O Rio Tejo \u00e9 o maior da Pen\u00ednsula Ib\u00e9rica, com mais de 1.000 km de comprimento.\u00a0Nasce em Espanha e atravessa duas regi\u00f5es aut\u00f3nomas espanholas at\u00e9 chegar a Portugal.\u00a0Na sua travessia por Espanha (cerca de 800km) o rio recebe efluentes industriais e esgotos de milhares de habitantes, cujo deficiente funcionamento das esta\u00e7\u00f5es de tratamento de \u00e1guas residuais faz com que seja lan\u00e7ada uma elevada carga org\u00e2nica de res\u00edduos no rio.<\/b><\/p>\n
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A agricultura intensiva tamb\u00e9m contribui para a degrada\u00e7\u00e3o da qualidade da \u00e1gua uma vez que fertilizantes e pesticidas\u00a0 s\u00e3o arrastados pela chuva.<\/p>\n
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Como resultado do aumento desta perigosa carga org\u00e2nica surge o fen\u00f3meno da eutrofiza\u00e7\u00e3o no rio Tejo. Este aumento de nutrientes dispon\u00edveis, associado \u00e0 redu\u00e7\u00e3o do caudal e \u00e0 subida da temperatura, d\u00e3o origem a uma multiplica\u00e7\u00e3o descontrolada de algas verdes e de cianobact\u00e9rias (algas azuis) assim como de algumas plantas aqu\u00e1ticas como \u00e9 o caso da azola e da lentilha-de-\u00e1gua.\u00a0 Este fen\u00f3meno provoca efeitos nocivos: a transpar\u00eancia da \u00e1gua diminui, o que provoca uma diminui\u00e7\u00e3o na penetra\u00e7\u00e3o da luz; a concentra\u00e7\u00e3o de oxig\u00e9nio vai diminuindo; as esp\u00e9cies que n\u00e3o conseguem tolerar concentra\u00e7\u00f5es de oxig\u00e9nio baixas tendem a desaparecer.<\/p>\n
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Falta monitoriza\u00e7\u00e3o em Espanha<\/b><\/p>\n
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Existe falta de monitoriza\u00e7\u00e3o em Espanha, uma vez que, segundo a Confedera\u00e7\u00e3o Hidrol\u00f3gica Espanhola, s\u00f3 t\u00eam informa\u00e7\u00e3o sobre a qualidade da \u00e1gua de 2,17% do total das \u00e1guas superficiais do rio. No entanto, em alguns tro\u00e7os do rio a qualidade da \u00e1gua n\u00e3o cumpre os objectivos m\u00ednimos previstos no Plano Hidrol\u00f3gico Espanhol para que a \u00e1gua possa ser utilizada para diversos usos. Os valores de nitratos ultrapassam os 50mg\/l\u00a0 em algumas zonas, como \u00e9 o caso de Talaverra de la Reina, em Toledo.<\/p>\n
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Eutrofiza\u00e7\u00e3o aumenta<\/b><\/p>\n
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No Rio Tejo, este problema \u00e9 recorrente. Ocorria apenas no per\u00edodo mais quente do ano, no entanto tem-se verificado um agravamento da situa\u00e7\u00e3o sendo que, o ano passado, este fen\u00f3meno ocorreu entre Abril e Setembro. Este fen\u00f3meno aumentou tamb\u00e9m a sua extens\u00e3o, abrangendo agora em cerca de 50km de rio. A imagem do Tejo \u201ccoberto de verde\u201d \u00e9 impressionante e vis\u00edvel a grande dist\u00e2ncia.<\/p>\n
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Qualidade da \u00e1gua fora Conven\u00e7\u00e3o das Bacias Hidrogr\u00e1ficas Luso-Espanholas<\/b><\/p>\n
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As quest\u00f5es de qualidade da \u00e1gua ficaram infelizmente fora da Conven\u00e7\u00e3o, remetendo-se para a legisla\u00e7\u00e3o comunit\u00e1ria a discuss\u00e3o bilateral sobre este assunto.<\/p>\n
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A Conven\u00e7\u00e3o de Albufeira visa ainda a articula\u00e7\u00e3o, de ambos os pa\u00edses, no que diz respeito \u00e0 qualidade da \u00e1gua, de forma a garantir o objectivo de bom estado ecol\u00f3gico de todas as massas de \u00e1gua at\u00e9 2015, exigido pela Directiva-Quadro da \u00c1gua (DQA). At\u00e9 ao momento, e apesar da realiza\u00e7\u00e3o de sess\u00f5es t\u00e9cnicas, Portugal e Espanha est\u00e3o no nosso entender atrasados na defini\u00e7\u00e3o de medidas t\u00e9cnicas, jur\u00eddicas, administrativas ou outras relativas ao controlo da polui\u00e7\u00e3o de ambos os lados da fronteira.<\/p>\n
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Plano de Gest\u00e3o da Regi\u00e3o Hidrogr\u00e1fica do Tejo<\/b><\/p>\n
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O Plano de Gest\u00e3o da Regi\u00e3o Hidrogr\u00e1fica do Tejo dever\u00e1 estar conclu\u00eddo em 2010 e est\u00e1 a ser delineado pela recente criada Administra\u00e7\u00e3o Regional do Tejo. A Quercus faz um apelo a toda a sociedade para que se mobilize e participe na discuss\u00e3o p\u00fablica do referido plano, no sentido de alertar e pressionar as autoridades para a necessidade de salvaguardar n\u00e3o s\u00f3 a disponibilidade de \u00e1gua mas tamb\u00e9m a sua qualidade e dos ecossistemas ribeirinhos.<\/p>\n
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Lisboa, 28 de Maio de 2009<\/p>\n
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A Direc\u00e7\u00e3o do N\u00facleo Regional de Castelo Branco da Quercus – Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza<\/p>\n
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