{"id":13420,"date":"2021-03-05T16:07:17","date_gmt":"2021-03-05T16:07:17","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13420"},"modified":"2021-03-05T16:07:17","modified_gmt":"2021-03-05T16:07:17","slug":"recursos-hidricos-ameacados-34-das-aguas-superficiais-tem-ma-qualidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/recursos-hidricos-ameacados-34-das-aguas-superficiais-tem-ma-qualidade\/","title":{"rendered":"Recursos h\u00eddricos amea\u00e7ados: 34% das \u00e1guas superficiais t\u00eam m\u00e1 qualidade"},"content":{"rendered":"

Na v\u00e9spera de um debate na Assembleia da Rep\u00fablica sobre a grave situa\u00e7\u00e3o de seca que o pa\u00eds atravessa, a QUERCUS vem publicamente alertar o governo, os deputados e toda a sociedade para a necessidade de uma gest\u00e3o e protec\u00e7\u00e3o adequada dos recursos h\u00eddricos em Portugal.<\/b><\/p>\n

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Apesar do governo ter manifestado o seu empenho na minimiza\u00e7\u00e3o das consequ\u00eancias desta seca, nomeadamente com indemniza\u00e7\u00f5es aos agricultores e promovendo a poupan\u00e7a de \u00e1gua, ainda n\u00e3o foram apresentadas medidas para acabar com a m\u00e1 gest\u00e3o da \u00e1gua que continua a ser praticada em Portugal. As situa\u00e7\u00f5es de seca, devido \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, ser\u00e3o cada vez mais frequentes no territ\u00f3rio nacional pelo que \u00e9 fundamental garantir a qualidade dos nossos recursos h\u00eddricos e fomentar o seu uso eficiente.<\/p>\n

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33,6% das \u00e1guas superficiais com m\u00e1 qualidade<\/b><\/p>\n

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De acordo com o Sistema Nacional de Informa\u00e7\u00e3o de Recursos H\u00eddricos (www.inag.pt<\/a>), 33,6% dos recursos h\u00eddricos superficiais monitorizados tem qualidade m\u00e1 ou muito m\u00e1 e 49% \u00e9 apenas razo\u00e1vel. A qualidade dos recursos h\u00eddricos subterr\u00e2neos est\u00e1 tamb\u00e9m numa situa\u00e7\u00e3o preocupante em v\u00e1rias regi\u00f5es do pa\u00eds. Est\u00e1 situa\u00e7\u00e3o p\u00f5e em causa a utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos h\u00eddricos, principalmente em caso de seca, e decorre das graves defici\u00eancias no tratamento de \u00e1guas residuais e das m\u00e1s pr\u00e1ticas agr\u00edcolas que utilizam de forma abusiva fertilizantes qu\u00edmicos e pesticidas.<\/p>\n

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Apenas 34% das \u00e1guas residuais com tratamento adequado<\/b><\/p>\n

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O \u00faltimo relat\u00f3rio da Comiss\u00e3o Europeia relativo \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da Directiva 91\/271\/CEE [1] (tratamento de \u00e1guas residuais urbanas) refere que Portugal tratava convenientemente apenas 11% das suas \u00e1guas residuais em \u201czonas sens\u00edveis\u201d e possu\u00eda a pior efic\u00e1cia de tratamento (apenas 4%) da UE15. Relativamente ao tratamento das \u00e1guas residuais em \u201czonas normais\u201d apenas 37% era conforme as regras europeias. A percentagem total de tratamento adequado das \u00e1guas residuais em \u201czonas sens\u00edveis\u201d e \u201czonas normais\u201d era de apenas 34%.<\/p>\n

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Portugal em dificuldades para cumprir as metas europeias<\/b><\/p>\n

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Portugal ainda n\u00e3o conseguiu cumprir as metas, estabelecidas para 31 de Dezembro de 1998, para o tratamento terci\u00e1rio de \u00e1guas residuais urbanas em todas as aglomera\u00e7\u00f5es situadas em zonas sens\u00edveis com equivalente populacional superior a 10 mil. N\u00e3o conseguiu ainda cumprir as metas, estabelecidas para 31 de Dezembro de 2000, para que todos os aglomerados com equivalente populacional superior a 15 mil estivessem dotados de esta\u00e7\u00f5es de tratamento secund\u00e1rio de \u00e1guas residuais. E est\u00e1 muito mal posicionado para cumprir o prazo de, a 31 de Dezembro de 2005, possuir drenagem e tratamento apropriado de \u00e1guas residuais em todos os aglomerados com equivalente populacional superior a 2 mil.<\/p>\n

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Recuperar o atraso e aumentar o n\u00edvel de exig\u00eancia<\/b><\/p>\n

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A QUERCUS espera que o governo fa\u00e7a um esfor\u00e7o para recuperar este profundo atraso na protec\u00e7\u00e3o dos recursos h\u00eddricos, come\u00e7ando por fazer uma avalia\u00e7\u00e3o dos prazos e investimentos necess\u00e1rios para atingir os resultados a que estamos obrigados pelas regras comunit\u00e1rias.<\/p>\n

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A QUERCUS espera ainda que o governo siga as recomenda\u00e7\u00f5es da Comiss\u00e3o Europeia e revogue as \u201czonas menos sens\u00edveis\u201d (costa ocidental atl\u00e2ntica, costa da Madeira e costa dos A\u00e7ores) e define novas \u201czonas sens\u00edveis\u201d.<\/p>\n

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Lisboa, 3 de Maio de 2005<\/p>\n

A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus- Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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[1] Terceiro Relat\u00f3rio de aplica\u00e7\u00e3o da Directiva 91\/271\/CEE do Conselho, de 21 de Maio de 1991, relativa ao tratamento de \u00e1guas residuais urbanas, alterado pela Directiva 98\/15\/CE da Comiss\u00e3o, de 27 de Fevereiro de 1998. Comiss\u00e3o Europeia, Direc\u00e7\u00e3o\u2013Geral do Ambiente, 2004.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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