3o futuro para ser cred\u00edvel. A maioria das tentativas para calcular custos falhou em contabilizar o chamado \u201ccusto de inac\u00e7\u00e3o\u201d, bem como as din\u00e2micas positivas proporcionadas pelo antecipar de ac\u00e7\u00f5es. H\u00e1 tamb\u00e9m a quest\u00e3o de qual o valor material associado ao sofrimento humano e \u00e0 morte resultante do aumento de secas, cheias, etc.<\/p>\n

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S\u00f3 podemos dar uma ideia da escala dos custos face a um clima mais quente com base em experi\u00eancias pr\u00e9vias de fen\u00f3menos meteorol\u00f3gicos adversos que se sabe ir\u00e3o aumentar em termos de severidade e frequ\u00eancia num clima mais quente. As perdas econ\u00f3micas resultantes de eventos relacionados com a meteorologia e o clima t\u00eam vindo a aumentar significativamente nos \u00faltimos 20 anos, de uma m\u00e9dia de menos de 5 mil milh\u00f5es de d\u00f3lares para cerca de 11 mil milh\u00f5es de d\u00f3lares. Isto deve-se, quer ao melhor n\u00edvel de vida, quer h\u00e1 maior frequ\u00eancia de eventos. O n\u00famero m\u00e9dio de desastres anuais relacionados com eventos meteorol\u00f3gicos ou clim\u00e1ticos na Europa duplicou ao longo dos anos 90 comparando com a d\u00e9cada anterior, enquanto que os eventos n\u00e3o-clim\u00e1ticos tais como sismos permaneceram est\u00e1veis. Quatro dos cinco anos com maiores perdas econ\u00f3micas neste per\u00edodo ocorreram desde 1997.<\/p>\n

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– Durante o Ver\u00e3o de 2003 mais de 20 mil mortes em excesso foram atribu\u00eddas ao excesso de calor, particularmente entre a popula\u00e7\u00e3o mais idosa, ocorridas na Sul da Europa e na Europa Ocidental. As projec\u00e7\u00f5es indicam que as ondas de calor se tornar\u00e3o mais frequentes e intensas durante o s\u00e9culo XXI e portanto o n\u00famero de mortes tender\u00e1 a aumentar no futuro.<\/p>\n

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– A Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade estima que em 2000 o n\u00famero global de mortes devidas ao clima tenha sido de 150 mil e 5,5 milh\u00f5es de DALYS (Disability Adjusted Life Year \u2013 um indicador da esperan\u00e7a de vida combinando a mortalidade e a morbilidade numa \u00fanica medida).<\/p>\n

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Aposta nas pol\u00edticas clim\u00e1ticas gera emprego e benef\u00edcios noutras \u00e1reas<\/b><\/p>\n

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A antecipa\u00e7\u00e3o das pol\u00edticas clim\u00e1ticas pela Europa ir\u00e3o aumentar a velocidade dos desenvolvimentos tecnol\u00f3gicos e criar vantagens competitivas para a altura em que outros pa\u00edses come\u00e7arem a limitar as suas emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa. Um exemplo deste desenvolvimento \u00e9 o caso da energia do vento, onde empresas europeias, prosseguindo um per\u00edodo de pol\u00edticas com metas e objectivos nesta mat\u00e9ria, dominam j\u00e1 o crescente mercado mundial com a cria\u00e7\u00e3o de dezenas de milhares de novos empregos na Europa (mais de 72 mil hoje comparados com 25 mil em 1998).<\/p>\n

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Reduzir as emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa traduz-se tamb\u00e9m num conjunto de benef\u00edcios adicionais n\u00e3o relacionados com o carbono mas sim com outros poluentes, reduzindo-se o uso de fuel e assim os impactes ambientais associados \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de fuel e o do seu transporte.<\/p>\n

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Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

Buenos Aires, 16 de Dezembro de 2004<\/p>\n

Esclarecimentos atrav\u00e9s de Francisco Ferreira, em Buenos Aires, na COP10: telem. 00 54 911 52611549.<\/p>\n

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O presente comunicado sintetiza as linhas principais do documento que foi enviado \u00e0 Comiss\u00e3o Europeia pela Rede de Ac\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica Europeia no \u00e2mbito do processo de consulta p\u00fablica efectuado que terminou em 31 de Outubro de 2004 sobre a estrat\u00e9gia europeia e mundial que se deve seguir ap\u00f3s o final do primeiro per\u00edodo de compromisso do Protocolo de Quioto que termina no ano de 2012 (anexo).<\/p>\n

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Em Buenos Aires e j\u00e1 no pr\u00f3ximo Conselho Europeu de Ministros do Ambiente a realizar na pr\u00f3xima semana a 20 de Dezembro, discutem-se os compromissos futuros ap\u00f3s o primeiro per\u00edodo de compromisso de Quioto que termina em 2012. As linhas fundamentais de reflex\u00e3o da Quercus no quadro da Rede de Ac\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica Europeia procuram marcar […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[91,229],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13437"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13437"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13437\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":13447,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13437\/revisions\/13447"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13437"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13437"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13437"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}