{"id":13187,"date":"2021-03-05T15:40:33","date_gmt":"2021-03-05T15:40:33","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13187"},"modified":"2021-03-05T15:41:21","modified_gmt":"2021-03-05T15:41:21","slug":"quercus-e-leaseplan-lancam-programa-de-reflorestacao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/quercus-e-leaseplan-lancam-programa-de-reflorestacao\/","title":{"rendered":"Quercus e Leaseplan lan\u00e7am Programa de Refloresta\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"

A Quercus e a Leaseplan apresentaram, dia 6 de Junho, no decorrer da entrega do Pr\u00e9mio Quercus (no Audit\u00f3rio do Metropolitano de Lisboa – Esta\u00e7\u00e3o Alto dos Moinhos), um programa de refloresta\u00e7\u00e3o com base no princ\u00edpio do poluidor-pagador que ser\u00e1 aplicado \u00e0 gest\u00e3o de frotas autom\u00f3veis. A partir de agora e durante os pr\u00f3ximos quatro anos, cidad\u00e3os e empresas que recorram ao aluguer operacional de ve\u00edculos podem optar por compensar as suas emiss\u00f5es com ac\u00e7\u00f5es de floresta\u00e7\u00e3o com \u00e1rvores e arbustos aut\u00f3ctones. Numa primeira fase ser\u00e3o florestados espa\u00e7os naturais que a Quercus possui no Parque Natural do Tejo Internacional e numa segunda fase, se a ades\u00e3o de cidad\u00e3os e empresas for a que se aguarda, ser\u00e3o seleccionados locais em outras \u00e1reas protegidas e s\u00edtios propostos para integrar a Rede Natura 2000.<\/b><\/p>\n

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Aspectos a considerar neste projecto de compensa\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es<\/b><\/p>\n

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1- O c\u00e1lculo das emiss\u00f5es<\/b><\/p>\n

A participa\u00e7\u00e3o da Quercus em projectos de compensa\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de CO2 emitido por ve\u00edculos autom\u00f3veis atrav\u00e9s da floresta\u00e7\u00e3o tem em conta a medi\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es calculada atrav\u00e9s da informa\u00e7\u00e3o que os pr\u00f3prios fabricantes d\u00e3o aos clientes. Assim, fazendo uma m\u00e9dia que simplifique o processo de contabiliza\u00e7\u00e3o, teremos emiss\u00f5es da ordem das 150gCO2\/Km, isto \u00e9, e a t\u00edtulo de exemplo, se um ve\u00edculo fizer 15 000 Km num ano, est\u00e1 a emitir para a atmosfera 2.25 t CO2. \u00c9 tamb\u00e9m necess\u00e1rio entrar em conta com o facto de que uma tonelada de carbono n\u00e3o corresponde a uma tonelada de di\u00f3xido de carbono, pois possuem pesos moleculares distintos. Ao fazer a convers\u00e3o 1 tonelada de carbono \u00e9 equivalente a 3,667 toneladas de di\u00f3xido de carbono.<\/p>\n

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2 \u2013 A capacidade de sequestro de emiss\u00f5es<\/b><\/p>\n

Por outro lado h\u00e1 que calcular a capacidade de sequestro do carbono pelas florestas, a qual varia em fun\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies de \u00e1rvores que estamos a pensar utilizar. Sabemos que os eucaliptos t\u00eam uma maior capacidade de sequestro do que um pinheiro ou uma azinheira. Todavia, nas florestas de produ\u00e7\u00e3o com esp\u00e9cies de r\u00e1pido crescimento, como os finais das revolu\u00e7\u00f5es dos povoamentos s\u00e3o antecipados por vezes para per\u00edodos de 9 anos, perdem-se os valores de carbono acumulados. Embora n\u00e3o existam dados muito concretos, depois de consultados alguns especialistas, para situa\u00e7\u00f5es com as caracter\u00edsticas edafo-clim\u00e1ticas das nossas, com utiliza\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores do g\u00e9nero Quercus, como o carvalho, sobreiro e a azinheira, o valor de sequestro que damos como refer\u00eancia a projectos desta natureza situa-se nos 0,3 tC\/ha\/ano (aproximadamente 1,1 tCO2eq\/ano).<\/p>\n

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3 – Forte componente de conserva\u00e7\u00e3o da natureza<\/b><\/p>\n

A selec\u00e7\u00e3o dos locais de floresta\u00e7\u00e3o ser\u00e1 um dos aspectos a considerar. A nossa prioridade vai para a floresta\u00e7\u00e3o no Parque Natural do Tejo Internacional, onde a Quercus \u00e9 propriet\u00e1ria de cerca de 600 hectares. Esta op\u00e7\u00e3o d\u00e1-nos uma garantia de longo prazo na manuten\u00e7\u00e3o de uma floresta instalada e gerida com objectivos de conserva\u00e7\u00e3o da natureza e onde pretendemos inverter fen\u00f3menos de eros\u00e3o e desertifica\u00e7\u00e3o que s\u00e3o hoje patentes em muitos locais do nosso territ\u00f3rio.<\/p>\n

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Fica no entanto aberta a hip\u00f3tese do desenvolvimento de parcerias com entidades p\u00fablicas em terrenos localizados preferencialmente em \u00e1reas protegidas ou \u00e1reas classificadas como Rede Natura 2000. Dever-se-\u00e3o tamb\u00e9m escolher espa\u00e7os que tenham sido sujeitos a inc\u00eandios nos \u00faltimos anos e onde comprovadamente houve perdas significativas de biodiversidade. Exemplos concretos de \u00e1reas potenciais de interven\u00e7\u00e3o s\u00e3o a Serra da Estrela ou ainda o S\u00edtio Natura 2000 \u201cMonchique\u201d.<\/p>\n

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No que concerne \u00e0s esp\u00e9cies a utilizar, h\u00e1 a salientar que uma floresta \u00e9 composta por \u00e1rvores, arbustos e herb\u00e1ceas. A escolha das esp\u00e9cies deve ter por base as caracter\u00edsticas da vegeta\u00e7\u00e3o potencial dos locais. Esp\u00e9cies como o teixo (Taxus baccata), os carvalhos roble e negral (Quercus robur e Quercus pyrenaica), o carvalho-cerquinho (Quercus faginea subesp. broteroi), o sobreiro e a azinheira (Quercus suber e Quercus rotundifolia), o Freixo (Fraxinus sp.) ou o rar\u00edssimo carvalho-de-Monchique (Quercus canariensis) ser\u00e3o certamente objecto da nossa aten\u00e7\u00e3o a par de algumas esp\u00e9cies arbustivas.<\/p>\n

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4 – Gest\u00e3o monitoriza\u00e7\u00e3o e avalia\u00e7\u00e3o dos projectos<\/b><\/p>\n

Os projectos a desenvolver ter\u00e3o um plano de gest\u00e3o definindo os objectivos, as metodologias e indicadores de avalia\u00e7\u00e3o de modo a puderem ser alvo de uma monitoriza\u00e7\u00e3o permanente e de uma avalia\u00e7\u00e3o das suas consequ\u00eancias a v\u00e1rios n\u00edveis. Para tal v\u00e3o seguir-se os crit\u00e9rios FSC (Forest Stewardship Council) que ser\u00e3o avaliados por t\u00e9cnicos independentes certificados para o efeito.<\/p>\n

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Florestas e sumidouros de carbono<\/b>\u00a0As florestas t\u00eam sido alvo de grande aten\u00e7\u00e3o devido ao seu potencial contributo para mitigar os efeitos do aquecimento global. \u00c9 do conhecimento comum que as plantas absorvem di\u00f3xido de carbono \u2013 CO2 \u2013 da atmosfera e t\u00eam capacidade de o armazenar atrav\u00e9s do processo da fotoss\u00edntese. Todavia, sabe-se tamb\u00e9m que esta acumula\u00e7\u00e3o \u00e9 apenas tempor\u00e1ria, pois no termo do ciclo biol\u00f3gico cada \u00e1rvore liberta parcial ou totalmente para a atmosfera o CO2 que fixou ao longo da vida. Por outro lado, \u00e9 preciso n\u00e3o esquecer que com os inc\u00eandios florestais, a desfloresta\u00e7\u00e3o e a decomposi\u00e7\u00e3o das \u00e1rvores mortas, as florestas tornam-se fontes de di\u00f3xido de carbono. As florestas podem assim ser entendidas apenas como sumidouros tempor\u00e1rios para o di\u00f3xido de carbono que as actividades humanas emitem para a atmosfera. Comparando a capacidade que as florestas t\u00eam para absorver di\u00f3xido de carbono com as quantidades emitidas anualmente, fruto das actividades humanas, chega-se facilmente \u00e0 conclus\u00e3o que plantar \u00e1rvores \u00e9 importante mas n\u00e3o constitui uma verdadeira solu\u00e7\u00e3o para os problemas do aquecimento global. Os sumidouros n\u00e3o nos protegem das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, dado que as quantidades de di\u00f3xido de carbono actualmente presentes na atmosfera podem nela perdurar por v\u00e1rios s\u00e9culos. Importa pois adoptar verdadeiras e urgentes medidas para mudar o actual sistema de produ\u00e7\u00e3o de energia baseado nos combust\u00edveis f\u00f3sseis.<\/p>\n

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O papel das florestas<\/b>\u00a0As florestas t\u00eam no entanto um papel a desempenhar no curto m\u00e9dio prazo, partindo do princ\u00edpio que a sociedade no seu conjunto adoptar\u00e1 desde j\u00e1 uma nova atitude perante os desafios do efeito de estufa e das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. A implementa\u00e7\u00e3o de projectos de floresta\u00e7\u00e3o com vista a compensar as emiss\u00f5es, aplicando o princ\u00edpio do poluidor-pagador, podem desempenhar um contributo significativo, mas n\u00e3o devem ser encaradas numa l\u00f3gica de neutraliza\u00e7\u00e3o ou redu\u00e7\u00e3o. De facto, a aposta numa gest\u00e3o sustent\u00e1vel das florestas, para al\u00e9m do efeito de curto m\u00e9dio prazo que podemos obter, pode inclusivamente dar contributos indirectos que permitam prevenir as emiss\u00f5es na fonte. Estamos a falar do potencial que a utiliza\u00e7\u00e3o dos v\u00e1rios tipos de madeiras (assim como a corti\u00e7a) t\u00eam como materiais de constru\u00e7\u00e3o e agentes energ\u00e9ticos. Calcula-se que a produ\u00e7\u00e3o de energia a partir de 1 metro c\u00fabico de res\u00edduos florestais em substitui\u00e7\u00e3o de combust\u00edveis f\u00f3sseis, pode prevenir a emiss\u00e3o de 0,6 toneladas de CO2. Calcula-se tamb\u00e9m que cada metro c\u00fabico de madeira utilizado em constru\u00e7\u00e3o, em detrimento de outros materiais de constru\u00e7\u00e3o (bet\u00e3o, a\u00e7o, tijolo), evitaria 1 tonelada de CO2 emitida para a atmosfera. Por \u00faltimo, \u00e9 necess\u00e1rio n\u00e3o esquecer o importante papel que a planta\u00e7\u00e3o de novos espa\u00e7os florestais pode desempenhar na conserva\u00e7\u00e3o do solo, na regulariza\u00e7\u00e3o do regime h\u00eddrico e na preserva\u00e7\u00e3o da biodiversidade, contrariando a tend\u00eancia negativa que o flagelo dos fogos florestais tem acentuado nos \u00faltimos anos.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A Quercus e a Leaseplan apresentaram, dia 6 de Junho, no decorrer da entrega do Pr\u00e9mio Quercus (no Audit\u00f3rio do Metropolitano de Lisboa – Esta\u00e7\u00e3o Alto dos Moinhos), um programa de refloresta\u00e7\u00e3o com base no princ\u00edpio do poluidor-pagador que ser\u00e1 aplicado \u00e0 gest\u00e3o de frotas autom\u00f3veis. A partir de agora e durante os pr\u00f3ximos quatro […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[94,270],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13187"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13187"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13187\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":13211,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13187\/revisions\/13211"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13187"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13187"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13187"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}