A Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza efectuou as contas relativas \u00e0s emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono por motivo da aquisi\u00e7\u00e3o de combust\u00edveis (gasolina e gas\u00f3leo rodovi\u00e1rios) pelos portugueses em Espanha.<\/b><\/p>\n
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Apesar deste g\u00e1s de efeito de estufa (que contribui para as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas), resultante da combust\u00e3o do gas\u00f3leo e gasolina, ser emitido maioritariamente em Portugal, para efeitos de cumprimento do Protocolo de Quioto a sua contabiliza\u00e7\u00e3o \u00e9 feita no invent\u00e1rio de emiss\u00f5es do pa\u00eds vizinho.<\/p>\n
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Simultaneamente, foram divulgadas h\u00e1 poucos dias estat\u00edsticas r\u00e1pidas por parte da Direc\u00e7\u00e3o Geral de Energia e Geologia (DGEG) relativas \u00e0s vendas de combust\u00edveis em Portugal at\u00e9 Junho de 2007, tendo sido identificado um decr\u00e9scimo, que contribui de modo importante para a redu\u00e7\u00e3o das nossas emiss\u00f5es num sector crucial como o tr\u00e1fego rodovi\u00e1rio.<\/p>\n
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Portugal pode aumentar ao per\u00edodo 2008-2012 as suas emiss\u00f5es de gases de efeito de estufa em 27% em rela\u00e7\u00e3o ao ano base de 1990. Os dados finais mais recentes s\u00e3o os relativos ao ano de 2005, onde o aumento se cifrava em 45%, 18% acima do admitido.<\/p>\n
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As compras em Espanha<\/b><\/p>\n
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No in\u00edcio do passado m\u00eas de Agosto, o Presidente Executivo da Galp afirmou que a empresa havia estimado que os portugueses estariam a adquirir entre 100 a 150 milh\u00f5es de litros de combust\u00edveis rodovi\u00e1rios em Espanha. Admitindo a mesma distribui\u00e7\u00e3o de vendas de combust\u00edvel em Portugal e Espanha (aproximadamente 75% de gas\u00f3leo e 25% de gasolina) e admitindo o valor de compra em 150 milh\u00f5es de litros, tal representa uma redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00e3o de 381 mil toneladas de di\u00f3xido de carbono. Efectivamente n\u00e3o se trata de uma redu\u00e7\u00e3o nas emiss\u00f5es de Portugal, mas sim um desvio em termos de contabilidade, que \u00e9 favor\u00e1vel a Portugal e que ainda tem um peso significativo no total de emiss\u00f5es.<\/p>\n
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A quantidade em causa representa 0,65% do total de cerca de 60 milh\u00f5es de toneladas de di\u00f3xido de carbono equivalente emitidos por Portugal no ano base de 1990 para contabiliza\u00e7\u00e3o do cumprimento do Protocolo de Quioto.<\/p>\n
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Em compara\u00e7\u00e3o, acrescente-se ainda que este valor \u00e9 mais de quatro vezes superior ao di\u00f3xido de carbono a ser evitado pela Barragem do Sabor que vai destruir um patrim\u00f3nio natural \u00fanico e que atrav\u00e9s destas contas se mostra ter um contributo praticamente irrelevante.<\/p>\n
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Quebra de consumo de combust\u00edveis rodovi\u00e1rios<\/b><\/p>\n
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Atrav\u00e9s da an\u00e1lise dos dados da DGEG relativos aos consumos de combust\u00edveis em termos de ano m\u00f3vel, constat\u00e1mos que entre a m\u00e9dia m\u00f3vel anual calculada para Junho de 2006 e a de Junho de 2007, houve uma quebra maior nas vendas de gasolina do que de gas\u00f3leo, traduzindo-se em termos de emiss\u00f5es numa redu\u00e7\u00e3o de cerca de 298 mil e 226 mil toneladas de di\u00f3xido de carbono para a atmosfera, respectivamente, correspondendo a um total de 524 mil toneladas. Estes valores correspondem a 0,87% das emiss\u00f5es de Portugal no ano base de 1990 para contabiliza\u00e7\u00e3o do cumprimento do Protocolo de Quioto.<\/p>\n
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As compras em Espanha e a quebra de consumo de combust\u00edveis em Portugal correspondem a 1,5% das emiss\u00f5es para o cumprimento do Protocolo de Quioto; valor \u00e9 muito superior a maioria das medidas do Programa Nacional para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas<\/p>\n
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O principal alerta da Quercus \u00e9 que Portugal est\u00e1 a conseguir reduzir as suas emiss\u00f5es mais \u00e0 custa da situa\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica, em particular devido \u00e0s circunst\u00e2ncias externas do aumento do pre\u00e7o do petr\u00f3leo, a que se associa o aproveitamento da diferen\u00e7a fiscal nos combust\u00edveis com Espanha , do que pela implementa\u00e7\u00e3o de medidas internas previstas no Programa Nacional para as Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas.<\/p>\n
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Isto \u00e9, as duas situa\u00e7\u00f5es descritas representam uma redu\u00e7\u00e3o de 1,5% em rela\u00e7\u00e3o ao ano base de 1990 em termos de cumprimento do Protocolo de Quioto, representando cerca de 900 mil toneladas e di\u00f3xido de carbono poupado. Medidas fundamentais como a transfer\u00eancia do transporte individual para o colectivo via actua\u00e7\u00e3o das Autoridades Metropolitanas de Transporte est\u00e3o por desenvolver. Esta transfer\u00eancia est\u00e1 a ser conseguida por iniciativa dos cidad\u00e3os devido aos elevados pre\u00e7os dos combust\u00edveis, e sem serem ultrapassadas a falta de integra\u00e7\u00e3o e interliga\u00e7\u00e3o que marca os diferentes modos de transporte, nomeadamente em termos de pre\u00e7os e bilh\u00e9tica, nas \u00e1reas metropolitanas.<\/p>\n
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Algumas excep\u00e7\u00f5es s\u00e3o os investimentos em energias renov\u00e1veis, que no entanto nalguns casos est\u00e1 a prejudicar o ambiente sem grande impacte quantitativo positivo como \u00e9 o caso da Barragem do Sabor.<\/p>\n
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Lisboa, 26 de Setembro de 2007<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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