{"id":12526,"date":"2021-03-04T17:09:22","date_gmt":"2021-03-04T17:09:22","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=12526"},"modified":"2021-03-04T17:09:22","modified_gmt":"2021-03-04T17:09:22","slug":"aterros-e-escavacoes-destroem-vegetacao-ribeirinha-em-vila-nova-de-ancos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/04\/aterros-e-escavacoes-destroem-vegetacao-ribeirinha-em-vila-nova-de-ancos\/","title":{"rendered":"Aterros e escava\u00e7\u00f5es destroem vegeta\u00e7\u00e3o ribeirinha em Vila Nova de An\u00e7os"},"content":{"rendered":"

A Quercus teve recentemente conhecimento da destrui\u00e7\u00e3o de centenas de \u00e1rvores e arbustos que compunham, ao longo de 3 quil\u00f3metros, a galeria ribeirinha da margem direita do Rio Arunca, um afluente do rio Mondego junto a Vila Nova de An\u00e7os, concelho de Soure.<\/b><\/p>\n

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Na visita que efectu\u00e1mos ao local verific\u00e1mos o corte total da vegeta\u00e7\u00e3o, composta principalmente por freixos e salgueiros, com recurso a forte mobiliza\u00e7\u00e3o de terras em \u00e1reas do dom\u00ednio h\u00eddrico que est\u00e3o protegidas por lei. A Quercus informou j\u00e1 a rec\u00e9m-criada Administra\u00e7\u00e3o da Regi\u00e3o Hidrogr\u00e1fica do Centro sobre esta situa\u00e7\u00e3o, a qual ficou de enviar uma equipa ao local para verificar se se trata de um projecto sem autoriza\u00e7\u00e3o ou se \u00e9 um projecto autorizado mas que, claramente, n\u00e3o cumpriu os requisitos previstos na lei. De acordo com a legisla\u00e7\u00e3o em vigor quaisquer ac\u00e7\u00f5es no dom\u00ednio h\u00eddrico que impliquem aterros, escava\u00e7\u00f5es e cortes de \u00e1rvores devem garantir que n\u00e3o contribuem para aumentar a eros\u00e3o e o risco de cheias e que n\u00e3o implicam a destrui\u00e7\u00e3o da flora, da fauna, e dos ecossistemas locais, situa\u00e7\u00e3o que, neste caso, est\u00e1 longe de se verificar.<\/p>\n

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Quercus exige a reposi\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o anterior<\/b><\/p>\n

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A Quercus j\u00e1 solicitou a verifica\u00e7\u00e3o da legalidade da interven\u00e7\u00e3o efectuada no Rio Arunca e, independentemente do apuramento das responsabilidades dos autores deste atentado ambiental, exige a reposi\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o anterior. Estamos a falar especificamente da elabora\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o de um projecto de engenharia biof\u00edsica que promova a reposi\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es ecol\u00f3gicas anteriores, utilizando para o efeito \u00e1rvores e arbustos aut\u00f3ctones. Sendo este um tipo de situa\u00e7\u00e3o recorrente nas nossas bacias hidrogr\u00e1ficas, a Quercus exige tamb\u00e9m \u00e0s novas Administra\u00e7\u00f5es de Regi\u00e3o Hidrogr\u00e1fica mais fiscaliza\u00e7\u00e3o e uma aten\u00e7\u00e3o especial no acompanhamento das interven\u00e7\u00f5es a autorizar nestes espa\u00e7os.<\/p>\n

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A import\u00e2ncia da vegeta\u00e7\u00e3o ribeirinha<\/b><\/p>\n

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As margens dos rios que se encontram pr\u00f3ximos do seu estado natural suportam uma grande diversidade biol\u00f3gica. A vegeta\u00e7\u00e3o ribeirinha desempenha um papel importante na alimenta\u00e7\u00e3o e ref\u00fagio para comunidades de invertebrados e de peixes. Possui tamb\u00e9m fun\u00e7\u00f5es insubstitu\u00edveis como a preven\u00e7\u00e3o da eros\u00e3o e actua como filtro biol\u00f3gico dos poluentes atrav\u00e9s das ra\u00edzes de \u00e1rvores e arbustos. A perturba\u00e7\u00e3o destes ecossistemas, pela destrui\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o e regulariza\u00e7\u00e3o das margens, contribui para uma menor diversidade biol\u00f3gica (altera as cadeias tr\u00f3ficas aqu\u00e1ticas e diminui as popula\u00e7\u00f5es de peixes aut\u00f3ctones) e ainda para a invas\u00e3o de esp\u00e9cies al\u00f3ctones infestantes e tolerantes \u00e0 perturba\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Quercus pede aos cidad\u00e3os a den\u00fancia de situa\u00e7\u00f5es semelhantes<\/b><\/p>\n

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Situa\u00e7\u00f5es de clara infrac\u00e7\u00e3o da lei como a que verific\u00e1mos s\u00e3o infelizmente a norma no nosso pa\u00eds. T\u00eam sido constantes os atropelos \u00e0 lei por parte de entidades e cidad\u00e3os, o que decorre tamb\u00e9m da forma simplista como a sociedade olha para os nossos rios e ribeiras. Existe uma vis\u00e3o dos cursos de \u00e1gua, quando n\u00e3o est\u00e3o em causa barragens, que os mesmos s\u00e3o apenas valas de \u00e1gua sem qualquer utilidade. A Quercus apela assim aos cidad\u00e3os que denunciem atentados como este por forma a criar uma consci\u00eancia colectiva, lembrando que os nossos cursos de \u00e1gua s\u00e3o do mais do que \u00e1gua, s\u00e3o corredores de vida.<\/p>\n

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Lisboa, 22 de Agosto de 2008<\/p>\n

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A Direc\u00e7\u00e3o Nacional da Quercus \u2013 Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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