{"id":13277,"date":"2021-03-05T15:52:18","date_gmt":"2021-03-05T15:52:18","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13277"},"modified":"2021-03-05T15:52:18","modified_gmt":"2021-03-05T15:52:18","slug":"seca-conduz-a-aumento-de-39-das-emissoes-de-gases-de-efeito-de-estufa-no-sector-de-producao-de-electricidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/seca-conduz-a-aumento-de-39-das-emissoes-de-gases-de-efeito-de-estufa-no-sector-de-producao-de-electricidade\/","title":{"rendered":"Seca conduz a aumento de 39% das emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa no sector de produ\u00e7\u00e3o de electricidade"},"content":{"rendered":"

A Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza, com base nos dados disponibilizados pela Rede El\u00e9ctrica Nacional para o per\u00edodo Janeiro a Setembro de 2005, efectuou um conjunto de c\u00e1lculos envolvendo as emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa das diferentes centrais termoel\u00e9ctricas e concluiu que, devido \u00e0 quebra em 56% neste per\u00edodo por compara\u00e7\u00e3o com o per\u00edodo hom\u00f3logo de 2004 do total de produ\u00e7\u00e3o h\u00eddrica, as emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono equivalente aumentaram 39%.<\/b><\/p>\n

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A mesma compara\u00e7\u00e3o entre Janeiro e Julho mostravam um agravamento de 35%, tendo assim a situa\u00e7\u00e3o piorado pela continua\u00e7\u00e3o da seca.<\/p>\n

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Portugal \u00e9 um pa\u00eds que assenta grande parte da sua produ\u00e7\u00e3o el\u00e9ctrica na componente h\u00eddrica, pelo que a seca est\u00e1 a obrigar a uma maior produ\u00e7\u00e3o recorrendo \u00e1s centrais t\u00e9rmicas a carv\u00e3o, g\u00e1s natural e fuel-\u00f3leo. O consumo de electricidade corresponde a cerca de 20% do consumo de energia final em Portugal.<\/p>\n

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Por\u00e9m, n\u00e3o \u00e9 apenas a seca mas tamb\u00e9m um aumento do consumo da ordem dos 6% (mais exactamente, 5,9%) (comparando os dois per\u00edodos hom\u00f3logos de Janeiro a Setembro de 2004 e 2005), muito acima da evolu\u00e7\u00e3o do nosso Produto Interno Bruto, que obriga a uma maior produ\u00e7\u00e3o e consequentes emiss\u00f5es e para o qual n\u00e3o tem conseguido haver resposta da parte dos sucessivos Governos, nomeadamente porque nem sequer se percebe bem as suas causas.<\/p>\n

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Electricidade proveniente de fontes renov\u00e1veis corresponde apenas a 16% do total de consumo; e\u00f3lica representa 4%; Portugal tem de poupar \u00e1gua e energia<\/b><\/p>\n

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De acordo com os dados disponibilizados para o per\u00edodo de Janeiro a Setembro de 2005, a produ\u00e7\u00e3o de electricidade por fontes renov\u00e1veis representou apenas 16% do consumo total \u2013 12% de origem h\u00eddrica e 4% de origem e\u00f3lica. A Quercus aproveita assim para lembrar que \u00e9 absolutamente necess\u00e1rio um programa de conserva\u00e7\u00e3o de energia a par de uma aposta combinada em todas as energias renov\u00e1veis: e\u00f3lica, solar fotovoltaica, solar t\u00e9rmica, biomassa, h\u00eddrica, geot\u00e9rmica, mar\u00e9s, obviamente tendo em conta uma an\u00e1lise que pondere os seus impactes ambientais, mas muito para al\u00e9m do que tem vindo a ser estimulado. Conv\u00e9m lembrar que o objectivo vinculativo de acordo com uma Directiva Europeia \u00e9 que em 2010, 39% da electricidade seja produzida a partir de fontes renov\u00e1veis.<\/p>\n

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Na situa\u00e7\u00e3o de seca e de temperaturas altas que permanece \u00e9 absolutamente fundamental dar maior \u00eanfase a um programa de sensibiliza\u00e7\u00e3o para a poupan\u00e7a de \u00e1gua a par de um conjunto de medidas de uso eficiente, com uma monitoriza\u00e7\u00e3o adequada das diferentes componentes do seu uso (agr\u00edcola, industrial e consumo humano), para se poder avaliar a efectividade das ac\u00e7\u00f5es at\u00e9 agora tomadas, facto que se desconhece.<\/p>\n

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Com\u00e9rcio de emiss\u00f5es entre unidades industriais: Quercus prev\u00ea que sector el\u00e9ctrico tenha que adquirir aproximadamente um milh\u00e3o de toneladas no mercado em per\u00edodo de grande seca; sistema de registo que j\u00e1 funciona em 11 pa\u00edses est\u00e1 atrasado em Portugal<\/b><\/p>\n

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A Quercus com base nos valores de emiss\u00f5es verificadas at\u00e9 final de Setembro no sector de produ\u00e7\u00e3o de electricidade estima que, se a situa\u00e7\u00e3o de seca se mantiver, ser\u00e1 necess\u00e1rio ao total das principais sete centrais t\u00e9rmicas de Portugal Continental a aquisi\u00e7\u00e3o de licen\u00e7as de emiss\u00e3o no mercado num total aproximado de um milh\u00e3o de toneladas de di\u00f3xido de carbono a que equivale aproximadamente um valor de vinte milh\u00f5es de euros (tonelada de di\u00f3xido de carbono a 20 euros, apesar de, por exemplo, a 5 de Outubro de 2005 o valor estar em 23,20 euros\/ton.).<\/p>\n

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Tendo em conta que ao sector el\u00e9ctrico foi atribu\u00eddo um total de 20 milh\u00f5es de toneladas de carbono no quadro do com\u00e9rcio de emiss\u00f5es que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2005, isto representa apenas um excesso de emiss\u00f5es de apenas 5%, o que mostra qu\u00e3o favorecidas foram as contas efectuadas no quadro do PNALE (Plano Nacional de Atribui\u00e7\u00e3o de Licen\u00e7as de Emiss\u00e3o). Com uma seca menos agravada e certamente as todas as empresas do sector poderiam vender direitos de emiss\u00e3o\u2026 Neste contexto, a Quercus considera que o PNALE para o per\u00edodo 2005-2007 n\u00e3o est\u00e1 realmente a ter os objectivos de cumprimento de Quioto \u00e0 escala nacional, sendo que a sua revis\u00e3o, que ter\u00e1 de ter lugar at\u00e9 Junho de 2006, tem de ser substancialmente mais em conson\u00e2ncia com a enorme derrapagem dos objectivos nacionais estabelecidos pelo Protocolo, fixando limites bem menores que os actuais.<\/p>\n

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O Registo Portugu\u00eas de Licen\u00e7as de Emiss\u00e3o que permite a transac\u00e7\u00e3o de licen\u00e7as (compra e venda de emiss\u00f5es) est\u00e1 j\u00e1 a funcionar em 11 pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia mas infelizmente encontra-se ainda atrasado em Portugal, n\u00e3o permitindo \u00e0s ind\u00fastrias portuguesas a movimenta\u00e7\u00e3o de licen\u00e7as.<\/p>\n

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Lisboa, 7 de Outubro de 2005<\/p>\n

A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n

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Para mais informa\u00e7\u00f5es contactar Francisco Ferreira, Vogal da Direc\u00e7\u00e3o Nacional, telem\u00f3veis 96-9078564 ou 93-7788470 ou H\u00e9lder Sp\u00ednola, Presidente da Quercus, telem\u00f3vel 93-7788472.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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