{"id":12667,"date":"2021-03-04T17:30:16","date_gmt":"2021-03-04T17:30:16","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=12667"},"modified":"2021-03-04T17:30:16","modified_gmt":"2021-03-04T17:30:16","slug":"quem-ganha-com-as-culturas-transgenicas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/04\/quem-ganha-com-as-culturas-transgenicas\/","title":{"rendered":"Quem ganha com as culturas transg\u00e9nicas?"},"content":{"rendered":"

O cultivo de transg\u00e9nicos a n\u00edvel mundial est\u00e1 a conduzir a um aumento massivo do consumo de pesticidas e s\u00f3 as empresas que os vendem podem lucrar com tal situa\u00e7\u00e3o. Isto mesmo foi verificado num estudo agora dispon\u00edvel (1) que desmonta a realidade cor de rosa apresentada hoje em Bruxelas pelo ISAAA, uma organiza\u00e7\u00e3o que representa os interesses globais da ind\u00fastria da engenharia gen\u00e9tica.<\/b><\/p>\n

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De facto, at\u00e9 a ind\u00fastria come\u00e7a a reconhecer que o consumo de pesticidas est\u00e1 a aumentar. Em entrevista (2), uma representante da EuropaBio (associa\u00e7\u00e3o europeia de bioind\u00fastrias) afirmou que se t\u00eam vindo a verificar “aplica\u00e7\u00f5es muito maiores de Roundup [herbicida], junto com uma s\u00e9rie de outros qu\u00edmicos.”<\/p>\n

Os n\u00fameros do pr\u00f3prio governo americano mostram que, entre 1994 e 2005, o consumo de glifosato (o princ\u00edpio activo do Roundup, o pesticida mais usado em transg\u00e9nicos) aumentou 15 vezes. S\u00f3 entre 2005 e 2006 a aplica\u00e7\u00e3o de glifosato em soja transg\u00e9nica subiu 28%, tendo atingido o total de 44 mil toneladas em solo americano.<\/p>\n

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Apesar destas subidas o uso de outros pesticidas, ainda mais t\u00f3xicos e que as culturas transg\u00e9nicas prometiam evitar, n\u00e3o est\u00e1 a declinar. Nos Estados Unidos, o pa\u00eds que mais cultiva transg\u00e9nicos em todo o mundo, a aplica\u00e7\u00e3o de 2,4 D (um herbicida altamente t\u00f3xico e um dos componentes do Agente Laranja, de m\u00e1 mem\u00f3ria) em soja mais do que duplicou entre 2002 e 2006. A atrazina, proibida na Uni\u00e3o Europeia devido \u00e0 sua toxicidade, aumentou 12% na culturas americanas de milho transg\u00e9nico entre 2002 e 2005.<\/p>\n

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As perspectivas futuras apontam para uma situa\u00e7\u00e3o cada vez mais grave: \u00e0 medida que cada vez mais ervas daninhas se tornam resistentes aos mesmos herbicidas que as plantas transg\u00e9nicas toleram, o cocktail qu\u00edmico necess\u00e1rio para as controlar vai aumentando sempre mais em volume, toxicidade e n\u00famero de ingredientes. (3)<\/p>\n

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Esta situa\u00e7\u00e3o penaliza agricultores, o ambiente e toda a sociedade. Quem ganha? Porque os contratos de vendas de sementes transg\u00e9nicas vinculam o agricultor a comprar os pesticidas \u00e0 mesma empresa que produziu as sementes, quanto mais pesticidas as culturas transg\u00e9nicas precisarem, mais as empresas beneficiam.<\/p>\n

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Notas:<\/p>\n

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1 – O relat\u00f3rio completo, realizado pela associa\u00e7\u00e3o Amigos da Terra Internacional, est\u00e1 dispon\u00edvel para descarregar em:\u00a0www.foeeurope.org\/GMOs\/Who_Benefits\/FULL_REPORT_FINAL_FEB08.pdf<\/a><\/p>\n

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2 – A entrevista integral est\u00e1 dispon\u00edvel em:\u00a0www.ethicalcorp.com\/content.asp?ContentID=5684<\/a><\/p>\n

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3 – Para mais informa\u00e7\u00e3o consultar por exemplo\u00a0southeastfarmpress.com\/soybeans\/122707-resistant-weeds\/index.html<\/a><\/p>\n

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A Plataforma Transg\u00e9nicos Fora \u00e9 uma estrutura integrada por onze entidades n\u00e3o-governamentais da \u00e1rea do ambiente e agricultura (ARP, Alian\u00e7a para a Defesa do Mundo Rural Portugu\u00eas; ATTAC, Associa\u00e7\u00e3o para a Taxa\u00e7\u00e3o das Transac\u00e7\u00f5es Financeiras para a Ajuda ao Cidad\u00e3o; CNA, Confedera\u00e7\u00e3o Nacional da Agricultura; Colher para Semear, Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais; FAPAS, Fundo para a Protec\u00e7\u00e3o dos Animais Selvagens; GAIA, Grupo de Ac\u00e7\u00e3o e Interven\u00e7\u00e3o Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Territ\u00f3rio e Ambiente; LPN, Liga para a Protec\u00e7\u00e3o da Natureza; MPI, Movimento Pr\u00f3-Informa\u00e7\u00e3o para a Cidadania e Ambiente; QUERCUS, Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza; e SALVA, Associa\u00e7\u00e3o de Produtores em Agricultura Biol\u00f3gica do Sul) e apoiada por dezenas de outras.<\/p>\n

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Para mais informa\u00e7\u00f5es contactar\u00a0Este endere\u00e7o de email est\u00e1 protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.<\/a>“><\/a>info@stopogm.net<\/a><\/span>\u00a0ou\u00a0www.stopogm.net<\/a><\/p>\n

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Mais de 10 mil cidad\u00e3os portugueses reiteraram j\u00e1 por escrito a sua oposi\u00e7\u00e3o aos transg\u00e9nicos.<\/p>\n

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