{"id":12591,"date":"2021-03-04T17:20:23","date_gmt":"2021-03-04T17:20:23","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=12591"},"modified":"2021-03-04T17:20:23","modified_gmt":"2021-03-04T17:20:23","slug":"mobilidade-sustentavel-quercus-apresenta-as-10-medidas-fundamentais-para-a-mobilidade-na-area-metropolitana-de-lisboa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/04\/mobilidade-sustentavel-quercus-apresenta-as-10-medidas-fundamentais-para-a-mobilidade-na-area-metropolitana-de-lisboa\/","title":{"rendered":"Mobilidade sustent\u00e1vel | Quercus apresenta as 10 medidas fundamentais para a mobilidade na \u00c1rea Metropolitana de Lisboa"},"content":{"rendered":"
Como lidar com o elevado pre\u00e7o do petr\u00f3leo? Que investimentos devem o Estado e as autarquias promover nesta mat\u00e9ria? Quercus apresenta as 10 medidas fundamentais para a mobilidade na \u00c1rea Metropolitana de Lisboa<\/b><\/p>\n
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A Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza analisou e seleccionou as dez medidas mais importantes para promover uma mobilidade mais sustent\u00e1vel na \u00c1rea Metropolitana de Lisboa, apontando por\u00e9m exemplos que s\u00e3o v\u00e1lidos noutras cidades do pa\u00eds.<\/p>\n
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Numa conjuntura em que o petr\u00f3leo atinge pre\u00e7os recorde e onde o Governo anuncia a necessidade de novos investimentos para estimular a economia, a Quercus vem alertar para a necessidade de seleccionar e implementar um conjunto de medidas de promo\u00e7\u00e3o do transporte colectivo.<\/p>\n
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Em causa est\u00e3o aspectos fundamentais como:<\/b><\/p>\n
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1. Operacionaliza\u00e7\u00e3o dos interfaces junto a esta\u00e7\u00f5es de caminho de ferro, metro, e terminais rodovi\u00e1rios<\/b><\/p>\n
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A utiliza\u00e7\u00e3o do metro e o comboio tem de permitir que muitos utentes que n\u00e3o t\u00eam transporte colectivo junto da resid\u00eancia e n\u00e3o tenham outras alternativas de desloca\u00e7\u00e3o, possam recorrer ao autom\u00f3vel para se deslocarem at\u00e9 \u00e0s esta\u00e7\u00f5es localizadas na periferia, evitando levar a viatura para o centro da cidade. Para tal \u00e9 necess\u00e1rio assegurar lugares de estacionamento suficientes, estacionamento a pre\u00e7os mais acess\u00edveis com comprovativo do uso do transporte colectivo, estacionamento gratuito no caso de n\u00e3o haver alternativas de transporte colectivo at\u00e9 ao interface, condi\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a entre o estacionamento e a esta\u00e7\u00e3o. Deve ser impedido o estacionamento ilegal, n\u00e3o pago e desordenado em redor das esta\u00e7\u00f5es e dos parques de estacionamento existentes com lugares dispon\u00edveis, atrav\u00e9s de pre\u00e7os mais reduzidos ou da gratuitidade dos lugares. O preenchimento de todos os lugares de estacionamento no Senhor Roubado a partir das 8h da manh\u00e3 de um dia \u00fatil, junto \u00e0 linha de metro para Odivelas, \u00e9 um exemplo de sub-dimensionamento da infraestrutura.<\/p>\n
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2. Moderniza\u00e7\u00e3o da rede ferrovi\u00e1ria e oferta de maior n\u00famero de composi\u00e7\u00f5es<\/b><\/p>\n
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\u00c9 absolutamente necess\u00e1ria a rentabiliza\u00e7\u00e3o dos investimentos feitos, nomeadamente em termos de metro e ferrovia, havendo uma incapacidade do Estado de regular ou responder \u00e0s necessidades de melhoria de servi\u00e7o para tornar estes transportes colectivos mais atraentes. N\u00e3o \u00e9 admiss\u00edvel que \u00e0 hora de ponta o servi\u00e7o da Fertagus seja de meia em meia hora e fora da hora de ponta de uma em uma hora entre Lisboa e Set\u00fabal, sendo que entre Coina e Lisboa o servi\u00e7o previsto na hora de ponta era de uma frequ\u00eancia de 7 minutos e actualmente \u00e9 de 10 minutos e com alguns comboios com apenas 4 carruagens; n\u00e3o est\u00e3o previstas aquisi\u00e7\u00f5es de novas composi\u00e7\u00f5es. Um comboio com 8 carruagens transporta o equivalente em pessoas a 6 Km de fila da autoestrada do Sul. Mais ainda, a qualidade de servi\u00e7o em particular na linha de Sintra deve ser melhorada. No metro de Lisboa tamb\u00e9m a frequ\u00eancia de comboios dever\u00e1 ser aumentada. Em termos de infraestrutura, o estado da linha do Oeste \u00e9 deplor\u00e1vel em termos de frequ\u00eancia e qualidade das composi\u00e7\u00f5es, incentivando indirectamente o transporte individual.<\/p>\n
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3. Gas\u00f3leo profissional para autocarros que assegurem cumprimento de normas ambientais actualizadas<\/b><\/p>\n
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A Quercus considera que os transportes colectivos de passageiros deveriam gozar de um menor pre\u00e7o do combust\u00edvel com a contrapartida de serem renovados de modo a emitirem menos poluentes, especificamente part\u00edculas, onde as grandes cidades portuguesas apresentam situa\u00e7\u00f5es de ultrapassagem aos valores-limite nacionais e europeus muito significativos. Tal procedimento \u00e9 perfeitamente poss\u00edvel tecnicamente a um custo aceit\u00e1vel por viatura e ficaria rapidamente pago pelo uso de um gas\u00f3leo mais barato. Mais ainda, evitar-se-ia o aumento previsto nas tarifas dos autocarros em v\u00e1rios pontos percentuais.<\/p>\n
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4. Proibi\u00e7\u00e3o de estacionamento gratuito para n\u00e3o residentes nos centros urbanos da \u00c1rea Metropolitana entre as 8h e as 20h dos dias \u00fateis, com particular \u00eanfase numa zona alargada no munic\u00edpio de Lisboa; est\u00edmulo \u00e0 partilha do autom\u00f3vel<\/b><\/p>\n
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Deve ser fortemente limitado o estacionamento gratuito no interior da cidade associado aos movimentos pendulares. Estudos recentes de tr\u00e1fego apontavam para cerca de 70% dos ve\u00edculos ligeiros de passageiros que entravam por um dos acessos Sul para a cidade de Lisboa estacionavam gratuitamente. Mais ainda, a cria\u00e7\u00e3o de faixas espec\u00edficas para ve\u00edculos ligeiros com maior ocupa\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que mais de 70% dos autom\u00f3veis que entram em Lisboa apenas s\u00e3o ocupados pelo condutor. H\u00e1 j\u00e1 dois projectos dispon\u00edveis na internet que estimulam a partilha do carro (www.deboleia.com<\/a>\u00a0e\u00a0www.carpool.com.pt<\/a>), sendo que este poderia resultar de um esfor\u00e7o interpessoal e de um est\u00edmulo por parte das empresas \/institui\u00e7\u00f5es.<\/p>\n <\/p>\n 5. Estudo sobre acr\u00e9scimo de portagens (em locais novos ou existentes) na periferia do concelho de Lisboa com aplica\u00e7\u00e3o directa das receitas no transporte p\u00fablico<\/b><\/p>\n <\/p>\n Dever\u00e1 ser efectuado um estudo sobre um regime de portagens, eventualmente diferenciado de acordo com a ocupa\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo, a aplicar em todos os grandes acessos \u00e0 cidade de Lisboa, incluindo locais j\u00e1 com portagens existentes (com aumento do valor) e outros novos a criar, fazendo depois o encaminhamento total das receitas para o transporte p\u00fablico. Devem igualmente ser estudadas hip\u00f3teses menos dispendiosas das aplicadas nomeadamente em Londres para restringir fortemente o tr\u00e2nsito nas \u00e1reas centrais de Lisboa que apresentam maior polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica e sonora.<\/p>\n <\/p>\n 6. Morat\u00f3ria sobre novos alargamentos e\/ou cria\u00e7\u00e3o de vias de acesso \u00e0 cidade de Lisboa, com excep\u00e7\u00e3o da finaliza\u00e7\u00e3o da CRIL<\/b><\/p>\n <\/p>\n A sistem\u00e1tica prioridade de constru\u00e7\u00e3o de novas vias como o IC16, o alargamento do IC19, ou ainda a futura terceira travessia rodovi\u00e1ria do Tejo (actualmente a ser ponderada no corredor Chelas-Barreiro), tem sido incorrecta, na medida em que s\u00e3o medidas que nas horas de ponta e ap\u00f3s a constru\u00e7\u00e3o voltam a apresentar congestionamento. No caso da terceira travessia, a componente rodovi\u00e1ria a ser inclu\u00edda dever\u00e1 apenas ser aberta quando se esgotar o uso intensivo nas alternativas rodovi\u00e1rias existentes e nas linhas ferrovi\u00e1rias existentes e a criar. A prioridade deve ser dada aos acessos aos interfaces com comboio e metro.<\/p>\n <\/p>\n 7. In\u00edcio de funcionamento da Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa<\/b><\/p>\n <\/p>\n A aus\u00eancia de funcionamento da prevista Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa \u00e9 dram\u00e1tica em termos de articula\u00e7\u00e3o dos investimentos e do funcionamento do transporte colectivo na Regi\u00e3o de Lisboa. As garantias de servi\u00e7o aos utentes, a articula\u00e7\u00e3o entre os diferentes modos de transporte, uma bilh\u00e9tica com um pre\u00e7o justo adequada ao utilizador di\u00e1rio e ao utilizador ocasional, apesar de algumas melhorias, \u00e9 ainda um objectivo long\u00ednquo e caricato. Como exemplo, repare-se a exist\u00eancia de tr\u00eas bilhetes magn\u00e9ticos \u201cSete Colinas\u201d, onde cada um s\u00f3 serve para um determinado transporte, n\u00e3o podendo ser utilizado um \u00fanico cart\u00e3o para os diferentes operadores em causa (\u201czapping\u201d Carris e Metro, Metro Transportes do Sul, Transtejo). Outro exemplo, \u00e9 o custo de desloca\u00e7\u00e3o entre Entrecampos e Oriente custa 1,25 euros obrigando a um t\u00edtulo CP podendo usar um comboio de uma \u00fanica linha (Azambuja), sendo que um bilhete de Metro para o mesmo percurso custa 0,75 euros mas que obriga ao uso de tr\u00eas linhas de metro diferentes. O recurso a passes por empresa de transporte dificulta depois o recurso \u00e0 solu\u00e7\u00e3o mais eficiente.<\/p>\n <\/p>\n 8. Planos de mobilidade para as empresas<\/b><\/p>\n <\/p>\n A estrat\u00e9gia de mobilidade das empresas, quer em termos do seu funcionamento, quer principalmente dos seus trabalhadores, \u00e9 um elemento fundamental na promo\u00e7\u00e3o de uma mobilidade sustent\u00e1vel. N\u00e3o se compreende que as empresas continuem a assegurar lugares de estacionamento gratuito, viatura, combust\u00edvel e portagens tamb\u00e9m gratuitos para os funcion\u00e1rios, ao contr\u00e1rio de darem est\u00edmulos a quem use o transporte colectivo na desloca\u00e7\u00e3o, pagando o passe social e dando outro tipo de regalias que n\u00e3o o autom\u00f3vel. O exemplo deveria ser dado principalmente por empresas p\u00fablicas, a come\u00e7ar por aquelas sob a al\u00e7ada do Minist\u00e9rio do Ambiente. Para a Quercus deveria haver um plano de mobilidade, contendo um diagn\u00f3stico e as necessidades de mudan\u00e7a, por parte de todas as empresas com mais de 100 trabalhadores. \u00c8 necess\u00e1rio que o autom\u00f3vel deixe de ser oferecido como uma regalia em troca de sal\u00e1rio pelos elevados custos ambientais que tem. Os planos, mesmo que volunt\u00e1rios, seriam consonantes com a apregoada responsabilidade ambiental de muitas empresas que a este n\u00edvel est\u00e3o longe do desempenho desej\u00e1vel.<\/p>\n <\/p>\n 9. Localiza\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os – Mau exemplo da mobilidade por parte da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica<\/b><\/p>\n <\/p>\n O ordenamento do territ\u00f3rio \u00e9 uma componente fundamental numa pol\u00edtica de mobilidade sustent\u00e1vel. A selec\u00e7\u00e3o de locais para determinados servi\u00e7os, quer institui\u00e7\u00f5es p\u00fablicas com elevada frequ\u00eancia de p\u00fablico, quer de centros comerciais, deveria obedecer a crit\u00e9rios t\u00e3o relevantes como a exig\u00eancia da presen\u00e7a de metro de superf\u00edcie ou subterr\u00e2neo e\/ou comboio, ou no limite, de um excelente servi\u00e7o de autocarros. Esta regra \u00e9 fundamental na escolha de localiza\u00e7\u00e3o de organismos p\u00fablicos e centros comerciais em pa\u00edses como a Holanda. Em Portugal, a concentra\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os em \u00e1reas da periferia que obrigam na maioria dos casos a desloca\u00e7\u00f5es de autom\u00f3vel \u00e9 um erro. Um mau exemplo \u00e9 a localiza\u00e7\u00e3o no Tagus Park em Oeiras da Autoridade Nacional para a Seguran\u00e7a Rodovi\u00e1ria, a par de outros servi\u00e7os do Minist\u00e9rio da Administra\u00e7\u00e3o Interna.<\/p>\n <\/p>\n 10. Expans\u00e3o de corredores bus e constru\u00e7\u00e3o de ciclovias.<\/b><\/p>\n <\/p>\n A velocidade comercial dos autocarros em v\u00e1rias zonas de acesso ou no interior \u00e0 cidade de Lisboa \u00e9 muito reduzida com uma m\u00e9dia de aproximadamente 15 km\/h, quando se justifica passar para uma velocidade de 25 km\/h atrav\u00e9s da implementa\u00e7\u00e3o de novos corredores bus em locais onde o transporte colectivo rodovi\u00e1rio \u00e9 claramente desfavorecido. Mais ainda, v\u00e1rios locais de Lisboa mereciam a instala\u00e7\u00e3o de ciclovias, quer o corredor Bel\u00e9m Oriente, quer mesmo no interior da cidade com liga\u00e7\u00e3o e renova\u00e7\u00e3o do corredor existente no Campo Grande.<\/p>\n <\/p>\n <\/p>\n Lisboa, 21 de Maio de 2008<\/p>\n <\/p>\n A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Como lidar com o elevado pre\u00e7o do petr\u00f3leo? Que investimentos devem o Estado e as autarquias promover nesta mat\u00e9ria? 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