{"id":13069,"date":"2021-03-05T15:29:04","date_gmt":"2021-03-05T15:29:04","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=13069"},"modified":"2021-03-05T15:29:04","modified_gmt":"2021-03-05T15:29:04","slug":"em-dia-mundial-a-quercus-alerta-zonas-humidas-continuam-ameacadas-em-portugal","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/05\/em-dia-mundial-a-quercus-alerta-zonas-humidas-continuam-ameacadas-em-portugal\/","title":{"rendered":"Em Dia Mundial a Quercus alerta: Zonas h\u00famidas continuam amea\u00e7adas em Portugal"},"content":{"rendered":"

Neste Dia Mundial da Zonas H\u00famidas, 2 de Fevereiro, a Quercus faz um balan\u00e7o sobre as amea\u00e7as que atingem estes espa\u00e7os sens\u00edveis e alerta para a forma displicente como t\u00eam sido geridos. Portugal, em sequ\u00eancia da ratifica\u00e7\u00e3o da Conven\u00e7\u00e3o sobre Zonas H\u00famidas em 1980, incluiu na Lista de Zonas H\u00famidas de Import\u00e2ncia Internacional 12 espa\u00e7os que perfazem mais de 66 mil hectares do seu territ\u00f3rio. No entanto, estes estu\u00e1rios, rias, pauis, sapais e lagoas continuam fortemente amea\u00e7ados pela polui\u00e7\u00e3o, constru\u00e7\u00e3o, agricultura intensiva, abandono e transforma\u00e7\u00e3o de salinas, turismo insustent\u00e1vel e ca\u00e7a ilegal, entre outros factores. Por outro lado, outras zonas h\u00famidas que n\u00e3o est\u00e3o integradas nesta Conven\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso da Ria de Aveiro, Lagoa de \u00d3bidos, Lagoa de Melides, Estu\u00e1rio do Minho, Barrinha de Esmoriz e Estu\u00e1rio do Mondego, entre outras, tamb\u00e9m enfermam das mesmas amea\u00e7as.<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

Mais de 80% das Zonas H\u00famidas de Import\u00e2ncia Internacional sem Planos de Ordenamento<\/b><\/p>\n

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Neste momento fazem parte da Lista de Zonas H\u00famidas de Import\u00e2ncia Internacional 12 zonas h\u00famidas portuguesas: Estu\u00e1rio do Tejo, Ria Formosa, Paul de Arzila, Paul de Madriz, Paul do Boquilogo, Lagoa de Albufeira, Estu\u00e1rio do Sado, Ria de Alvor, Lagoas de St. Andr\u00e9 e da Sancha, Sapais de Castro Marim, Pa\u00fal da Tornada, Pa\u00fal do Taipal, correspondendo uma \u00e1rea total de 66 096 hectares. Dez destas 12 zonas h\u00famidas n\u00e3o possuem plano de ordenamento, contrariando os compromissos assumidos por Portugal com a ratifica\u00e7\u00e3o da Conven\u00e7\u00e3o em 1980.<\/p>\n

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Actuais amea\u00e7as \u00e0s zonas h\u00famidas em Portugal:<\/b><\/p>\n

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Estu\u00e1rio do Tejo<\/p>\n

– Polui\u00e7\u00e3o urbana e industrial<\/p>\n

– Transforma\u00e7\u00e3o de salinas em pisciculturas intensivas<\/p>\n

– Agricultura intensiva junto aos limites<\/p>\n

– Actividade cineg\u00e9tica<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento apesar de ter plano de gest\u00e3o da ZPE<\/p>\n

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Ria Formosa<\/p>\n

– Constru\u00e7\u00e3o ilegal<\/p>\n

– Projectos tur\u00edsticos e imobili\u00e1rios incompat\u00edveis com a conserva\u00e7\u00e3o da natureza (campos de golfe, marinas, aldeamentos tur\u00edsticos e imobili\u00e1rios)<\/p>\n

– Constru\u00e7\u00e3o de vias de comunica\u00e7\u00e3o<\/p>\n

– Polui\u00e7\u00e3o urbana e industrial<\/p>\n

– Intensifica\u00e7\u00e3o da agricultura<\/p>\n

– Transforma\u00e7\u00e3o de salinas em pisciculturas intensivas<\/p>\n

 <\/p>\n

Paul de Arzila<\/b><\/p>\n

– Agricultura intensiva junto aos limites, de onde resulta a forte aplica\u00e7\u00e3o de fertilizantes e pesticidas<\/p>\n

– Polui\u00e7\u00e3o urbana e industrial<\/p>\n

– Constru\u00e7\u00e3o de novas vias de comunica\u00e7\u00e3o em \u00e1reas adjacentes<\/p>\n

 <\/p>\n

Paul de Madriz<\/b><\/p>\n

– Agricultura intensiva junto aos limites, de onde resulta a forte aplica\u00e7\u00e3o de fertilizantes e pesticidas<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento<\/p>\n

 <\/p>\n

Paul do Boquilobo<\/b><\/p>\n

– A aus\u00eancia de controle sobre uma ex\u00f3tica invasora: o jacinto-de-\u00e1gua<\/p>\n

– Agricultura intensiva nas imedia\u00e7\u00f5es, com excessivo uso de recursos h\u00eddricos<\/p>\n

– A aus\u00eancia de manuten\u00e7\u00e3o do sistema de diques<\/p>\n

– Polui\u00e7\u00e3o urbana e industrial<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento<\/p>\n

 <\/p>\n

Lagoa de Albufeira<\/b><\/p>\n

– Projectos tur\u00edsticos e imobili\u00e1rios incompat\u00edveis com a conserva\u00e7\u00e3o da natureza (campos de golfe, marinas, aldeamentos tur\u00edsticos e imobili\u00e1rios)<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento<\/p>\n

 <\/p>\n

Estu\u00e1rio do Sado<\/b><\/p>\n

– Polui\u00e7\u00e3o urbana e industrial<\/p>\n

– Agricultura intensiva, de onde resulta a forte aplica\u00e7\u00e3o de fertilizantes e pesticidas<\/p>\n

– Transforma\u00e7\u00e3o de salinas em pisciculturas intensivas<\/p>\n

– Ca\u00e7a e pesca ilegais<\/p>\n

– Projectos tur\u00edsticos e imobili\u00e1rios incompat\u00edveis com a conserva\u00e7\u00e3o da natureza (campos de golfe, marinas, aldeamentos tur\u00edsticos e imobili\u00e1rios)<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento<\/p>\n

 <\/p>\n

Ria de Alvor<\/b><\/p>\n

– Projectos tur\u00edsticos e imobili\u00e1rios incompat\u00edveis com a conserva\u00e7\u00e3o da natureza (campos de golfe, aldeamentos tur\u00edsticos e imobili\u00e1rios)<\/p>\n

– Extrac\u00e7\u00e3o de inertes<\/p>\n

– Actividades recreativas desregradas<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento<\/p>\n

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Lagoas de Sto. Andr\u00e9 e da Sancha<\/b><\/p>\n

– Press\u00e3o tur\u00edstica<\/p>\n

– Polui\u00e7\u00e3o urbana e industrial<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento<\/p>\n

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Sapais de Castro Marim<\/b><\/p>\n

– Agricultura intensiva nas \u00e1reas adjacentes, de onde resulta a forte aplica\u00e7\u00e3o de fertilizantes e pesticidas<\/p>\n

– Transforma\u00e7\u00e3o de salinas em pisciculturas intensivas<\/p>\n

– Press\u00f5es indirectas resultantes da urbaniza\u00e7\u00e3o e constru\u00e7\u00e3o de novas vias de comunica\u00e7\u00e3o em \u00e1reas adjacentes<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento<\/p>\n

 <\/p>\n

Paul da Tornada<\/b><\/p>\n

– Polui\u00e7\u00e3o urbana<\/p>\n

– Ca\u00e7a ilegal<\/p>\n

– Press\u00f5es indirectas resultantes da urbaniza\u00e7\u00e3o<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento<\/p>\n

 <\/p>\n

Paul do Taipal<\/b><\/p>\n

– Ca\u00e7a ilegal<\/p>\n

– Agricultura intensiva nas \u00e1reas adjacentes, de onde resulta a forte aplica\u00e7\u00e3o de fertilizantes e pesticidas<\/p>\n

– Polui\u00e7\u00e3o urbana e industrial<\/p>\n

– Press\u00f5es indirectas resultantes da urbaniza\u00e7\u00e3o e da presen\u00e7a vias de comunica\u00e7\u00e3o em \u00e1reas adjacentes<\/p>\n

– Sem plano de ordenamento<\/p>\n

 <\/p>\n

O que \u00e9 a Conven\u00e7\u00e3o sobre Zonas H\u00famidas<\/b><\/p>\n

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A Conven\u00e7\u00e3o sobre Zonas H\u00famidas constitui um tratado inter-governamental adoptado a 2 de Fevereiro de 1971 na cidade iraniana de Ramsar. Por esse motivo, esta Conven\u00e7\u00e3o \u00e9 geralmente conhecida como “Conven\u00e7\u00e3o de Ramsar”, e representa o primeiro dos tratados globais sobre conserva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

 <\/p>\n

A Conven\u00e7\u00e3o entrou em vigor em 1975 e conta actualmente com 119 pa\u00edses contratantes em todos os continentes. Actualmente conta com 1578 s\u00edtios de import\u00e2ncia internacional que foram designados pelas Partes contratantes, cobrindo cerca de 134 milh\u00f5es de hectares de zonas h\u00famidas e correspondendo a cerca de 6% da superf\u00edcie terrestre. Segundo o texto aprovado pela Conven\u00e7\u00e3o, zonas h\u00famidas s\u00e3o definidas como “zonas de p\u00e2ntano, charco, turfeira ou \u00e1gua, natural ou artificial, permanente ou tempor\u00e1ria, com \u00e1gua estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo \u00e1guas marinhas cuja profundidade na mar\u00e9 baixa n\u00e3o exceda os seis metros”.<\/p>\n

 <\/p>\n

Portugal ratificou esta Conven\u00e7\u00e3o em 1980, tendo como obriga\u00e7\u00f5es:<\/b><\/p>\n

 <\/p>\n

– Designar zonas h\u00famidas para inclus\u00e3o na Lista de Zonas H\u00famidas de Import\u00e2ncia Internacional. Estes s\u00edtios s\u00e3o reconhecidos a partir de crit\u00e9rios de representatividade do ecossistema, de valores faun\u00edsticos e flor\u00edsticos, e da sua import\u00e2ncia para a conserva\u00e7\u00e3o de aves aqu\u00e1ticas e peixes.<\/p>\n

– Elaborar planos de ordenamento e de gest\u00e3o para as zonas h\u00famidas, com vista \u00e0 sua utiliza\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel.<\/p>\n

– Promover a conserva\u00e7\u00e3o de zonas h\u00famidas e de aves aqu\u00e1ticas, estabelecendo reservas naturais e providenciar a sua protec\u00e7\u00e3o apropriada.<\/p>\n

 <\/p>\n

Lisboa, 2 de Fevereiro de 2006<\/p>\n

A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Neste Dia Mundial da Zonas H\u00famidas, 2 de Fevereiro, a Quercus faz um balan\u00e7o sobre as amea\u00e7as que atingem estes espa\u00e7os sens\u00edveis e alerta para a forma displicente como t\u00eam sido geridos. Portugal, em sequ\u00eancia da ratifica\u00e7\u00e3o da Conven\u00e7\u00e3o sobre Zonas H\u00famidas em 1980, incluiu na Lista de Zonas H\u00famidas de Import\u00e2ncia Internacional 12 espa\u00e7os […]<\/p>\n","protected":false},"author":5,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"inline_featured_image":false,"footnotes":""},"categories":[264],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13069"}],"collection":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/5"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=13069"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13069\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":13093,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/13069\/revisions\/13093"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=13069"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=13069"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/quercus.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=13069"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}