{"id":13226,"date":"2021-03-05T15:44:59","date_gmt":"2021-03-05T15:44:59","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13226"},"modified":"2021-03-05T15:44:59","modified_gmt":"2021-03-05T15:44:59","slug":"alteracoes-climaticas-quioto-continua-pos-2012","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/alteracoes-climaticas-quioto-continua-pos-2012\/","title":{"rendered":"Altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas: Quioto continua p\u00f3s-2012"},"content":{"rendered":"

Finalmente foram aprovadas as linhas principais de duas semanas de negocia\u00e7\u00e3o sobre altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Foi preciso entrar pela madrugada dentro depois do bloqueio dos Estados Unidos em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 decis\u00e3o da Confer\u00eancia das Partes (que n\u00e3o queriam qualquer sinal que pudesse significar um envolvimento mais directo do pa\u00eds) e da R\u00fassia em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 decis\u00e3o do Encontro das Partes (os que ratificaram Quioto), por causa do estudo de compromissos volunt\u00e1rios no p\u00f3s-2012, assunto que acabaria por ficar adiado para mais tarde.<\/b><\/p>\n

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S\u00f3 cerca das 6 da manh\u00e3 de Montreal terminou o plen\u00e1rio onde foram aprovadas as \u00faltimas decis\u00f5es, e, de uma forma geral, as organiza\u00e7\u00f5es n\u00e3o governamentais de ambiente, est\u00e3o satisfeitas com o esfor\u00e7o feito.<\/p>\n

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O Protocolo de Quioto, que poderia estar em risco ap\u00f3s 2012, tem o seu futuro garantido. Foi preparada a sua revis\u00e3o desde j\u00e1, com reuni\u00f5es a ter lugar em Maio de 2006, sendo que tais modifica\u00e7\u00f5es, que poder\u00e3o vir a introduzir restri\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o aos pa\u00edses em desenvolvimento \u2013 n\u00e3o necessariamente \u00e0s emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa mas indirectamente evitando a desfloresta\u00e7\u00e3o – dever\u00e3o ter lugar dentro de um ano (artigo 9.2 do Protocolo de Quioto).<\/p>\n

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Em rela\u00e7\u00e3o ao p\u00f3s-2012, haver\u00e1 um grupo \u201cad-hoc\u201d de pa\u00edses com um mandato claro para negociar os compromissos de redu\u00e7\u00e3o futuros para os pa\u00edses desenvolvidos. Para as associa\u00e7\u00f5es de ambiente, seria desej\u00e1vel assegurar desde j\u00e1 uma data limite para o final das negocia\u00e7\u00f5es \u2013 2008, mas o texto final afirma apenas que ser\u00e1 garantido que n\u00e3o haver\u00e1 interrup\u00e7\u00f5es do Protocolo de Quioto ap\u00f3s o ano de 2012.<\/p>\n

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Tamb\u00e9m a confer\u00eancia aprovou um plano de ac\u00e7\u00e3o referente \u00e0 adapta\u00e7\u00e3o, financiando os pa\u00edses em desenvolvimento durante os pr\u00f3ximos cinco anos no sentido de lidarem com as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas que j\u00e1 afectam muitos pa\u00edses com menores recursos para lidarem com as suas consequ\u00eancias.<\/p>\n

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Todas estas decis\u00f5es foram decididas no quadro da COP\/MOP1, Encontro das Partes que envolve os pa\u00edses que j\u00e1 ratificaram o Protocolo de Quioto.<\/p>\n

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No que respeita \u00e0 COP11, Confer\u00eancia das Partes, acabou por conseguir uma decis\u00e3o para uma ac\u00e7\u00e3o de coopera\u00e7\u00e3o no longo prazo no combate as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas que envolver\u00e1 todos os pa\u00edses num conjunto de semin\u00e1rios sobre o tema, reportando \u00e0s Confer\u00eancias anuais das Partes. Os Estados Unidos da Am\u00e9rica tinham na quinta-feira \u00e0 noite recusado qualquer consenso, mas acabariam por aceitar a proposta final, ao ser retirado o texto onde se mencionava a ideia de que estes trabalhos seriam o guia para o futuro em termos de ac\u00e7\u00f5es para as negocia\u00e7\u00f5es sobre altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. A decis\u00e3o fala apenas da necessidade de continuar o di\u00e1logo entre os pa\u00edses, atrav\u00e9s de semin\u00e1rios e de relat\u00f3rios, na continua\u00e7\u00e3o da luta contra as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.<\/p>\n

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Assim, muito trabalho vai ter que ser feito at\u00e9 e na pr\u00f3xima Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas a realizar num pa\u00eds africano, provavelmente em Nairobi, no Qu\u00e9nia, em 2006.<\/p>\n

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\u201cS\u00f3 a exist\u00eancia de metas de redu\u00e7\u00e3o nos pa\u00edses desenvolvidos \u00e9 que assegura um mercado do carbono mundial\u201d, Bill Clinton, Montreal, 9 de Dezembro de 2005<\/b><\/p>\n

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Discurso completo em v\u00eddeo em<\/p>\n

http:\/\/news.bbc.co.uk\/2\/hi\/science\/nature\/4512696.stm#<\/a><\/p>\n

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Se a delega\u00e7\u00e3o americana j\u00e1 se sentia incomodada com as criticas, directas ou indirectas, que recebeu nos \u00faltimos dias, nomeadamente do Primeiro-Ministro do Canad\u00e1, Bill Clinton deu hoje a machadada final num discurso a convite do Presidente da C\u00e2mara de Montreal e do Sierra Club. Numa sala a abarrotar e com todos os que n\u00e3o conseguiram entrar a assistir via televis\u00e3o, o ex-Presidente dos Estados Unidos come\u00e7ou por afirmar que das suas \u00faltimas visitas pelo mundo, do Pac\u00edfico ao \u00c1rctico, n\u00e3o havia d\u00favidas que a altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1tica era real.<\/p>\n

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Afirmou depois, sob intenso aplauso, que apostava no Protocolo de Quioto e por isso o assinou, nomeadamente porque ele \u00e9 determinante para o mercado mundial de carbono e tamb\u00e9m um est\u00edmulo \u00e0 sustentabilidade dos pa\u00edses desenvolvidos e em desenvolvimento. Disse ali\u00e1s estar convencido que o acordo com cria problemas econ\u00f3micos para os pa\u00edses desenvolvidos, muito pelo contr\u00e1rio estimulando a cria\u00e7\u00e3o de emprego e investimento numa nova economia baseada nas energias renov\u00e1veis, na conserva\u00e7\u00e3o de energia e efici\u00eancia energ\u00e9tica.<\/p>\n

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Afirmou igualmente que \u00e9 importante um acordo multilateral, sem no entanto ser claramente hostil em rela\u00e7\u00e3o ao unilateralismo da posi\u00e7\u00e3o americana para n\u00e3o ferir demasiadas susceptibilidades. Por\u00e9m, foi claro ao afirmar que ao haver quase duzentos munic\u00edpios nos EUA que j\u00e1 confirmaram acordos de redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa, bem como alguns Estados, n\u00e3o compreende porque \u00e9 que tal l\u00f3gica n\u00e3o se pode estender ao pa\u00eds. Como um dos l\u00edderes associados \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o de New Orleans, defende que a mesma venha a ser uma cidade verde e exemplar em termos ambientais.<\/p>\n

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Bill Clinton afirmou que a aposta est\u00e1 na inova\u00e7\u00e3o, na criatividade de uma nova economia que j\u00e1 n\u00e3o aposta nem poder\u00e1 depender dos combust\u00edveis f\u00f3sseis, em particular do petr\u00f3leo e do carv\u00e3o, com paradigmas que n\u00e3o se compadecem com a protec\u00e7\u00e3o do ambiente. Que melhor li\u00e7\u00e3o para um pa\u00eds como Portugal que aposta numa nova refinaria que ir\u00e1 agravar em 4,2% o nosso deficit de cumprimento de Quioto e que \u00e9 o melhor s\u00edmbolo de um investimento ultrapassado\u2026<\/p>\n

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Di\u00e1rio da Quercus sobre a COP-11\/MOP-1<\/p>\n

Montreal, 10 de Dezembro de 2005 \u2013\u00a0Vers\u00e3o 07 horas<\/b><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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