{"id":12544,"date":"2021-03-04T17:12:12","date_gmt":"2021-03-04T17:12:12","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=12544"},"modified":"2021-03-04T17:12:12","modified_gmt":"2021-03-04T17:12:12","slug":"alentejo-distancia-se-dos-cultivos-transgenicos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/04\/alentejo-distancia-se-dos-cultivos-transgenicos\/","title":{"rendered":"Alentejo distancia-se dos cultivos transg\u00e9nicos"},"content":{"rendered":"
Foram divulgados este m\u00eas pelo Minist\u00e9rio da Agricultura os dados oficiais para 2008 do cultivo de milho transg\u00e9nico em Portugal.Embora a \u00e1rea total tenha aumentado 11% (486 hectares) em rela\u00e7\u00e3o a 2007, esta subida est\u00e1 muito longe dos 240% (3009 hectares) verificados de 2006 para 2007.\u00b4Esta redu\u00e7\u00e3o representa uma desacelera\u00e7\u00e3o significativa no interesse dos agricultores em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 \u00fanica variedade geneticamente modificada actualmente autorizada para cultivo.<\/b><\/p>\n
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As regi\u00f5es do Alentejo e de Lisboa\/Vale do Tejo apresentam as redu\u00e7\u00f5es mais significativas. Desde 2005, ano em que come\u00e7ou o cultivo em Portugal, estas eram as duas regi\u00f5es com maior ades\u00e3o ao milho transg\u00e9nico e em 2007 representavam 86% de toda a \u00e1rea cultivada com OGM em Portugal. Este ano, no entanto, deu-se uma redu\u00e7\u00e3o de 11% no total de hectares cultivados em cada uma delas. No Alentejo, em particular, este abaixamento torna-se ainda mais significativo se se considerar que a \u00e1rea total dedicada ao milho aumentou 10 a 15% no mesmo per\u00edodo, de acordo com estimativas provis\u00f3rias do Minist\u00e9rio da Agricultura.<\/p>\n
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A experi\u00eancia que os produtores alentejanos est\u00e3o a ter com o milho transg\u00e9nico fica claramente aqu\u00e9m das expectativas. De todas as explora\u00e7\u00f5es agr\u00edcolas do Alentejo que em 2007 cultivaram OGM, 48% (23 explora\u00e7\u00f5es em 48) j\u00e1 abandonaram tal op\u00e7\u00e3o em 2008. Este recuo significativo est\u00e1 em contraste com o quadro optimista que o Minist\u00e9rio da Agricultura tem apresentado e mostra que, apesar da forte promo\u00e7\u00e3o, os agricultores preferem tecnologias e pr\u00e1ticas mais eficazes, que apresentem menores riscos para o ambiente, para a sa\u00fade humana e para a sua pr\u00f3pria economia.<\/p>\n
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O fraco crescimento verificado este ano a n\u00edvel nacional concentra-se quase em exclusivo na regi\u00e3o Centro, com novos agricultores no vale do Mondego a come\u00e7ar agora a experimentar o que os produtores alentejanos, que come\u00e7aram anos antes, j\u00e1 est\u00e3o na fase de descartar.<\/p>\n
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Segundo a Prof\u00aa Margarida Silva, coordenadora da Plataforma Transg\u00e9nicos Fora, “O quadro portugu\u00eas, embora com grande falta de dados concretos que o Minist\u00e9rio da Agricultura insiste \u2013 contra a lei \u2013 em n\u00e3o divulgar, aponta para uma tend\u00eancia de experimenta\u00e7\u00e3o e posterior abandono dos cultivos transg\u00e9nicos por uma faixa significativa dos produtores portugueses.” Ainda de acordo com esta bi\u00f3loga, “Esta leitura condiz com um estudo da Comiss\u00e3o Europeia recentemente divulgado(2) em que, de tr\u00eas regi\u00f5es espanholas estudadas, o cultivo de milho transg\u00e9nico n\u00e3o propiciava quaisquer vantagens econ\u00f3micas aos produtores de duas delas.”<\/p>\n
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