{"id":13352,"date":"2021-03-05T15:58:51","date_gmt":"2021-03-05T15:58:51","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13352"},"modified":"2021-03-05T15:58:51","modified_gmt":"2021-03-05T15:58:51","slug":"floresta-portuguesa-continua-fortemente-ameacada","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/floresta-portuguesa-continua-fortemente-ameacada\/","title":{"rendered":"Floresta Portuguesa Continua Fortemente Amea\u00e7ada"},"content":{"rendered":"

No dia 21 de Mar\u00e7o, Dia Mundial da Floresta, a QUERCUS reuniu no Parque Florestal de Monsanto cerca de 80 crian\u00e7as e adultos, as quais, com o apoio da C\u00e2mara Municipal de Lisboa, foram envolvidas em actividades de sensibiliza\u00e7\u00e3o e interpreta\u00e7\u00e3o da floresta. Os participantes nesta iniciativa tiveram a oportunidade de realizar um percurso de interpreta\u00e7\u00e3o do ecossistema florestal e desenvolver actividades l\u00fadico-pedag\u00f3gicas. A QUERCUS aproveitou mais uma vez esta data para sublinhar a import\u00e2ncia econ\u00f3mica e ecol\u00f3gica das esp\u00e9cies florestais portuguesas e a necessidade de as salvaguardar da destrui\u00e7\u00e3o, quer seja pelo fogo, pela ocupa\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio ou pela m\u00e1 gest\u00e3o.<\/b><\/p>\n

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Cerca de 38% do territ\u00f3rio continental portugu\u00eas \u00e9 constitu\u00eddo por \u00e1rea florestal, representando uma mais valia efectiva na conserva\u00e7\u00e3o da Natureza e da biodiversidade, na economia, na produ\u00e7\u00e3o de oxig\u00e9nio, na fixa\u00e7\u00e3o de gases com efeito de estufa (di\u00f3xido de carbono), na protec\u00e7\u00e3o do solo e na manuten\u00e7\u00e3o do regime h\u00eddrico.<\/p>\n

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Trag\u00e9dia de 2003 ainda n\u00e3o conseguiu refor\u00e7ar a preven\u00e7\u00e3o de inc\u00eandios<\/b><\/p>\n

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Depois de em 2003 os inc\u00eandios terem percorrido cerca de 420 mil hectares do territ\u00f3rio nacional, ardendo mais de 8% da superf\u00edcie arborizada, provocando a morte a 20 pessoas, afectando directamente mais de 3800 fam\u00edlias e 62 empresas, e destruindo ou danificando 244 habita\u00e7\u00f5es e 2500 edif\u00edcios, Portugal n\u00e3o foi ainda capaz de criar condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas para evitar a repeti\u00e7\u00e3o da trag\u00e9dia. A floresta portuguesa passar\u00e1 mais um ano sem poder contar com um conjunto de instrumentos fundamentais para a preven\u00e7\u00e3o dos inc\u00eandios florestais, entre os quais se destacam v\u00e1rios Planos Regionais de Ordenamento Florestal, o C\u00f3digo Florestal e o pr\u00f3prio Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Inc\u00eandios.<\/p>\n

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Necess\u00e1rio legisla\u00e7\u00e3o para proteger carvalhais portugueses<\/b><\/p>\n

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Para al\u00e9m dos Sobreiros e Azinheiras que est\u00e3o protegidos pelo D.L. n\u00ba169\/2001 de 25 de Maio, os quais representam cerca de 37% da \u00e1rea florestal portuguesa, os carvalhos aut\u00f3ctones (por exemplo Quercus faginea, Quercus robur e Quercus pyrenaica), que constituem apenas 4% da nossa floresta actual, n\u00e3o possuem qualquer protec\u00e7\u00e3o legal.<\/p>\n

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Temos constatado algumas situa\u00e7\u00f5es dispersas pelo territ\u00f3rio nacional onde algumas matas aut\u00f3ctones, nomeadamente maci\u00e7os arb\u00f3reos dominados pelo carvalhal, s\u00e3o destru\u00eddas sem que exista autoriza\u00e7\u00e3o para tal. Estas \u00e1reas, muitas vezes de pequena dimens\u00e3o, apresentam uma elevada import\u00e2ncia ecol\u00f3gica pela diversidade de vegeta\u00e7\u00e3o e de fauna silvestre que albergam.<\/p>\n

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Neste sentido, defendemos que o novo Governo ter\u00e1 de promover a conserva\u00e7\u00e3o das nossas florestas naturais, mesmo as que n\u00e3o est\u00e3o integradas em \u00e1reas classificadas, pela import\u00e2ncia ecol\u00f3gica e mais valias ambientais inerentes, como o facto de serem mais resistentes ao fogo. Assim, para al\u00e9m do Sobreiro e da Azinheira, os Carvalhos mais raros, devem tamb\u00e9m ser alvo de protec\u00e7\u00e3o legal, nomeadamente as esp\u00e9cies e habitats de reconhecido interesse comunit\u00e1rio para conserva\u00e7\u00e3o, definidas na Directiva 92\/43\/CEE do Conselho, de 21 de Maio. Estes carvalhais dever\u00e3o ser protegidos atrav\u00e9s de um quadro legal simples e eficaz que permita acabar com as situa\u00e7\u00f5es de abate sem qualquer parecer ou licen\u00e7a das entidades competentes.<\/p>\n

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Sem a protec\u00e7\u00e3o legal que se exige, os carvalhais portugueses v\u00e3o continuar a ser destru\u00eddos sem que existam instrumentos minimamente adequados para travar o desaparecimento desta importante e singular floresta.<\/p>\n

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Outras medidas para proteger e expandir a floresta aut\u00f3ctone<\/b><\/p>\n

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Por outro lado, a preserva\u00e7\u00e3o de muitas das nossas esp\u00e9cies arb\u00f3reas aut\u00f3ctones (Medronheiro, Zambujeiro, carvalhos, Pinheiro-manso, Amieiro, Freixo, Salgueiros, etc.) passa tamb\u00e9m pelo favorecimento da sua regenera\u00e7\u00e3o natural e utiliza\u00e7\u00e3o na recupera\u00e7\u00e3o das \u00e1reas ardidas como elementos de descontinuidade nas monoculturas de eucalipto e pinheiro e na protec\u00e7\u00e3o das margens das linhas de \u00e1gua. Por outro lado a utiliza\u00e7\u00e3o destas esp\u00e9cies aut\u00f3ctones nos jardins e outros espa\u00e7os verdes p\u00fablicos e privados constitui uma forma de as valorizar e promover.<\/p>\n

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Lisboa, 21 de Mar\u00e7o de 2005<\/p>\n

A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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