{"id":12472,"date":"2021-03-04T16:59:49","date_gmt":"2021-03-04T16:59:49","guid":{"rendered":"https:\/\/quercus.pt\/?p=12472"},"modified":"2021-03-04T16:59:49","modified_gmt":"2021-03-04T16:59:49","slug":"auto-estrada-a32-coimbra-oliveira-de-azemeis","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/quercus.pt\/2021\/03\/04\/auto-estrada-a32-coimbra-oliveira-de-azemeis\/","title":{"rendered":"Auto-estrada A32: Coimbra\/Oliveira de Azem\u00e9is"},"content":{"rendered":"

No \u00e2mbito do processo de consulta p\u00fablica do projecto do IC2 \u2013 Coimbra\/Oliveira de Azem\u00e9is que recentemente esteve em discuss\u00e3o p\u00fablica, o N\u00facleo regional de Aveiro da Quercus \u2013 A.N.C.N emitiu um parecer relativo ao Trecho 3 (trecho entre Anadia e Oliveira de Azem\u00e9is), o qual enviou em tempo \u00fatil \u00e0 Ag\u00eancia Portuguesa do Ambiente.<\/b><\/p>\n

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A constru\u00e7\u00e3o de uma nova via em perfil de Auto-estrada na regi\u00e3o ter\u00e1, independentemente das alternativas enormes impactes ambientais e sociais. De forma a optimizar o tra\u00e7ado, face \u00e0 fragmenta\u00e7\u00e3o urbana e territorial de grande parte da \u00e1rea, um dos pressupostos base a ter em conta na escolha das alternativas dever\u00e1 ser o aproveitamento os corredores de infra-estruturas j\u00e1 existentes, o que, em grande parte, permitir\u00e1 minimizar a fragmenta\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio quer ambiental quer socialmente.<\/p>\n

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De uma forma global, tendo em conta a densidade e proximidade de v\u00e1rias auto-estradas na regi\u00e3o lamenta-se que o EIA n\u00e3o tenha considerado, pelo menos em alguns dos tro\u00e7os em avalia\u00e7\u00e3o, a op\u00e7\u00e3o pela Alternativa 0 (n\u00e3o constru\u00e7\u00e3o da via), com ou sem melhoramento de vias secund\u00e1rias e\/ou constru\u00e7\u00e3o de variantes. Assim, do n\u00f3 do IP5\/A25 para Norte, face (i) aos impactes ambientais em causa nos atravessamentos das \u00e1reas urbanas cujos efeitos s\u00e3o de dif\u00edcil minimiza\u00e7\u00e3o, (ii) enorme fragmenta\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio tendo em conta que nessa \u00e1rea existem duas AE (A1 e A29) que se desenvolvem paralelamente a escassas centenas de metros entre si e (iii) \u00e0 exist\u00eancia da EN224 que liga o n\u00f3 de Estarreja da A29 e A1 ao IC2 em Oliveira de Azem\u00e9is (fornecendo uma excelente liga\u00e7\u00e3o entre as AE do litoral e o interior), n\u00e3o se afigura que a constru\u00e7\u00e3o desta Auto-estrada seja necess\u00e1ria.<\/p>\n

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Nesta \u00e1rea a AE, ao se desenvolver numa primeira parte muito pr\u00f3ximo da A1 e A29 introduz um efeito de fragmenta\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica muito significativo. Por outro lado, a Poente de Albergaria e Nascente de Sobreiro afecta \u00e1rea urbana. Na segunda parte do tra\u00e7ado, mais a Norte, na zona da Branca, a AE, independentemente das alternativas em an\u00e1lise, aproxima-se de muitas habita\u00e7\u00f5es causando impactes significativos do ponto de vista urban\u00edstico e da qualidade de vida das popula\u00e7\u00f5es introduzindo, em alguns casos, um efeito barreira significativo, sendo que todas as alternativas s\u00e3o altamente impactantes.<\/p>\n

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Tendo no passado recente, sido cometido o erro de, entre Estarreja e Angeja se ter permitido a constru\u00e7\u00e3o da A29 em vez da duplica\u00e7\u00e3o\/aumento de capacidade da A1, espera-se que n\u00e3o se volte agora a cometer novo erro ao aprovar a constru\u00e7\u00e3o de nova auto-estrada a escassas centenas de metros a Nascente da A1 e A29.<\/p>\n

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Para al\u00e9m deste aspecto, e no que respeita em concreto a alguns pontos cr\u00edticos do projecto em causa, de referir, como particularmente problem\u00e1ticos os atravessamentos do rio \u00c1gueda e do Rio Vouga.<\/p>\n

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Atravessamento do rio \u00c1gueda: Solu\u00e7\u00e3o 1 vs Alternativa 4<\/p>\n

Entre o km 14 +000 e o km 24 + 500, em geral, o projecto considera a amplia\u00e7\u00e3o da actual variante a \u00c1gueda o que sem d\u00favida em termos dos impactes \u00e9 muito positivo. No entanto, neste tro\u00e7o, no atravessamento do rio \u00c1gueda, tendo em conta que na \u00e1rea adjacente \u00e0 actual ponte existem diversas habita\u00e7\u00f5es que, com a amplia\u00e7\u00e3o da via (ponte) ter\u00e3o que ser demolidas, o projecto considera que em vez de ampliar a actual ponte se construa uma nova ponte a Poente de Oronhe (Alternativa 4).<\/p>\n

Apesar da Solu\u00e7\u00e3o 1 (duplica\u00e7\u00e3o da ponte) implicar mais demoli\u00e7\u00f5es sendo mais dispendiosa, a verdade \u00e9 que a Alternativa 4 implica impactes negativos muito mais significativos ao n\u00edvel:<\/p>\n

– Ru\u00eddo – em vez de uma fonte de emiss\u00e3o passar\u00e3o a existir duas fontes de ru\u00eddo: uma, a actual, ponte com sentido Sul\/Norte que afectar\u00e1 Casainho e outra, a futura ponte com sentido Norte\/Sul que afectar\u00e1 Oronhe;<\/p>\n

– Planeamento territorial e paisagem \u2013 Oronhe passar\u00e1 a ficar isolado numa ilha entre duas vias r\u00e1pidas, em que o m\u00e1ximo de afastamento entre si \u00e9 de cerca de 500 m. Este aspecto acarreta impactes muito significativos ao n\u00edvel da qualidade de vida das popula\u00e7\u00f5es e viv\u00eancia local;<\/p>\n

– Ecologia \u2013 a extens\u00e3o da afecta\u00e7\u00e3o na ZPE, REN e RAN ser\u00e1 superior incrementando a fragmenta\u00e7\u00e3o territorial. A Solu\u00e7\u00e3o 1 (com o alargamento) desenvolve-se numa \u00e1rea menos importante deste ponto de vista.<\/p>\n

O projecto de alargamento da actual ponte dever\u00e1 contemplar o adequado encaminhamento das \u00e1guas de escorr\u00eancia provenientes da plataforma vi\u00e1ria para uma esta\u00e7\u00e3o de tratamento antes do seu lan\u00e7amento ao meio h\u00eddrico receptor (rio \u00c1gueda), minimizando assim o impacte sobre todo o ecossistema ribeirinho a jusante.<\/p>\n

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Atravessamento do rio Vouga: Solu\u00e7\u00e3o 1 vs Alternativa 4A<\/p>\n

A partir do km 24 + 500 existem duas hip\u00f3teses de atravessamento do rio Vouga. Consideramos que a alternativa 4A ao prever o aproveitamento do actual IC2 \u00e9 a mais favor\u00e1vel pois implica uma menor fragmenta\u00e7\u00e3o territorial (ainda que possa afectar directamente um maior n\u00famero de edif\u00edcios actualmente existentes \u00e0 face da estrada), n\u00e3o perturba os recursos h\u00eddricos quer superficiais quer subterr\u00e2neas para al\u00e9m dos que s\u00e3o afectados pela solu\u00e7\u00e3o 1 e n\u00e3o ocupa \u00e1reas de RAN fora do vale do Vouga. De referir que a solu\u00e7\u00e3o 1 implica um aterro de cerca de 20 metros numa zona de vale em Cheira logo seguido de uma escava\u00e7\u00e3o com cerca de 60 metros em \u00e1rea agr\u00edcola o que ter\u00e1 impactes significativos sobre os n\u00edveis fre\u00e1ticos locais. Esta solu\u00e7\u00e3o implica o incremento de um conjunto de impactes sociais e ao n\u00edvel da qualidade ambiental numa \u00e1rea (Cheira) actualmente de cariz rural.<\/p>\n

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No entanto, a op\u00e7\u00e3o pela solu\u00e7\u00e3o 4A na zona do atravessamento do rio Marnel ter\u00e1 que ser alvo de um conjunto de medidas de minimiza\u00e7\u00e3o nomeadamente no que respeita \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o da galeria rip\u00edcola do rio Marnel e tratamento das \u00e1guas de escorr\u00eancia da via antes do seu lan\u00e7amento no meio receptor.<\/p>\n

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Aveiro, 13 de Novembro 2008<\/p>\n

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A Direc\u00e7\u00e3o do N\u00facleo Regional de Aveiro da Quercus \u2013 A.N.C.N.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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