Quercus faz balan\u00e7o preliminar do 1\u00ba ano de com\u00e9rcio de emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono na Europa<\/b><\/p>\n
O com\u00e9rcio de emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa envolve as grandes ind\u00fastrias de toda a Europa de sectores como a produ\u00e7\u00e3o de electricidade, cimento, pasta de papel, refina\u00e7\u00e3o, entre outros. A distribui\u00e7\u00e3o das licen\u00e7as de emiss\u00e3o \u00e9 feita pa\u00eds a pa\u00eds para o per\u00edodo entre 2005 e 2012 (ano final do primeiro per\u00edodo de cumprimento do Protocolo de Quioto) atrav\u00e9s dos denominados Planos Nacionais de Aloca\u00e7\u00e3o de Licen\u00e7as de Emiss\u00e3o (PNALE).<\/b><\/p>\n
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O primeiro PNALE correspondeu ao per\u00edodo de 2005-2007 e abrangeu 38,161 Mton milh\u00f5es de toneladas ou megatoneladas) divididos entre 36,896 Mton para 244 instala\u00e7\u00f5es industriais (cerca de 64% das emiss\u00f5es de Portugal em 2004) e uma parte restante para novas instala\u00e7\u00f5es. Na altura a Quercus e as demais associa\u00e7\u00f5es de ambiente defenderam que os quotas atribu\u00eddas \u00e0 ind\u00fastria eram excessivas, tendo tal facto sido parcialmente corrigido pela Comiss\u00e3o Europeia.<\/p>\n
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2005 foi o primeiro ano em que o com\u00e9rcio de emiss\u00f5es esteve em funcionamento. Cada uma das ind\u00fastrias tem uma licen\u00e7a atribu\u00edda pelo Estado para emitir uma determinada quantidade anual de di\u00f3xido de carbono: se emitir menos pode vender no mercado europeu ou passar para o ano seguinte; se precisar de emitir mais tem de comprar no mercado com pre\u00e7os que t\u00eam oscilado entre cerca de 10 e 30 euros nos \u00faltimos meses.<\/p>\n
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Hoje foram anunciados os resultados empresa a empresa para quase todos os pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia incluindo para Portugal, precisamente entre a quantidade que lhes foi atribu\u00edda e o que utilizaram, ficando-se a saber se tiveram de comprar emiss\u00f5es ou se podem reter os direitos de emiss\u00e3o para mais tarde ou os puderam\/poder\u00e3o vender.<\/p>\n
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Ao n\u00edvel da Europa utilizaram-se menos 44 milh\u00f5es de toneladas de di\u00f3xido de carbono em rela\u00e7\u00e3o ao que havia sido atribu\u00eddo, tendo desde j\u00e1 as organiza\u00e7\u00f5es n\u00e3o governamentais de ambiente atrav\u00e9s da Rede de Ac\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica (de que a Quercus faz parte) em conjunto com os Amigos da Terra, Greenpeace e WWF afirmado que os Estados-Membros s\u00e3o culpados de terem permitido as ind\u00fastrias produzir mais do que precisavam sem qualquer custo, tendo assim sido demasiado generosos nos Planos de Aloca\u00e7\u00e3o para o per\u00edodo 2005-2007.<\/p>\n
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Portugal deu emiss\u00f5es a mais \u00e0s empresas em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s necessidades – 479 mil toneladas – Seca foi determinante nos resultados<\/p>\n
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No caso de Portugal, fazendo o balan\u00e7o entre o que n\u00e3o se utilizou e o que se comprou, houve 479 mil toneladas n\u00e3o usadas (1,3% das emiss\u00f5es distribu\u00eddas). Por\u00e9m, se as empresas que compraram tivessem usado a quantidade que lhes tinha sido atribu\u00edda e n\u00e3o mais, o total de emiss\u00f5es dispon\u00edveis (n\u00e3o utilizadas) por parte das restantes seria de 2,2 milh\u00f5es de toneladas, ou seja 6% do valor atribu\u00eddo.<\/p>\n
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9 instala\u00e7\u00f5es por motivos desconhecidos da nossa parte n\u00e3o utilizaram nada das emiss\u00f5es que lhes foram atribu\u00eddas representando este total 44 mil toneladas. No balan\u00e7o, 56 empresas tiveram de comprar emiss\u00f5es e 174 emitiram menos do que estava alocado. 33 instala\u00e7\u00f5es ficaram com uma folga de emiss\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o ao alocado em mais de 50%, enquanto que 6 instala\u00e7\u00f5es tiveram de comprar mais de metade do que lhes tinha sido atribu\u00eddo.<\/p>\n
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A Quercus apresenta as dez ind\u00fastrias que mais emiss\u00f5es tiveram de comprar e as dez que maior quantidade de emiss\u00f5es n\u00e3o utilizaram:<\/p>\n
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Para conhecer as 10 empresas que mais tiveram de comprar em quantidade absoluta de emiss\u00f5es em 2005 e as 10 empresas que mais folga tiveram em quantidade absoluta de emiss\u00f5es em 2005 descarregue o ficheiro anexo, que poder\u00e1 encontrar na parte final deste artigo.<\/p>\n
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\u00c9 relevante tamb\u00e9m mencionar que num caso, a central t\u00e9rmica de Tunes, as emiss\u00f5es foram 2,5 vezes superiores \u00e0s atribu\u00eddas. Claramente a seca extrema de 2005 foi determinante no excesso de emiss\u00f5es em termos absolutos na produ\u00e7\u00e3o de electricidade, sendo que no ano normal n\u00e3o haveria obviamente esta ultrapassagem em rela\u00e7\u00e3o aos valores atribu\u00eddos.<\/p>\n
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Portugal e a Uni\u00e3o Europeia devem reduzir quotas dadas \u00e0 ind\u00fastria para conseguir cumprir as metas de Quioto<\/p>\n
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A Comiss\u00e3o Europeia aponta para o per\u00edodo de 2008-2012 para uma redu\u00e7\u00e3o m\u00e9dia de 6% em rela\u00e7\u00e3o aos valores fixados para 2005-2007, sendo no entanto que os pa\u00edses que estiverem mais distantes do cumprimento das metas de Quioto ter\u00e3o de fazer um esfor\u00e7o maior, o que acontece precisamente no caso de Portugal onde a nossa meta \u00e9 de 27% de aumento para o per\u00edodo 2008-2012 tendo por base o ano de 1990 e em 2004 j\u00e1 est\u00e1vamos 40% acima. Actualmente existe assim j\u00e1 um mercado de emiss\u00f5es sendo que as licen\u00e7as podem ser compradas por particulares ou pelas ind\u00fastrias.<\/p>\n
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Lisboa, 15 de Maio de 2006<\/p>\n
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A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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